Cap: 15 O que está fazendo aqui?

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  Aquela era a mesma voz que ele ouvirá pelo interfone durante 7 meses anteriores e a reação era a mesma de sempre, ainda agora seu coração disparando. Mew. Lentamente, Gulf se virou na cadeira, as mãos repousando em cima da mesa.

   _ O que está fazendo aqui?

  _ Estou à sua procura.

  Gulf deu-se conta de um nó no estômago, o pulso se acelerando e sentiu-se mais uma vez como um adolescente.

  _ Estou aqui.

  _ Posso ver. _ Mew aproximou-se e tirou a caixa de papelão que ele colocará na mesa, pousando no chão. Sentou-se na beirada da mesa, fitando-o. _ Como você está?

  O coração dele tornou a disparar. Mew trocará o smoking, mas, mesmo vestido de maneira despojada, numa camisa Sport branca com calça cáqui, estava irresistivelmente bonito.

  _ Bem _ respondeu o Gulf com nervosismo, lutando contra as lágrimas. _ E você?

  _ Bem.

  Houve um silêncio longo e tenso e, enfim, Mew rompeu-o, parecendo escolher suas palavras com cuidado.

  _ A situação ficou um tanto constrangedora com você saindo tão repentinamente.

  Gulf imaginou-o plantado no Altar em meio a estupefação geral quando ele fugirá.

  _ Foi assim tão terrível?

  _ O que você acha?

  Gulf não pode se perdoar por tê-lo humilhado daquela maneira. Engoliu em seco para vencer o nó em sua garganta.

  _ Lamento muito.

  Mew deu de ombros.

_ Felizmente, eu já havia passado por isso antes e, portanto, já estou me acostumando a lidar com noivos arrependidos.

  _ Fala sério.

_ É estou falando. _ Mew abriu um leve sorriso, mas havia uma expressão dura em seus olhos. _ Não acredita em mim? Pergunte para minha mãe. Ela lhe contará tudo a respeito. Foi há 15 anos. O nome dele era San, e eu achei que estávamos perdidamente apaixonados.

  Gulf mordeu o lábio inferior.

_ Ele realmente abandonou você no Altar também?

   Um músculo retesou-se no maxilar dele.

  _ Não exatamente. Ele me avisou com um pouco mais de antecedência... Teve a bondade de cancelar o casamento uma semana antes da data marcada. Mas isso não tornou as coisas mais fáceis. As pessoas queriam saber o que havia acontecido. Não queriam perguntar, e a maioria não fez, mas vez ou outra surgiram os mais ousados que perguntavam. Aliás, ainda me perguntam até hoje.

  _ Qual foi o motivo dele para cancelar o casamento?

  Mew adiantou-se até as vidraças, olhando para os arranha-céus de Seul.

  _ É complicado, mas a principal razão foi a de que ele teve preocupações quanto a minha... _ Hesitou, buscando as palavras certas. _ Árvore genealógica.

  Os Suppasits eram uma das famílias mais antigas e respeitadas de Seul. Como Alguém poderia ter tido algum problema em relação a família dele?

_ Isso não faz sentido.

   Mew observou-o por sobre o ombro, a expressão quase zombateira, e falou:

  _ Faz se você conhecer a minha árvore genealógica. Em termos de linhagem não sou um Suppasit. San descobriu isso umas duas semanas antes do nosso casamento entrou em Pânico... _  interrompeu-se, contraindo o rosto diante da palavra _ ... mudou de ideia. Não queria um D' Lucca. Queria um Suppasit. Um Supassit legítimo.

  Gulf esforçou-se para assimilar as palavras e seu significado.

  _ Você não é o filho do senhor e senhora Suppasit?

  _ Sou o filho adotivo de ambos _ declarou ele, o semblante sério.

  _ É a mesma coisa.

  _ Não para San.

   Indignado, Gulf levantou-se da cadeira.

  _ Então, ele não o merecia! Não tem coração e nunca amou você...

  _ Quem é você para falar sobre amor? _ Mew interrompeu encarando-o. _ Você não ia se casar comigo por Amor, ia?

  Gulf afastou-se um pouco, incapaz de fitá-lo, de responder. Odiava mentira. Era péssimo em mentir. Os pais tinham acostumado dizer que não conseguia manter nenhum erro em segredo.

  _ Você me ama? _ persistiu Mew, aproximando-se dele, tensão em cada músculo de seu corpo.

  Gulf tornou a sentar-se, ainda evitando fitá-lo. Mas Mew virou a cadeira em sua direção para não deixá-lo desviar o olhar.

  _ Eu...
 

  _ Você o quê?

  _ Gosto de você. Sim, gosto muito. Venho trabalhando com você há 7 meses. E trabalhamos ainda mais de perto no último mês cuidando dos preparativos também.

   _ Mas você não me ama. Eram apenas negócios, certo?

  Gulf levantou os olhos para fitá-lo, a expressão ansiosa e apenas confirmou com gesto de cabeça.

  _ Responda. Diga-me com palavras.

  Gulf respirou fundo.

  _ Eu não amo você _ declarou, mas, ainda enquanto dizia as palavras, houve uma ligeira contração muscular no alto de sua face, o olho esquerdo piscando involuntariamente por um instante.

   Mew estudou-o, o cenho franzido. Adiantou-se novamente, então, até a janela, correndo os dedos pelos cabelos.

  _ Foi difícil esquecê-lo? _ perguntou  Gulf num tom manso.

  Mew deu de ombros.

  _ Ele era bonito, elegante, encantador. _ A expressão dura abrandou-se, tornando-se irônica.. _ Sim foi.

  _ Lamento que ele o tenha magoado.

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