Cap:13 A proposta.

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   _ De fato, sempre os uso penteado para trás. Você... Não gosta dos meus cabelos, não é mesmo? São um tanto Rebelde...

  _ Tolice apenas não estou acostumado a ver você assim, mas... Está muito bem.

  A voz de Mew adquirirá um timbre diferente,e Gulf tornou a ficar apreensivo, inseguro. Aquilo não era normal. Não sabia o que fazer, ou dizer. Sentiu-se ainda menos a vontade quando Franco voltou com uma garrafa de champanhe.

  Champanhe. Gulf tornou a sentir o coração apertado. Mew estava fazendo uso de todo seu Arsenal.

  A primeira garrafa dele de champanhe de verdade, champanhe francês, num charmoso restaurante chamado Francos em companhia do homem do ano da News Weekly. Aquela não era sua vida.

  Gulf sorriu com nervosismo, enquanto Mew preenchia as taças de ambos e lhe entregava uma. Engoliu em seco, dando-se conta de que era melhor dizer algo inteligente logo, fazer algo de certa sofisticação, ou acabaria ali, apenas o encarando feito um tolo.

   Ergueu sua taça.

  _ Ao Homem do ano _ brindou, a voz trêmula. _ Parabéns, Mew. Você merece.

  Gulf soou tão sincero, tão espontâneo, pensou Mew, erguendo sua taça para acompanhá-lo no brinde. À Luz de Vela favorecia-o, deixando a pele Alva Luminosa sobre o brilho da chama.

   Gulf não era como os homens com quem ele saía era bem mais autêntico, mas real. Gostava de sua falta de sofisticação, era algo que o agradava mais do que glamour e Requinte. Todos presumiam que, por ganhar somas Fabulosas de dinheiro, gostava de Luxo e Ostentação. O oposto era verdade.

  _ Tem sido um ano e tanto _ acrescentou o Gulf. _ Você é a pessoa favorita de todos.

  _ Não a sua _ respondeu o Mew, zombeteiro.

  Gulf corou, baixando os olhos para a  mesa.

  _ Você está falando sobre o livro, mas realmente detesto quando toca no assunto, porque os últimos seis meses tem sido incríveis. Falo sério, vamos encarar os fatos. Você é incrível.

  Algo na voz dele tocou Mew a fundo. Era dono de uma suavidade que o surpreendia constantemente. Não conhecia mais muitos homens que ainda eram tão ternos, tão... inocentes.

   Ele franziu o cenho, momentaneamente confuso. Não estava totalmente à vontade com aquela ligeira mudança de sentimento. Na verdade, não estava à vontade com sentimentos, mas não o selecionará como candidato a marido com base em sentimentos. Ele era a escolha mais racional, mais lógica.

  _ E pensar que uma semana atrás eu me sentia desvalorizado _ comentou  Gulf a um dado momento com um sorriso irônico. _ Acho que não posso me sentir dessa maneira agora, não é mesmo?

  _ Sentia ser desvalorizados?

_  Você nem sequer sabia meu nome!

   Mew sentiu uma pontada de culpa. Gulf tinha razão em estar aborrecido.

  _ Eu gostaria que você tivesse me corrigido logo na primeira vez em que eu o disse errado. Que tivesse me dado um tapinha no ombro, me repreendido pelo interfone...

   _ Não teria sido possível _ Gulf aparteou com um sorriso delicado e, à luz de velas, Mew deu-se conta de que os olhos dele eram lindos. _ Você... Você é... Você.

  _ Brilhante dedução, Senhor Kanawut.

   Gulf tornou a sorrir, o rubor espalhando-se por suas faces, e algo o  tocou novamente. Aquela emoção era nova, um tanto protetora e acompanhada de uma boa dose de ciúme.

   O senhor Osborne não poderia ficar com ele. Mew não iria perdê-lo.

  O jantar terminou, Franco retirou a mesa e a garrafa de champanhe vazia foi substituída por café. Gulf recostou-se na cadeira, relaxado, Sereno.

  _ Foi adorável _ suspirou e, então, teve de cobrir os lábios para conter um bocejo. Não olhará para o relógio, mas devia passar da meia-noite. _ Isso foi como um sonho.

  _ Não tem de determinar. _ Mew inclinou-se para frente. _ Eu tenho uma ideia e sei que parecerá um tanto maluca, mas acho que daria certo e que ambos ficaríamos felizes.

  _ Você vai me dar um aumento?

  Mew fitou-o nos olhos com intensidade.

  _ Pode-se dizer que sim.

  Tirando uma pequena da caixa de veludo de dentro do bolso e colocou-a sobre a a mesa.

  Gulf teve a impressão de que seu coração parou por um momento. Sentiu-se estranho, uma inesperada ansiedade envolveu-o.

  Mew empurrou a caixinha gentilmente ao longo da mesa.

  _ Case-se comigo.

  Gulf começou a tremer. Sentia-se tão gelado por dentro de repente. Não podia acreditar que ele seria capaz de uma coisa daquelas, que o trataria daquele jeito.

  _ Isso não tem graça.

  _ Não estou fazendo uma brincadeira.

  _ Pare com isso.

  _ Gulf...

  Gulf ignorou-o, levantando-se, o coração apertado, as faces queimando. Sentia-se tão humilhado.

  _ Não se levante _ disse a Mew depressa. _ Eu pegarei um táxi.

  Mew deixou o dinheiro na mesa e seguiu-o rapidamente.

  _ Espere. _ Barrou a saída estendendo o braço para apoiar na porta. _ Não saia. Não desse jeito.

  _ Acho que já tivemos drama bastante por uma noite _ disse Gulf, incapaz de fitá-lo, os braços cruzados sobre o peito.

  Sem o terno, Mew podia ver quanto ele era esguio. A blusa fina moldava uma compleição bem feita e apenas insinuava de leve as curvas masculinas que ocultavam deixando perceber como estava vulnerável e sem defesas naquele momento.

  _ Não fique zangado. Não estou tentando magoá-lo. Só estou tentando lhe dizer que preciso de você.

  Precisava dele?, Pensou Gulf, num valente esforço para conter as lágrimas. O homem não precisava dele. Era Mew suppasit, o solteiro mais sexy da Tailândia. Como podia precisar de alguma coisa?

_ Isso é como uma brincadeira de mau gosto que os garotos da Colégio fazem. É algo que fazem.... Iludem um garoto, fazem com que se sintam especial e, então, humilham-no em seguida. Mas eu jamais teria esperado uma coisa dessa de você.

  Mew segurou-o pelos ombros.

  _ Mas isto não é uma brincadeira. A proposta é real, e estou sendo bastante sincero. Mas obviamente abordei a situação da maneira errada.

  Gulf fechou os olhos.

  _ Tenha um pouco de compaixão, por favor.

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