capítulo 12📍

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Victor 📍
Quando sai do prédio o táxi que Victor havia chamado para mim ir ao hospital ver o meu pai, já havia chegado.
Entrei no carro e não vi que estava sendo observada por Ariel, o porteiro do prédio da noite, que naquele momento, estava deixando seu turno.
Meu pai estava com uma aparência melhor.
-- Como estão os seus irmãos?
Eu não ia contar a ele o que tinha acontecido com eles.
Tinha medo que ele tivesse uma recaída, e depois victor l tinha me garantido que conseguiria trazê-los de volta.
-- Eles estão bem. E muito bem alimentados, papai. Arrumei um emprego e me adiantaram o meu salário. Saindo daqui vou para lá.
-- Emprego? Onde?
-- Na Tecelagem Ramagem. V ou servir cafezinho lá. – Disse eu sorrindo para meu pai.
Meu pai estava bem na medida do possível. Sem o tratamento necessário que ele precisava fazer nos Estados Unidos, a tendência era piorar.
-- E sua mãe na apareceu?
-- Não.

-- Acho que ela cansou de nós, dessa vida de miséria, de ter um marido com o pé na cova e deu no pé.
-- Acha que mamãe faria isso? E se alguém fez alguma coisa a ela? V ou até uma delegacia prestar queixa sobre o seu desaparecimento. Quando o senhor sair daqui, já teremos pelo menos um quartinho para morar, não vai precisar ficar na rua.
Meu pai segurou em minhas mãos. Eu estava ao seu lado, sentada em numa cadeira, perto da cama.
Pude ver as lagrimas em seus olhos.
Meu pai era um homem bonito, de aproximadamente uns quarenta e cinco anos.
Havia perdido peso devido à doença, mas a sua beleza ainda estava ali.
Eu tinha herdado a cor dos seus olhos e cabelos. Meus irmãos já eram mais parecidos com minha mãe, que era loira.
Meu pai havia casado muito jovem. Quando ele completou vinte anos, eu nasci.
Meu pai ia ter alta no dia seguinte, mas até aquele momento, eu ainda não tinha nenhum quartinho em vista. Ele não podia sair do hospital e continuar na rua, desta vez ele não aguentaria.
Eu não podia continuar no apartamento de Victor, e tão pouco pedir a ele que aceitasse o meu pai e os meus irmãos, também.
Victor ia ser o meu chefe, e já tinha me ajudado muito pedindo que sua secretaria me contratasse, pois se dependesse dela, eu teria sido tirada da tecelagem a força pelos seguranças.

Barbara 📍

Doutor Tancredo Lira, não era um homem velho. Ele devia ter a minha idade, e odiava o nome que os pais havia lhe dado.
As mulheres com certeza o achavam atraente, de pele morena, estilo Denzel Washington, só que mais jovem.
Ele gostava de ser chamado de Tom. Tom Lira.
E naquela manhã, Tom me trouxe um dossiê completo sobre Barbara e sua família que eu havia pedido a ele, pouco depois de Barbara ter deixado a Tecelagem no começo da noite passada.
Tom havia sido rápido, era competente como o pai, que havia trabalhado conosco durante anos, e só parou porque se aposentou.
Se eu queria me casar com Barbara, e queria que ela fosse a mãe do meu filho, ou filha, nada mais justo que saber tudo sobre ela e sua família.
Há alguns meses, German pai de Barbara, havia descoberto que estava com câncer.
Havia a possibilidade dele se curar da doença, porém essa chance estava nos Estados Unidos. Ele teria que fazer o tratamento lá.
No mesmo dia em que German revelou a família sobre a doença, Barbara que trabalhava de caixa em um supermercado, havia sido demitida.
Tônia a mãe de Barbara, trabalhava em casa, fazendo docinhos para aniversário e German, de segurança em um supermercado.
A doença começou a deixar German muito debilitado, e às vezes ele não conseguia trabalhar, provocando assim a sua demissão, por um gerente que parecia ter uma pedra no lugar do coração.
Gael irmão de German, foi quem deu a ideia de vender a casa, para o irmão custear o tratamento nos Estados Unidos.
Mas o irmão mais novo de German, quando propôs venderem a casa para o tratamento, pensava em outra coisa, menos na saúde de German.
Portanto, quando o dinheiro foi transferido do comprador para a conta de German, Gael simplesmente conseguiu o acesso da conta do irmão, e limpou todo o dinheiro da conta bancaria.

German desempregado e doente, victor também desempregada, e o pior ainda:
Sem casa e sem tratamento nos Estados Unidos.
Com o pouco de dinheiro que ainda tinham, foram para uma pensão, mas depois foram colocados para fora, quando não tiveram mais dinheiro para pagar.
Só restou a rua, o céu sobre suas cabeças. Nunca mais souberam de Gael.
-- A mãe dela também está desaparecida. Sumiu há duas noites a procura de comida e não voltou. Nem o marido e nem Kiara ainda deram queixa. Já coloquei alguém para procurar nos hospitais, necrotério e até mesma nas delegacias. A mulher pode ter tentado roubar alguma coisa para dar de comer aos filhos e ido em cana.
-- victor não me falou nada sobre o desaparecimento da mãe.
Eu ia usar a doença do pai de Barbara, toda a fase ruim que ela estava passando, para comprá-la.
As chances dela se negar a casar comigo para me dar um filho, eram pouquíssimas!
Acho que ela não deixaria o pai dela morrer!

A moradora de rua que o ceo comprou 📍{Babictor}Onde histórias criam vida. Descubra agora