DULCE MARÍA
Entro no meu quarto com um sorriso no rosto e me jogo atravessada na cama com os braços abertos. Sei que deveria tomar um banho agora, mas estou sem forças para levantar daqui. Repasso na minha cabeça a transa incrível que acabei de ter com o Christopher e me sinto muito satisfeita por ter alcançado o meu objetivo. Super valeu a pena ter passado tanto tempo trancada nesse colégio e não ter desistido dele.
Não faço a menor ideia de como as coisas vão ficar entre nós agora, pois, depois que nos vestimos, Christopher pareceu bem confuso. O conflito na sua mente era quase audível e palpável. Apesar disso, ele ainda me abraçou e me deu um beijo rápido, antes de dizer que iria descer primeiro e que eu esperasse um tempo para descer da torre também. Tentei fazer uma gracinha sobre conhecer o seu quarto, mas Christopher permaneceu sério e disse que iria cancelar o serviço comunitário de amanhã porque estava precisando de um tempo para pensar em tudo.
Uma pequena parte de mim se sente um pouco culpada por isso, embora não tenha nenhum motivo real para me sentir assim. Somos dois adultos e fizemos o que estávamos com vontade de fazer. Ponto. E a maior parte se delicia e vibra com o que aconteceu. Na pior das hipóteses, pelo menos eu vou ter o prazer de dizer que já sentei no Christopher.
Queria conversar com a Anahí agora, mas ela saiu logo que acabaram as aulas do dia para passar o final de semana em casa, e a esta hora deve estar no encontro com o Alfonso. Espero que os dois estejam progredindo também. Me ajeito na cama, fecho os olhos e deixo minha mente me guiar de volta para Christopher até pegar no sono.
*
Escuto uma batida na porta do quarto quando saio do banheiro e vou até ela. Quando a abro, dou de cara com Christopher. Ele me olha um pouco incerto, parece nervoso. Como não diz nada, resolvo quebrar o gelo.
— A que devo a honra, querido professor? — me apoio de forma sugestiva no forro da porta.
— Já tomou café?
— Já sim. Está procurando por alguma espécie de sobremesa? — sorrio, mas ele permanece estranho.
— Ótimo! Então, vamos para o serviço comunitário.
— Mas você havia dito que... — ele não me deixa concluir a frase e se volta para a irmã que está passando no corredor, cumprimentando-a como sempre faz.
— Já estamos atrasados. Pegue sua mochila e venha.
O encaro confusa, mas faço o que ele pede. Depois de pegar minha bolsa, seguimos até seu carro e Christopher não dá nenhuma palavra, sequer me olha. Não acredito que estamos voltando para a estaca zero. Reviro os olhos e bato a porta do carro com força ao entrar. Isso faz com que Christopher, finalmente, me olhe. Ele se assustou, mas agora me repreende com o olhar.
CHRISTOPHER VON UCKERMANN
O silêncio da Dulce me incomoda um pouco. Acho que me acostumei com suas provocações e gracinhas. Percebo que está irritada, mas não entendo o motivo. Não consigo evitar de pensar que talvez tenha relação com o que aconteceu ontem. Isso me faz duvidar se agi certo procurando ela tão cedo ou se eu deveria ter dado mais um tempo.
— Esse não é o caminho da escola — o tom de surpresa na sua voz é nítido e me esforço para não olhá-la.
— Não, não é.
— Mas você falou que... — Dulce fica em silêncio como se tivesse juntando as peças de um quebra-cabeça e depois se vira totalmente no banco para mim — Você...? — ela indaga esperando uma confirmação.
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Redenção
Fanfiction+18| FINALIZADA | Dulce María é uma jovem de dezessete anos que acabou de se formar no ensino médio e se aproveita da fortuna dos pais para aprontar todas pela cidade. Por causa disso, seus pais a enviam para um colégio interno religioso, onde a ob...