CAPÍTULO DOIS

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  Depois de aproximadamente vinte minutos de conversa, eles levantaram-se e disseram a mim que iriam falar com o DJ e já voltavam; que seria rápido e não teria necessidade de eu os acompanhar. Concordei, pois eu não estava a fim mesmo de ir, mas se eu estivesse iria e pronto (pena que eu não estava com essa atitude nesse dia).

  Passou-se uma hora e nada de David e Talles aparecer, fui até o camarim do DJ e ele me falou que nem conhecia esses caras, procurei por toda a boate, inclusive o banheiro que rolava uma orgia total. Não os encontrei. Fui até a portaria e meu coração dilacerou quando o segurança me falou: — Ah! Tô ligado! Faz meia hora que um casal apressado pegou um táxi e foi embora, era um ruivo de camisa xadrez (Talles) e um cara branco de cabelo moicano e camisa branca com um colete preto (David).

  Uma amargura tomou conta de mim, eu tentava me convencer que aquilo que o meu pensamento dizia era mentira, algo teria acontecido, entretanto, David e Talles não quiseram me contar. Percebi as lágrimas rolando sobre o meu rosto involuntariamente, tentei ligar para os dois, mas seus celulares estavam na caixa postal.

  Peguei um táxi e fui pra casa atordoado, isso foi por volta das três e meia da madrugada. Não consegui dormi e às seis e meia da manhã peguei minha moto na garagem do edifício e fui direto pra casa de David, que reside em Santo Amaro. Ele mora com seus pais, por ironia do destino eles não estavam em casa. Chamei por David umas vinte vezes e nada dele aparecer. Comecei a chorar, não tinha dúvidas, eu fui traído por meu amor e meu melhor amigo. Furioso bati no portão com violência, acordando a vizinhança, uma mulher equivocada saiu pra fora reclamando: — Que barulho é esse meu rapaz, se o senhor continuar serei obrigada a chamar à polícia.

  Não dei importância pra ela, por pouco não a mandei tomar naquele canto. Por fim David apareceu de roupão com a cara mais cínica do mundo, provavelmente Talles estaria lá dentro, mas não procurei saber e exasperei: — Bonito né? Você e o pica do Talles foram embora e me deixaram lá na Metrópole com cara de rapariga. Abre aqui porra pra gente conversar.

A cura da traição (Conto Erótico Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora