CAPÍTULO DEZESSEIS

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  Por volta das 10h, a Cinderela acordou com a cara lisa e falou: — Jackson me perdoa, te prometo que isso não se tornará a acontecer, foi uma fraqueza minha, aquela vadia me tentou e por ela ser gostosa demais não suportei.

  Dei um pulo rapidamente do sofá, peguei a porra da mochila dele, abri a porta, joguei-a no chão fora do meu apartamento, segurei no braço dele e o puxei pra fora, explodindo de ódio.

— Espera Jackson, por favor, não faz isso comigo, não me trata assim... — Ele se segurou na porta, comecei a chuta-lo e não pensei duas vezes, dei-lhe um soco na fronte e ele desmaiou, batendo a cabeça no chão. Fechei a porta e joguei-me no sofá.

  Comecei a chorar, todos esses acontecimentos estão mexendo profundamente com minha saúde mental, da mesma forma que sofro com a decepção, não meço esforços na oportunidade de me vingar, surge um sentimento negro, frio e sem medo de matar.

  Fui à cozinha, peguei uma faca, abri a porta, Walisson continuava desmaiado no chão. Caminhei em sua direção e quando eu ia me preparar para dá-lhe umas facadas na barriga até que ele morresse, o elevador se abriu e um homem saiu, veio correndo e pulou em cima de mim. Ainda consegui furar sua coxa esquerda, mas não foi profundo, o homem era mais forte do que eu.

— Que isso rapaz, tá ficando maluco, você ia assassinar o garoto. — Ele falou em cima de mim segurando os meus braços até que eu me acalmasse. Mas era impossível, eu estava me mordendo de ódio, queria mesmo a todo custo assassinar o Walisson. Sua morte seria a vingança de ele ter me traído, juntamente com David e Talles.

  Comecei a gritar, fiquei totalmente descontrolado e louco. O homem me segurava com mais força, e eu tentava me soltar.

— Se você não se acalmar serei obrigado a chamar à polícia. — O homem falou ficando vermelho, pois ele estava cansado de me segurar, minhas forças aumentavam conforme o meu ódio.

  Alguns vizinhos saíram pra fora e se assustaram com Walisson desmaiado no chão e a calça minando sangue na área da coxa. Um senhor foi verifica-lo e disse preocupado: — Ele está vivo, mas o que aconteceu que ele está desacordado?

— Esse rapaz ia matar ele Seu Félix. — O homem que me segurava falou.

— Então me solta seu filho de rapariga pra eu acabar logo com ele. — Eu disse totalmente fora de mim, eu estava com o diabo no corpo.

— Olhe me respeite seu “cabra safado” senão eu dou-lhe umas lapadas. — O homem falou aborrecido.

— Mas o que está havendo com esse garoto, ele é tão calmo? — Indagou Dona Sônia.

— Não é de sua conta sua velha rabugenta, vó das putas, boceta murcha... — Realmente era o demônio que me controlava, pois Dona Sônia é uma senhora tão bondosa e eu fui capaz de maltratá-la.

  O homem que me segurava soltou meu braço direito para dar na minha cara, aí eu obtive mais força do que ele e consegui me libertar. Dei-lhe um soco no seu nariz que saiu sangue. Dois vizinhos vieram me segurar, mas não conseguiram e os soquei também, o homem que me segurava deu uma voadora em mim e eu cair no chão. Então quatro homens me seguraram, e eu gritei que ia matar todos, que iria colocar uma bomba no edifício. Quando vi Walisson se mexendo fiquei com mais ódio ainda, eu suava, gritava, não tinha dúvidas, eu estava endemoniado.

— Liga pra polícia Seu Neto. — Disse Seu Félix para outro senhor.

  Foi uma loucura, todos do meu andar estavam ali presentes e estupefatos com o meu estado, eles não me reconheceram (nem eu mesmo me reconheci). Walisson se levantou aos poucos, com a ajuda de Dona Cecília e Seu Diogo. Eles seguraram-no pelos braços e entraram no elevador, provavelmente iriam leva-lo para um pronto socorro.

  Tatiana, neta de Seu Diogo e Dona Cecília, pegou a mochila de Walisson e os acompanhou.

  Eu continuava preso no chão gritando “socorro” e um rapaz que não ia com a minha cara desde que eu fui morar nesse apartamento, aproveitou a ocasião e deu um soco na minha cara, covarde, quero ver se ele tem coragem de fazer isso eu estando solto.

  Meia hora depois a polícia chegou, os vizinhos já aumentaram a conversa dizendo que eu estava portando uma arma de fogo. Dois policiais entraram no meu apartamento a procura do denunciado, vasculharam tudo e não encontraram. Meu irmão acordou confuso sem entender o que estava acontecendo. Por fim, me levaram pra delegacia, três vizinhos foram depor contra mim e meu irmão obviamente a favor.

A cura da traição (Conto Erótico Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora