Destino traçado

41

Luana

Tava fodida demais cara. Sabia nem como ia falar isso pra minha mãe e muito menos pro Ruan, ele vai querer me matar literalmente.

Se eu tô grávida? Ainda não sei. Mas tô enjoada pra caramba, e pra disfarçar na frente da minha mãe é uó, porque ela marca em cima pra caralho.

Chamei a Larissa, Leticia, Maya e a Rayla pra vim aqui fazer o teste comigo e adivinha? Nenhuma pode!

Maya eu entendo porque ela tava dando apoio pra Camila, que está super mal. Rayla não veio porque tava com o Matheus, o ex embuste dela e as outras duas inventaram uma desculpa esfarrapada.

Então eu chamei a Viviane, único problema é que eu ia tem que esperar ela sai do serviço, não ia conseguir fazer isso sozinha nem fodendo.

Mensagens on:

Vivi cunhada: depois do serviço tenho compromisso, é urgente?

Lua🌙: um pouco, sobre aquele negócio

Vivi cunhada: brota aqui em casa, na tua é arriscado

Vivi cunhada: meu compromisso é rápido, nada demais

Lua🌙: 21hr30 brito na tua casa

Mensagens off

Tava morrendo de nervosismo, só estava rezando pra tudo isso ser uma mentira papo reto. Tive que ficar ouvindo os professores falando sem parar e eu nem conseguia prestar atenção em porra nenhuma. Na minha cabeça só se passava sobre criança, gravidez, a surra que eu ia levar.

Se eu estiver mesmo grávida, não quero ter uma criança agora não mesmo. Mas sei que pra abortar eu corro risco de vida, por via das dúvidas até dei uma pesquisada sobre clínicas de abortos aqui no Rio, nenhuma segura de fato. A única que achei legalizada é na Venezuela, mas como explico pro Jogador que tenho que viajar pra outro país do nada e preciso de dinheiro pra caralho? Não da!

Mandei mensagem pra aquele inútil do Caíque, mandei ele me encontrar no barraco dele pra gente conversar. Sai da escola e fui direto pra lá, a mãe dele me atendeu.

Meire: Luana? —me olhou surpresa— não imaginava que seria você. Caique me disse que vocês não tem mais nada, voltaram?

Luana: não, nunca tivemos nada né, Meire.

Meire: ele é difícil de lidar, tem que ter paciência.

Luana: o problema dele é não querer nada com nada, eu que não corro atrás. Mas vim aqui pra bater um papo com ele, rapidinho.

Meire: daqui a pouco ele vem, foi comprar meu cigarro, pode se sentar.

Eu espero que ele não demore pra vim, se não eu vou embora. Passou uns 15 minutos e ele chegou, tava quase indo embora, tudo isso por um cigarro cara, coe.

X2: bora pro meu quarto. —falou e passou por mim.

Me sentei na cama dele e o mesmo continuou em pé na janela fumando.

X2: tu disse que era parada sério, o que é?

Luana: a gente transou da última vez sem camisinha, voce gozou dentro. —ele tossiu com a fumaça da maconha.

X2: tu tá grávida, Luana?

Luana: ainda não sei, vou fazer o teste de noite.

X2: caralho, tu não pode ta grávida não porra, seu irmão me mata Luana.

Luana: e você acha que não sei disso? Ele vai me matar. Eu tenho 16 anos porra, nem acabei a escola, se eu estiver grávida, essa criança vai estragar a minha vida, se acha que não penso toda hora que eu não posso estar grávida? —disse impaciente.

X2: não fala assim também, a gente pode dar um jeito. Se tu tiver grávida eu assumo, se vem morar aqui. —ri debochando.

Luana: eu não quero estar contigo! Eu nem sei se estou grávida, só vim porque preciso de dinheiro pro teste, Alencar não ia querer me dar sem saber o porque.

X2: toma. —me deu 50,00– quando você fazer essa porra me avisa.

Luana: tá, era só isso mesmo. —disse e fugi dali rapidinho, ele nem fez questão de vir atrás também.

Passei na farmácia e comprei o teste, peguei logo 3 teste de 15,00. Coloquei logo na bolsa pra esses fofoqueiros nem verem.

Pt: tá passando mal? —brotou na minha frente.

Luana: tá me seguindo? Vim me pesar só.

Pt: 200kg né?

Luana: teu cu garoto. —mostrei o dedo— ta sem fazer nada aí, me deixa lá em casa.

Pt: quem disse que tô sem nada pra fazer? Teu irmão socou vários trabalho no meu cu hoje. Mas sobe aí.

Luana: tá certo, tu merece folga não. —falei e ele riu negando.

Agradeci pela carona e entrei em casa, aquele cheirinho de comida é tudo que eu precisava.

Luana: tô com fome, tem o que hoje? —joguei minha bolsa no chão.

Michele: vai lavar as mãos porra, meche nas panelas não. Fiz macarrão na panela de pressão e frango assado. —tudo pra mim!

Lavei as mãos e já tirei a farda da escola, coloquei uma roupa bem à vontade e desci, coloquei um pratão bem caprichado. Ruan não perdeu tempo e logo chegou pra comer também, esse só vem pra comer, incrível.

Luana: deixa coca pra mim cara, tá doido.

Jogador: compra outra, fia.

Luana: vai pra tua casa, menino. Eu quero coca, deixa pra mim!

Jogador: engole essa porra aí. —deixou um pouco pra mim— chatona tu.

Luana: lógico, pela coca eu dou minha vida!

Minha mãe revirou os olhos e saiu da cozinha, eu comi 2 pratos bem cheio, mas logo veio aquela porra da ânsia de vômito. Disfarcei e subi pro meu quarto, fechei a porta do meu banheiro e vomitei tudo o que tinha comido. Escovei os dentes e me joguei na cama nervosa esperando pela Viviane.