Capítulo 1

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Eu sei que não deveria estar aqui, mas eu não suportaria ficar parada esperando perder alguém novamente, principalmente após o homem sem rosto ameaçar matar cada um. Eu tenho que fazer alguma coisa, considerando que de longe é impossível adquirir resultados, decidi quebrar a promessa que tinha feito à Jake para um propósito maior.

Obviamente eu não avisei ninguém que estou aqui com o único objetivo de Jake não ficar sabendo, por enquanto. A última coisa que quero é uma discussão sobre o quão perigoso é estar em Duskwood, que sinceramente, eu não ligo. Talvez foi imprudente vir no lugar que seu amigo foi capturado, isso porque não acredito que o Richy esteja morto, ele está esperando ser encontrado assim como a Hannah. Eu garanto que em breve vou vê-lo pessoalmente.

Apesar das possíveis teorias de que ele é o Homem sem rosto, eu não o vejo assim, isso porque é difícil pensar que seu melhor amigo é capaz de uma monstruosidade dessas. Portanto gosto de pensar no bom e velho Richy, que faz piadas até em horas inconvenientes. O silêncio nessa floresta mórbida é perfeito para um monstro se esgueirar por aí sem ser notado, que me faz pensar que os lugares mais silenciosos são os mais perigosos. Refaço o caminho do Richy, analisando os possíveis lugares que o homem sem rosto pode ter o levado. Obviamente sem sucesso. Esse lugar é um maldito loop.

Por fim, desisto de adentrar mais a floresta me direcionando para a saída quando ouço sons de passos. Rapidamente me escondo atrás de uma árvore, torcendo para que seja apenas caçadores procurando por sua presa. O sentido que isso levou me causou arrepios. Os sons finalmente pararam, quando decido olhar sinto um alívio.

– Alan Bloomgate! O que faz aqui? –Ele se vira apressadamente com a expressão assustada. — Me desculpe se assustei você.

– (seu nome)? Eu estou apenas fazendo o meu trabalho. E o que você faz aqui? Não me diga que considerou a ideia e veio conversar comigo, você sabe, o seu depoimento pode ser tudo o que precisamos.

– É justamente isso que vim fazer aqui. Podemos conversar em outro lugar? Aqui não é o melhor lugar.

– É claro. – Enquanto caminhamos alguns corvos sobrevoam, e imediatamente sinto uma presença estranha nos observando.

■□■

– Sente-se, ( seu nome). — Alan se dirigiu até sua mesa com um copo de café em mãos. – Você gostaria de um café também?

– Não, obrigada. Bom, eu sei que o Phil está mantido aqui, eu gostaria de saber por que ainda não o soltaram sendo que o motivo da sua prisão está atrás das grades? – Eu nunca imaginei que estaria em uma delegacia, ainda mais em Duskwood. Também nunca imaginei que o Alan seria tão jovem assim.

– Você ainda não sabe...

– O que?

– Assim que encontramos o local dado por vocês, não continha nada suspeito e incriminatorio, apenas uma fazenda normal. Como não tinha evidências, decidimos manter o Phil por mais algumas semanas, até pensarmos em uma solução. Imaginei que você soubesse.

Eu não consigo acreditar, por uns minutos eu realmente pensei que tudo isso tinha acabo e iria rever Richy, mas agora isto está novamente distante. Sinto vontade de chorar e gritar que não pode ser real.

— Não pode ser... Eu vi o seu covil, estava tudo lá, as provas. Temos fotos e vídeos de tudo.

– Bom, se você me entregar esse material vou avaliar o estado de seu amigo. Mas se você realmente quer que ele saía daqui o mais breve possível, eu tenho um acordo para fazer com você.

– E o que seria?

– Eu sei que você entra em contato com aquele hacker, sei também que ele é procurado pelo governo. Diante disso, quero que me conte tudo o que sabe sobre ele e em troca disso, a liberdade do Phil.

– Eu não sei nada sobre ele. Não tem outra maneira de resolver isso? Uma fiança ou um advogado? Porque posso conseguir um.

– Pensei que você seria mais inteligente, mas vejo que você é apenas uma iniciante. Caso mude de idéia, vou manter a proposta. – Alan se levanta e caminha em direção a porta. – Se me der licença, eu tenho coisas importantes para resolver.

— Uma última coisa... Será que posso visitá-lo?

– Infelizmente não será possível, você teria que agendar um horário, e também estou de saída. Você gostaria de uma carona?

– Não será preciso, mas obrigada.

– Eu insisto – Saímos e em seguida ele tranca a porta. Durante todo o trajeto fiquei pensando se realmente fiz o certo, o Phil poderia sair rapidamente com as informações sobre Jake, mas o que adianta conseguir a liberdade encima da de outra pessoa? Isso realmente seria justo? Eu vou encontrar outra saída que não seja essa.

– Você poderia me deixar na casa da Jessica Hawkins, por favor? – Alan consente, apesar de todos no grupo nos darmos bem, eu não vejo em qual casa ficar sem ser da Jessy. Eu não suportaria passar 24h ao lado da Lily, se bem que já resolvemos nossas questões, mas eu não consigo esquecer todas aquelas mentiras que ela publicou e no quanto ficou contra mim no começo.

– Chegamos – Alan desliga o motor e olha para mim. – Estou ansioso para sua próxima visita.

– Eu tenho que te agradecer, até mais. – Assim que o carro saiu da minha vista, me virei e fui em direção à porta. Confesso que estou um pouco nervosa em descobrir a reação do pessoal ao saber que estou aqui, se eles já ficaram eufóricos quando menti que fui ao Cisne Negro com o Dan, vão enlouquecer ao me ver pessoalmente. Dou três batidas na porta e espero. Não posso conter um sorriso ao ver os cabelos ruivos da Jessy bem em minha frente. – Hey Jessy! – Abraço ela.

– ( Seu nome)! Eu estou tão feliz, não posso acreditar que é você mesma que está em minha frente. Vamos entrar!

Somebody To Love | DuskwoodOnde histórias criam vida. Descubra agora