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CHRISTOPHER UCKERMANN

Quando chego em meu quarto, me sinto um pouco cansado para sair e correr, então decido usar o resto do nosso toque de recolher para corrigir os trabalhos dos alunos. Ligo o notebook e abro o meu e-mail. Vejo o nome de alguns alunos que costumam entregar os trabalhos antes do prazo, mas é o nome de Dulce que chama minha atenção. Apesar de ter boas notas e sempre fazer os trabalhos corretos, ela é do tipo que deixa para entregar no último minuto possível, então abro seu e-mail curioso para ler seu trabalho.

"Professor, ao pesquisar sobre o assunto, descobri que o nudismo é uma polêmica há gerações. Em alguns momentos era considerado algo natural, em outros momentos algo tão vulgar ou apenas para homens, que mulheres foram proibidas de entrar em galerias e museus que tinham obras desse tipo.

O nudismo, em minha opinião, deveria ser considerado algo natural, sensual, não um pudor ou tabu. Foi pensando nisso que reuni alguns nus artísticos que acredito que você vai gostar bastante"

Estou admirado e bastante curioso com as obras que ela reuniu, como professor de arte, conheço algumas de nomes que mudaram a história da arte apenas por causa do nudismo polêmico para época em que foram lançadas. Clico no arquivo em anexo e quando a imagem abre por completo, sinto todo o sangue do meu corpo se concentrar em um único lugar. Arregalo os olhos, abro a boca e um arrepio percorre minha coluna.

Não é uma obra de arte. Ou melhor. É uma das obras de arte mais lindas que já vi em minha vida. Mas é Dulce ali. Completamente nua. Me encarando com os olhos escuros de desejo e um pirulito preso entre os dentes.

Ela está sentada no sofá que tem em seu quarto, seus seios - perfeitos - estão completamente expostos. Cachos ruivos e rebeldes emolduram seu rosto, seu olhar sedutor foi capturado perfeitamente pela câmera. As pernas estão levemente abertas e encaro sua intimidade com desejo.

A cena dela me olhando enquanto transava com o tal namorado invade minha memória, a forma que meu nome saiu dos seus lábios em um gemido. Levo minha mão automaticamente até minha ereção e a aperto por cima da roupa. Não quero ceder a tentação de fazer isso, mas é uma necessidade que não consigo controlar.

Abro o zíper da minha calça, baixando-a apenas o suficiente para eu tirar meu membro da cueca e enroscar meus dedos nele. Movimento a mão devagar e deixo um suspiro escapar da minha boca ao imaginar como seria ter a mão dela ali. Uso a mão livre para abrir o notebook e espero sua foto aparecer outra vez, e meu pau pulsa quando isso acontece.

Qual seria a sensação de tocar sua pele nua? De sentir seus seios em minha boca? Será que ela iria gemer se chupasse seus mamilos? Qual será a sensação de sua intimidade molhada em meus dedos... Em minha boca? O que eu precisaria fazer para ouvi-la gemer meu nome outra vez.

Fecho os olhos com força enquanto acelero o movimento que minha mão faz. Assim, de olhos fechados, eu ainda consigo sentir a sensação da sua boca sobre mim, a forma que suas unhas passariam em minha pele, que sua língua me provocaria. Não sei quanto tempo mais eu consigo mentir para mim mesmo, eu a quero tanto que dói.

— Droga! Não! — fecho o notebook com força e arrasto a cadeira para trás — Preciso correr e tirar isso da minha cabeça — murmuro trocando de roupa da forma mais rápida que consigo.

Eu tenho uma missão, um propósito, não posso me desviar assim... Eu nasci para ser padre... Não é? Eu sempre quis isso da minha vida, certo? Sempre me dediquei a igreja, o que mais eu poderia ser?

Assim que saio do prédio, começo a correr o mais rápido que consigo, querendo focar toda a minha atenção na corrida e esquecer a imagem de Dulce nua. A imagem dela gemendo meu nome. Da lembrança do gosto do seu beijo, das suas mãos em meu corpo. Sua pele macia sob minha palma.

RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora