capítulo 10📍

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Victor
Quando Barbara acordou, eu já a havia levado para a cama e o médico a examinava.
-- Ela está desidratada, victor.
De certa forma eu estava irritado com barbara. Eu havia adiantado o dinheiro a ela, por que raios ela não havia se alimentado?
-- Quando foi a sua última refeição, barbara?
-- Acho que há quase dois dias.
-- Mas eu lhe adiantei algum dinheiro, porque não comprou comida?
O médico tinha se afastado. Mas não tirou os olhos de nos dois -- Eu comprei. Comprei para mim e os meus irmãos, mas quando eu soube que o juizado de menores os havia levado, eu...
-- Esqueceu-se de você mesma. Esqueceu, de alimentar o seu corpo, não é?
-- Fez mal. – Falou doutor Fabrício, prescrevendo vitaminas e outras coisas que eram necessárias para a recuperação de Barbara. – Não pode ficar muito tempo sem comer. Eu aconselho a começar com uma sopa... Um pedaço de pão... E coma devagar.
Acompanhei doutor Fabrício até a porta.
Lembrei que a minha cozinheira sempre deixava alguma coisa para eu comer a noite. Quando não era salada, era uma sopa leve, de verduras.
Antes de voltar para o quarto fui até a cozinha ver o que ela tinha deixado. Como eu havia jantado na casa dos meus pais, quando eu cheguei nem havia olhado.
Ludmila havia deixado sopa de verduras, que cairia muito bem para Barbara.
Enquanto o prato com a sopa esquentava no micro-ondas, coloquei o pão na bandeja, junto com o guardanapo e talheres.
-- Não precisava se incomodar. Eu teria ido até a cozinha. – Disse ela sentada na cama, encostada na cabeceira enquanto eu colocava a bandeja com o alimento sobre seu colo.
-- Enquanto você come podemos falar sobre os seus irmãos.
Fui até a biblioteca e peguei caderno e caneta.
Entre uma colherada e outra de sopa, Barbara, me falou sobre os seus irmãos.
Passou-me os seus nomes, e quando ela terminou, eu já sabia o que fazer.
Eu não consegui mais pregar os olhos naquele resto de noite.
Fiquei andando pelo apartamento e certa, hora fui até o quarto onde Barbara dormia, e a vi ferrada no sono.

A pobrezinha estava cansada, pois há muito tempo não sabia como era dormir em uma cama.
Se suja e fedendo a lixo ela já era bonita, imagina de banho tomado?
Ela era linda, muito linda.
Ela era uma belezoca!
Meu Deus, que rumo era aquele que eu estava dando para a minha vida?
Eu nem sabia se ela ia aceitar o que ia lhe propor. Talvez a doença do pai a levasse a aceitar, mas eu estava me sentindo um canalha por aproveitar disso.
-- Case-se comigo, Barbara. Case-se comigo e me dê um filho, ou uma filha, tanto faz! Não se preocupe, quando o meu pai morrer, a gente se divorcia, mas a criança fica comigo.
Eu me imaginei fazendo essa proposta a ela. Um casamento, um filho e depois da morte do meu pai, a separação.
Meu pai... Eu não queria que ele morresse. Era dolorido imaginar que eu o teria no máximo mais uns três, ou cinco anos.
Eu não queria apresentar a ele uma mentira, eu não queria apresentar a ele, uma esposa comprada.
Eu não precisava comprar nenhuma mulher para casar comigo, muitas já tentaram me levar até o altar, mas com elas eu teria que permanecer casado talvez, até que a morte nos separasse.
Eu não queria me prender em nenhuma mulher e comprado uma esposa, tudo ficaria mais fácil depois para a separação, para o divórcio.
E desde que eu vi Barbara na rua, eu senti que ela era a mulher certa para isso. Um casamento, um contrato, separação depois, e o meu filho ficando comigo.

Eu estava ainda no sofá, quando Ludmila chegou pela manhã. Se aproximando dos sessenta anos, Ludmila era quem cuidava de minha roupa, do almoço e jantar para mim.
Era ela quem supervisionava a faxineira que ia duas, vezes na semana, limpar o apartamento.
Eu sempre paguei muito bem os meus empregados.
-- Por que não foi dormir na cama, victor?
-- Ludmila, temos uma hospede em casa.
-- Hóspede? – Ela me olhou desconfiada, e eu não pude deixar de rir.
-- Desta vez é mesmo uma hóspede, Ludmila. Não tenho nada com ela, pelo menos não por enquanto.
Ludmila sorriu e foi para a cozinha, dizendo que ia preparar o café.
Fui para o meu quarto e tomei banho. Eu precisava. E o advogado da minha família, o doutor Tancredo Lira, chegaria dentro de uma hora.
Quando sai do quarto, já vestido para conversar com o doutor Tancredo, Barbara já havia levantando e já estava na cozinha, ajudando Ludmila.
Ludmila não queria, mas a moça disse que não seria incomodo algum.
Barbara sorriu para mim quando eu entrei na cozinha. E quando percebi-me também sorria para ela, feito um adolescente.
Imediatamente tentei disfarçar o sorriso. Eu acho que nem eu mesmo estava me entendendo.
Mas mesmo eu não amando, se ela aceitasse a minha proposta, ela seria minha esposa, e pelo menos por uns cinco anos, viveríamos como marido e mulher.
Meu pai só tinha que acreditar que realmente eu havia encontrado a minha alma gêmea e que estava apaixonado. Mas não era fácil enganá-lo.
Casando com BARBARA, teríamos intimidade, mesmo o casamento sendo apenas uma mentira.
Mas se eu quisesse mesmo me casando com BARBARA, eu não precisava ter intimidade com ela para gerarmos um filho. Bastava uma inseminação artificial com o meu esperma, mas eu não queria assim.
Eu queria que o meu filho fosse feito de maneira normal.
Chamei Barbara para a sala, enquanto Ludmila terminava de preparar o café.
-- O advogado que vai cuidar para trazer os seus irmãos de volta, deve chegar dentro de alguns minutos. Como você passou a noite?
-- Estou melhor.
-- Se você quiser, pode ir até o hospital ver o seu pai. Eu te garanto que quando você voltar, seus irmãos já estarão aqui.
A expressão de Barbara ficou lindamente serena.
-- Será que você consegue trazer eles de volta hoje?
-- Eu prometo a você que sim.
Um sorriso amigável pairava em seu rosto, um olhar apreciativo enquanto contemplava o seu rosto bonito e alegria que brilhava nele quando garanti a ela, que quando regressasse do hospital, os irmãos dela já estariam ali.

A moradora de rua que o ceo comprou 📍{Babictor}Onde histórias criam vida. Descubra agora