EU QUERO VOCÊ

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Marek

Eu já esperava que Lily fosse resistir e tentar escapar de mim. Não foi por acaso que a trouxe a esse lugar. Aqui estávamos distante da civilização e ela não conseguiria fugir andando. Além do mais, o perímetro era vigiado por homens de minha inteira confiança e duas feras híbridas, semelhantes a cães, mas numa escala de evolução e agressividade anos luz à frente dos animais domésticos. Eles destroçariam qualquer um que andasse por ali sem aviso.

Sabendo que ela não se daria por vencida após aquela primeira tentativa, resolvi intervir. Não estava nos meus planos machucá-la de novo, ainda mais agora que nosso bebê crescia em seu ventre, mas tive de fazer isso para seu próprio bem.
Eu jamais a deixaria ir.
Markus não teria mais nada dela, até seu filho era meu agora.

Ao retornar para o quarto a encontro dormindo; seu tornozelo está um pouco inchado onde apertei. Espero que isso a detenha por algum tempo, pois eu realmente não quero acorrentá-la, mas se for preciso, o farei.
Após guarnecer meu copo com whisky, coloco a garrafa na mesa de cabeceira e me sento numa poltrona próxima a cama, observando-a dormir.
Por muitas vezes eu fiz isso, mas naquela época, ela estava dormindo no tapete, no chão do quarto.
Resisti a cada dia para não pegá-la do chão e trazê-la para o calor dos meus braços.
Eu nutri, por muito tempo, a ilusão estúpida de que conseguiria me desvincular dela e matá-la quando chegasse a hora. Porém, nada em relação a ela saiu como planejei. As coisas fugiram ao meu controle mais do que eu conseguia admitir em voz alta.

Já faz algum tempo que estou ali sentado, percebo pelo tanto que bebi; a garrafa que estava cheia, está pelo meio. As bebidas terrenas não fazem tanto efeito sobre mim, mas ainda assim, não estou totalmente sóbrio.
Coloco o copo ao lado da garrafa e deito-me ao lado da minha pequena mestiça, puxando-a para meus braços, ela apenas se mexe e se aconchega, porém não acorda. Duvido que fizesse isso se estivesse em sã consciência.
Ela me odeia e não a culpo.
Aperto-a contra meu corpo, absorvendo seu calor; sua respiração se mistura com a minha.
A sensação de tê-la em meus braços é indescritível. Nem sei como consegui me abster disso por tanto tempo.

Percorro sua bochecha com o polegar e me detenho em seus lábios macios. Ela estremece ao contato e eu não resisto, a beijo suavemente.
De repente, sinto sua resistência; suas mãos estão no peito tentando me afastar.

-Eu quero você! Eu quero muito fazer amor com você...

Ela arregala os olhos, claramente assustada comigo.

-Marek, por favor, não...

-Lily, você será minha aqui e agora, ninguém me impedirá disso. Por favor, não me rechace.

A respiração dela se torna mais densa, suas faces vermelhas e agora ela tenta me empurrar com todas as suas forças, mas é inútil. Não me movo um milímetro sequer.

-Solte-me!- ela suplica e isso só serve para me deixar irritado.
Eu realmente estou tentando ser gentil, mas ela não facilita em nada.

-Isso pode ser bom para nós dois ou só para mim, você escolhe!

Posso ver o horror em seus olhos, porém estou disposto a fazê-la me amar.

-Seu desgraçado, já não me fez mal o suficiente?!

-Eu só quero te amar.

-Mas eu não quero seu amor...

Colo minha boca na dela, impedindo-a de continuar me rechaçando.

-Você vai ter de querer!- aviso rolando com ela na cama e ficando por cima.

Definitivamente, não vou lhe dá escape. Eu a tenho desejado por muito tempo e hoje ela será minha.
Arranco minha camisa e jogo longe; tento beijá-la e ela vira o rosto. Agarro seu maxilar e faço ela me encarar.

-Por favor, facilite as coisas! Desejo satisfazê-la também...

Ela para de se debater e de tentar me empurrar para longe.

-Está bem! Mas não me machuque, por favor.

-Não o farei, prometo!- digo acariciando seu rosto.

Lily fica quieta e permite meu contato. Beijo suavemente sua boca e não preciso forçar para ela me dá passagem me deixando aprofundar nosso beijo que se torna cada vez mais exigente.
Suas pernas se separam para me acomodar, minha excitação se pressiona contra seu corpo esguio.
Sinto sua mão me enlaçar pela nuca e seu corpo se arquear contra o meu, fazendo uma onda de prazer me perpassar por inteiro me deixando cego de desejo.

De repente, sinto uma dor lacerante do lado esquerdo da minha cabeça e caio para o lado.
Ela salta da cama aos tropeços e só então percebo a armadilha.
A garrafa de whisky está quebrada em suas mãos e ela se mantém numa posição ameaçadora.

-Fique longe de mim, seu maldito!- ela grita, fazendo minha audição latejar.

Sangue escorre abundantemente em minha fronte. Estou totalmente desorientado, ela sabia exatamente onde me acertar.
Sim, éramos muito fortes em relação aos humanos ou mestiços, mas ainda assim, tínhamos alguns pontos vulneráveis e onde ela me acertou, era um deles.
Vejo-a sair mancando. Por sorte, ela não iria muito longe naquelas condições
Forço meu corpo para fora da cama e vou até o banheiro, onde apanho uma toalha e aperto no ferimento.

Lily, Lily, isso vai lhe custar bem caro, minha querida!

Depois de conseguir estancar o sangue, ponho minha camisa e sigo atrás da fujona.
Não entendo como, mas dois seguranças jazem no chão pelo caminho.
Sorrio com sua predisposição de fugir de mim, o que só aumenta minha excitação.
Definitivamente, aprecio isso nela.
Olho no horizonte, falta pouco para o dia amanhecer.
Enquanto a procuro nos arredores de casa, ouço um ladrido conhecido.

Maldição!

Corro naquela direção, aproveitando para pegar as armas dos seguranças inconscientes, não posso acreditar que essa teimosa entrou na floresta.
Ela prefere enfrentar as feras a estar em meus braços?!
Isso torna tudo mais emocionante e muito, mas muito mais perigoso. Ela não devia me instigar dessa forma.
Subo na trilha, atrás dela. Hoje, serei obrigado a castigá-la. Ela precisa entender que não pode me afrontar dessa forma.
Minha paciência tem limite.

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