Aproximadamente uma hora de conversa, deixei-as e fui à procura de Walisson que se deu super bem com meu irmão. Eles estavam no jardim do edifício juntamente com uns amigos de faculdade do meu irmão (Bruno, Henrique, Saulo, Jeferson e Iago). Todos bonitos e musculosos (os autênticos padrões escrotos que já conhecemos). Esses caras não sabem e nem desconfia de mim, eles são homofóbicos. Uma vez meu irmão me contou que na volta da balada, eles meteram o cassete num casal de rapazes que se beijavam em uma esquina. Eles odeiam gays e estão ameaçando em bater num garoto efeminado da faculdade.Chamei Walisson discretamente para um lugar afastado e contei sobre eles, sugerindo para mantermos total discrição. Voltamos para o grupo, o loiro chamado Saulo falou: — Poxa velho, aqui tá miado demais, vamos pra festa do edifício de Bruno, lá tá muito massa, música eletrônica e várias nêgas.
— É mesmo, vamos? — Chamou Bruno.
Isso era verdade, a confraternização da minha família estava sem graça, muito “família” (risos). Então eu, Walisson, meu irmão e os caras fomos no carro de Henrique para o edifício de Bruno.
Eu nunca tinha ido ao edifício de Bruno que fica na orla de Boa Viagem. No portão já se escutava a badalação que reinava no salão de festa. Entramos e conhecemos outras pessoas, muitas gatas e gatos entojados, mimados e exibidos. Não fui com a cara de nenhum, mas agir na maior falsidade. Walisson se deu bem com todo mundo, e entrosou no meio da galera com meu irmão um pouco longe de mim. Comecei a beber, dançar e curtir. Uma garota muito linda e gostosa se chegou aos poucos sensualmente pra perto de mim, quando ela ia me beijar, sussurrei em seu ouvido que eu era comprometido, e me sair. De repente meu irmão me puxou para o banheiro, ele queria falar alguma coisa.
— Olha maninho se liga naquele cara que você está com ele. — Ele disse seriamente.
— O que foi que ele fez? — Indaguei.
— Ele tá no maior amasso lá perto da piscina com a Perla. Ela dar fácil, já a comi umas dez vezes.
Meu semblante mudou na hora, eu disse a ele pra sermos discreto não se agarrar com uma “piriguete”. Meu irmão seguiu para o salão e eu fui até a piscina. Não cheguei lá de cara, observei o que rolava por trás do muro. Vi vários casais no maior sarro, mas não vi Walisson. Pensei então que o meu irmão haveria se enganado, viu alguém e achou que fosse Walisson. Fui até o salão e não o encontrei, vi meu irmão aos beijos com uma garota no recanto da parede, não atrapalhei. Percebi que Henrique estava sozinho do outro lado, fui até ele e perguntei: — Eaê Henrique, tu visse Walisson? A namorada dele tá ligando pra mim dizendo que o celular dele está desligado. — Enrolei.
Henrique já estava ficando bêbado e falou sarcasticamente: — Então meu irmão pega essa nêga, que Walisson neste momento tá no apartamento de Perla comendo a boceta vermelhinha dela.
Naquele instante sentir meu mundo desabando, não falei com ninguém e fui direto para o meu apartamento, a pé mesmo.
Assim que me distanciei do edifício, pus-me a chorar, foi a madrugada de natal mais infeliz da minha vida. O quê que eu fiz pra ser apunhalado três vezes? Pelo meu amor, amigo e uma paixão que eu achava que seria meu novo e verdadeiro amor?
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A cura da traição (Conto Erótico Gay)
Short StoryTraído covardemente pelo amor da sua vida e o seu melhor amigo, Jackson tenta seguir em frente, porém o destino coloca em seu caminho Walisson, será que este é a cura dessa cruel traição?