DULCE MARÍA
Passei as últimas duas semanas praticamente grudada no Christopher. Estou gostando tanto do meu castigo, que estou até cogitando aprontar algo outra vez para repeti-lo.
É divertido ver Christopher corar todas as vezes que solto uma piadinha maliciosa, a forma que seus músculos tencionam quando o toco e a forma constrangida que desvia o olhar todas as vezes me inclino meu decote em sua direção. Ultimamente, ele sempre tenta fugir de mim, mas eu nunca o deixo em paz, sempre dou um jeito de encontrá-lo. Não pretendo desistir do meu objetivo.
Mas, infelizmente, ontem foi o último dia de ensaio e hoje é o tal show de talentos. Anahí acordou ainda mais cedo que o normal, apesar de ser um domingo. Ela estava empolgada porque Christopher me convenceu a canta I Wanna Be Yours hoje. Ele parecia gostar de me ouvir cantar e ficava ainda mais vermelho quando me insinuava através da música. Eu me divertia tanto com esses momentos.
— Dulce! Levanta logo! — ela diz, puxando a coberta de mim.
Intimidade é uma merda, não é? Depois da conversa que tivemos em que eu precisei me desculpar, Anahí não se importava mais com minhas grosserias ou minhas caretas, ela as ignorava e invadia o meu espaço pessoal sem hesitar.
— Me deixa em paz, Tinkerbell! — resmungo.
— Levanta agora ou vou jogar água em você! — a ignoro — Dulce, vamos! Não está animada com o show?
— Não, não estou...
— Tudo bem, mas eu estou! Você vai cantar, então precisa levantar e ir se preparar! — eu a ignoro outra vez e puxo e tento voltar a dormir — Dulce Maria, vou contar até três! Um... Dois...
— Já me levantei, mamãe! — resmungo ao me sentar na cama emburrada e Anahí sorri de lado — Eu estou criando um monstro! — reclamo.
— Para de reclamar e vai logo se arrumar — diz rindo.
Revirando os olhos, levanto e faço o que ela mandou.
***
Suspiro irritada quando meu celular toca pela vigésima vez em menos de uma hora e a foto do meu pai aparece. O show de talentos já começou há algum tempo, as apresentações são feitas por ordem de turma, então sou uma das últimas a se apresentar hoje.
— Você devia atender! — Anahí diz ao meu lado e reviro os olhos.
— Só vou atender para que ele pare de me ligar — ela assente desconfiada — Eu já volto, guarda meu lugar.
O auditório está lotado e levo algum tempo para conseguir sair de lá. Nesse meio tempo, meu pai já encerrou a chamada e está ligando outra vez. Respiro fundo quando alcanço o gramado do pátio e resolvo atender o celular de uma vez.
— Oi! — digo friamente.
— Dul, minha filha! Eu estava preocupado com você e...
— Se estivesse preocupado, não teria me abandonando nesse lugar! — o interrompo. Meu pai suspira longamente.
— Já conversamos sobre isso, minha filha...
— Não conversamos não — o interrompo — Papai, por favor, eu prometo que vou me comportar, mas me deixa voltar... Eu estou com saudades de você, da Ana, dos meus amigos e meu namorado — imploro, tentando fazer uma voz de choro — Por favor, paizinho. Não quero passar o resto do ano longe de vocês...
— Você não vai, filha... Pode voltar nos finais de semana, só precisa parar de se meter em encrenca aí. Não adianta argumentar, você só sai desse colégio no final do ano.
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Redenção
Fanfic+18| FINALIZADA | Dulce María é uma jovem de dezessete anos que acabou de se formar no ensino médio e se aproveita da fortuna dos pais para aprontar todas pela cidade. Por causa disso, seus pais a enviam para um colégio interno religioso, onde a ob...