Cap:22 Nade comigo?

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  Gulf Descalçou os sapatos para caminhar pela beirada do mar e, quando, enfim, Mew sentou-se na praia, acomodou-se a seu lado, afundando os pés na areia ainda quente.

  Havia tamanha tranquilidade na ilha, nenhum ruído, exceto um gentil quebrar das ondas.

   _ É um lugar mágico _ sussurrou.

   Mew meneou a cabeça.

   _ Eu me sinto bem aqui. Calmo. E gosto de ter você aqui comigo.

  Gulf inclinou-se para a frente e abraçou os joelhos, sem saber o que dizer ainda se sentia um tanto intimidado pelo homem, continuava admirado com o fato de estar ali, nas Bahamas, na Ilha de Mew. Era como um sonho. Íntimo. Exclusivo. Era quase como se estivessem em Lua de Mel, embora não tivesse havido o casamento.

   Mew apontou para água.

  _ Veja, o sol está descendo depressa Agora.

   De fato. Uma vez que o sol atingiu o horizonte, desceu depressa, desaparecendo no oceano como se fosse uma imensa bola de fogo e, por um momento esplêndido, as águas se iluminaram, a superfície adquirindo tons de rubi e ouro.

   Gulf ficou com a respiração em suspenso durante os últimos segundos, observando com fascínio enquanto o sol desaparecia, deixando no horizonte um Palácio azul entremeado de suave Dourado.

  _ Foi magnífico sussurrou, _ virando-se para fitar Mew, encontrando os incríveis olhos escuros. Estremeceu, então, pensando na intensidade de suas emoções.

   Durante sete meses, lutara contra seus sentimentos. Tentará vencer o desejo, negar a necessidade, ignorar o anseio. Dizera a si mesmo que seus sentimentos se apagariam. Forçara-se a ir para outro lugar, procurar outro emprego para colocar distância entre ele e a dor de um coração partido, mas ali estava, ao final de Julho e continuava esperando, querendo, precisando, sonhando.

   Seria assim tão terrível parar de lutar contra si mesmo e apenas desfrutar a companhia dele? Os momentos maravilhosos que podiam ter juntos?

   Seria tão ruim ficarem juntos só pelo momento e ele vivenciar o que pudesse... Mesmo que fosse apenas sexo?

  _ Ouça, nós não temos que tomar nenhuma grande decisão hoje.

   Gulf tornou a fitá-lo, perguntando-se como Mew podia ler com tanta exatidão os seus pensamentos.

  _ Eu costumava acreditar que era realmente antiquado _ começou, _ mas estou começando a pensar que não sou assim tão conservador.

  _ Gulf...

  _ Eu não quero me casar com você. Se é para um casamento durar deve se basear no amor, mas há coisas sobre as quais tenho curiosidade e muitas que não sei.

  Gulf respirou fundo antes de prosseguir, reunido coragem.

  _ Eu gostaria que você... _ Engoliu em seco, achando as palavras quase impossíveis de serem ditas. _ Que você pudesse me ensinar essas coisas... Mostrar-me como acontece... O que fazer.

  _ Você faz com que isso pareça ciência espacial.

  _ E, de fato, é difícil para quem não conhece.

  _ Bem, acho que você não precisa se preocupar. Sei que aprenderá naturalmente. É mais fácil do que pensa.

  _ Foi o que você disse quando a beijar _ lembrou-o, um tanto ofegante.

  _ E eu estava errado?

   Mew estava fazendo aquilo novamente. Deixando-o excitado, fazendo o desejá-lo. Gulf sentiu sua pele tão quente que teve vontade de tirar a roupa e mergulhar no oceano.

  E deu-se conta de que era exatamente o que queria fazer. Tirar as roupas. Ficar completamente nu. Nadar sem absolutamente nada no corpo. Nunca fizera nada tão ousado, mas aquele era o momento, aquela era a noite. Se não fizesse nada arriscado agora, jamais o Faria.

  _ Quer nadar? _ Perguntou a Mew, corando um pouco.

   _ Quer dizer irmos colocar nossos trajes de banho e rumar para a piscina?

_ Não. _Gulf sentiu o rubor se acentuando, mas não recuaria. Na verdade, ocorreu-lhe que faria praticamente qualquer coisa para que ele o beijasse em breve. _ Vamos nadar aqui _acrescentou, engolindo em seco. _  Despidos.

  Mew não soube se aquilo seria o melhor no momento. Gulf estava ali lhe exercendo um efeito incrível. Estivera lutando contra o desejo que o consumia a noite toda. O jantar fora uma lição de disciplina.

  Mas era uma coisa esconder a intensidade ea evidência de seu desejo sentado a uma mesa de jantar e outra completamente diferente estando na praia.

   _ Vamos _ convidou-o Gulf, inclinando-se para frente. _ Nade comigo.

  Mew estudou-o. Parecia tão autêntico, o rosto tão cheio de vivacidade, os olhos brilhantes, a expressão aberta, natural. Adorava aquilo nele... Sua espontaneidade, sua inocência.

  Sim, era por certo, diferente de todos os homens experientes que já conhecerá e tão bonito quanto eles, ou, na verdade, até mais.

   Mew olhou por sobre o ombro para sua imensa casa térrea. Ela reluziu feito uma misteriosa lanterna japonesa numa coluna. Os archotes que iluminavam o caminho que conduzia da praia até o bangalo cíntilavam, chamas amareladas dançando de encontro à noite . Era uma noite quente, agradável o bastante para se dormir sob as estrelas e certamente propicia para um mergulho.

   Fitou os expectantes olhos de Gulf.

_ Quer mesmo fazer isso?

  _ Sim _ respondeu ele, a voz trêmula.

  _ Está certo, mas vá você primeiro.

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