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Viviane

Acordei toda assustada com o barulho de tiro. Abri os olhos e já vi o Ruan de pé se vestindo, tava com colete, cheio de arma, até com capuz na cara ele estava.

Viviane: você vai sair?

Jogador: achei que não ia acordar, vai pro banheiro e se tranca lá, até eu chegar. —disse ainda terminando de se equipar.

Viviane: a situação desses tiros, a coisa não está boa lá fora Ruan! Fica aqui, não tem necessidade de você ir.

Jogador: tô indo porque o bagulho tá doido lá  e eu viu ajudar os meus. Anda, levanta e vai pro banheiro!

Viviane: olha aqui, para por um momento —cheguei perto e levantei aquela touca ninja— você não tem que ir! Você nunca foi de botar a cara em confronto, fica comigo aqui! Tô com uma sensação ruim.

Jogador: vai da tudo certo, Viviane. Agora me escuta —ele segurou meu cabelo— tu entra no banheiro e pega aquelas besteiras ali, se tranca lá e só sai quando eu ou o Boquinha chegar, ouviu?

Viviane: você não vai me ouvir mesmo né? Pensa na Sofia, na sua mãe, irmã... em mim cara. —disse sentindo um aperto no peito, nunca senti uma dor assim, uma sensação que algo ruim vai acontecer.

Jogador: tu sabe que eu te amo demais preta e sempre faço de tudo por você, mas não posso ficar aqui não. Eu vou voltar, sempre volto. —me beijou rápido e falou algo no radinho e saiu apressado.

Fiz o que ele mandou, peguei umas besteiras que tinha, meu carregador, celular e entrei pro banheiro ficando abaixada. Grupo das meninas estava ativos, todo mundo nervoso né?

Luana tadinha, dizendo que o Murilo não parava de chorar, berrando alto pra caramba com os tiros, da pra se imaginar.

O Ruan nunca foi de ir pra confronto, então eu ficava bem mais calma. Até porque ele dizia "patrão é patrão". Aí quando é pra botar marra de patrão e ficar na dele, não faz né.

Minha vó me ligou surtando, tadinha. Atendi rápido.

Ligação on

Viviane: eu tô bem vó! Calma, toma seu remédio pelo amor, a senhora está nervosa demais.

Cris: me diz aonde você tá, Viviane.

Viviane: em casa, calma. Não tô na rua não, tô no banheiro trancada.

Cris: fico mais aliviada então, e o Ruan tá com você né?

Viviane: hoje não, ele tá lá fora. —suspirei nervosa— tô com tanto medo vó, eu não posso perder ele. —disse baixo— eu não sei se aguentaria.

Cris: Ei ei ei, não fala isso garota! Ele vai voltar vivo pra você, vai orar. Mas não maltrata a si mesmo pensando no pior, nessa horas a gente tem que manter a calma e sempre acreditar em Deus.

Viviane: eu sei, mas é difícil. Tô com uma sensação horrível.

Cris: não é pra menos, está um barulho intenso de tiros. Vou desligar agora porque vou falar com a Michele, acalmar o coração de mãe. Se precisar me liga.

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