•Baba Omã•
Um silêncio constrangedor perpetuava entre as duas amigas por todo o caminho do corredor até o outro quarto.
O mesmo continuou por um tempo dentro do quarto, até que Victoria pergunta, inquieta. - Você está bem?
Luana treme um pouco com o susto, mas logo responde. - O que? Ah, sim eu estou. Só não tenho nada pra falar ou algo do tipo.
A aluna concorda com a cabeça, mas sentia que essa não era a resposta correta. - Aham... Eu... Vou ao banheiro e já volto.
Fechando a porta do banheiro, Victoria mantém-se parada se observando no espelho por um bom tempo.
Até que nota algo diferente em si mesma, mas não sabia dizer o que.
Mas antes que pudesse analisar melhor seu rosto, Victoria se lembra do real motivo de estar ali.
Já saindo do banheiro, a aluna percebe um silêncio ainda maior no quarto, sem sequer um barulho de respiração era escutado.
Então ela sente um leve calafrio antes de fechar a porta.
De repente, uma mão bate fortemente contra a parede perto de Victoria, fazendo-a gritar de susto.
- MAS QUE MERDA, MACENA! QUAL É O SEU PROBLEMA? - Victoria, que agora estava pressionada na parede, tentava entender o motivo de tudo aquilo.
- Você realmente não vai me dizer o que está acontecendo? - Luana pergunta.
- Eu já falei que não é nada!
- Mentirosa.
- Porque você quer tanto saber? Não tem nada que você possa fazer!
- Então tem alguma coisa acontecendo. - Luana deixa Victoria sem argumentos.
Afastando-se um pouco, Luana continua. - Sabe que pode me contar tudo, não é?
A aluna respira e toma coragem para falar, porém, a voz novamente fala.
- Não!
Mas Victoria a ignora.
Ela se afasta da parede e começa a andar pelo quarto, tentando pensar em uma forma de explicar. - Bem... Você se lembra daquela história que te contei quando era criança?
- A do colar?
- Exato. Eu meio que acho que aquela história está acontecendo de novo.
- Espera... - Luana franze a testa. - Você está ouvindo vozes de novo?
- Dessa vez é só uma... Bem insistente, e esta ficando cada vez mais nítida.
Ainda absorvendo as informações, Luana se senta em um amontoado de almofadas e começa a pensar. Victoria se senta ao lado, esperando a resposta.
Passados alguns longos minutos, Luana levanta sua cabeça e quebra o silêncio. - Eu acho que tive uma ideia.
- Qual? - A aluna pergunta, sentindo-se uma criança ansiosa.
- Eu conheço alguém que pode ajudar... E acho que você também conhece.
- Conheço?
- Sim... - Luana lança um olhar já conhecido por Victoria, que procura na memória quem seria essa pessoa.
E como num passe de mágica, uma pessoa vêm a sua mente.
- Pera ai... Não... - Victoria resmunga, olhando para a melhor amiga. - Não seria a sua avó, né?
- Baba Omã? Sim, é ela sim.
- Luana, não! - A aluna solta um gritinho indignado. - Eu me recuso a ir lá!
- Ah, qual é, Vic. - Luana fala. - Você sabe que ela pode te ajudar.
- Não! Ela me da arrepios, e toda vez que me abraça ela me sufoca. Ela é estranha demais, Macena!
E, em sincronia, as duas se levantam rapidamente, como se soubessem o que ia acontecer depois.
- Victoria, você vai sim! - Luana ordena, batendo o pé e apontando para o chão.
- Você não pode me obrigar!
- Victoria Draken, não me faça te arrastar até lá!
- Eu não vou e ponto. - A aluna responde decidida, indo em direção a saida do quarto.
- Volta aqui! - Luana corre atrás, e a derruba no chão.
A aluna começa a se debater na tentativa de sair dali.
Mas falha miseravelmente.
Já cansada de tentar se levantar, Victoria se deita completamente no chão, se dando por vencida.
Luana, que aparentava não estar surpresa com a situação, pergunta. - Você ainda não vai?
- Tudo bem, tudo bem. Eu vou.
- Ótimo! - Macena dá um sorriso, como se não estivesse literalmente sentada em cima de uma pessoa. - Vamos amanhã cedo, então é melhor descansar! - Ela sugere, enquanto levanta e empurra a amiga até a porta. - Te vejo amanhã! Eu bato na sua porta. - Então Luana fecha a porta.
Com cara de paisagem, Victoria fica parada por algum tempo.
- Mas... E o filme? - A aluna sussurra para si mesma, mas sabia que não iria adiantar nada ficar ali então foi para o seu quarto.
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Quem Foi Que Matou?
RomanceFogo. Tudo o que Victoria se lembrava de seu passado era o incêndio. O calor em volta era insuportável e tudo o que podia fazer era chorar. Lembrava-se de uma silhueta entre as chamas gritar. -Morra, morra criatura demoníaca, você é o fim da humanid...