Capítulo 11

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Pelo tom da voz da Lilly, ela tinha algo muito importante para me dizer. Sendo assim, não terminei o café e já me direcionei para a porta esquecendo completamente do Phil. — O que aconteceu, (seu nome)? — ele veio até mim, segurando meu braço. Me virei para ele.

— Eu recebi uma ligação da Lilly — ele soltou meu braço antes de colocar suas mãos no bolso. — Pelo que entendi, ela tem uma coisa muito importante para dizer.

— Certo, eu te levo — ele se virou em busca de suas chaves, colocou uma jaqueta por cima de sua blusa. Não intervir, afinal, chegaria rápido ao invés de gastar minutos esperando por uma carona. Phil nos conduz até sua moto e me entrega um capacete, pelas ruas de Duskwood as rodas derramam rapidamente, pude sentir o vento passar entre meus cabelos. A minha ideia era manter as mãos atrás, mas isso mudou quando Phil desviou dos carros fazendo com que eu fosse para frente, minhas mãos foram para seu abdômen, prontamente as retirei me sentindo desconfortável.

Chegamos no hospital onde Lilly estaria, desci da moto e agradeci o Phil pela carona que fez menção em entrar. — Eu acho melhor você não ir lá dentro — falei para ele depois de entregar o capacete. — Você sabe, eles desconfiam muito de você, recentemente.

— Claro (seu nome) — ele ligou o motor de sua moto — Como se eu me importasse com isso. Até logo. — Com isso, Phil sumiu entre os carros, e pela primeira vez eu estava sentindo pena dele.

Pena porque depois de sair da cadeia, supostamente ficarmos sabendo que a prisão dele foi injustamente, o grupo ainda mantém suspeitas sobre ele ‐ claro, não temos que descartar ninguém, mas se formos parar pra pensar, o Phil foi o mais injustiçado de todos os outros que se julgam inocentes, à procura de culpados para derramar seu próprio pecado. A escolha do local da Lilly me traz repulsa, simplesmente não poderia ter escolhido um local mais apropriado? Um local de cura obviamente deveria ser tranquilador, mas para mim, é totalmente ao contrário devido à incerteza que predomina se você sairá vivo ou não. Mas isso deveria estar em um capítulo intitulado lamentações, não? — Oi, Lilly — cumprimentei a garota que estava ocupada com uma revista na mão cujo o conteúdo não agradaria a Cleo. — Como manter invasores longe de sua casa? — Li o título um tanto quanto cômico.

— Oi (seu nome) — Ela fechou a revista e me mostrou a capa. — Bastante útil quando se tem um em seu grupo de amizades.

— Com certeza, ela não pode ver, assim suas habilidades não serão ainda mais aprimoradas. — comentei. — Mas por que essa escolha do local? Não, espera, me deixe adivinhar. — fingi estar pensando em todas as possibilidades plausíveis. — Não me diga que você está escondendo o Jake em sua casa?

— Não (seu nome) — falou.— Seria muito óbvio, não ? E outra, eu teria avisado você. — ela revirou os olhos. — Mas o motivo da conversa é explicitamente ele. — ela fez uma pausa. — Você quer a notícia boa ou ruim?

— A minha escolha altera os fatos? — perguntei, imaginei todas as coisas ruim possíveis, e todas elas fizeram me arrepender desse ato. Ela murmura que não. — Sendo assim, eu quero a boa.

— O Jake me avisou que quer se encontrar com você amanhã, o motivo eu não sei — ela falou para mim e isso fez com que eu ganhasse na loteria. Dei um abraço na Lilly e saltei por aí, se isso não fosse o hospital eu certamente estaria saltando nas paredes, mas me contive.

— E precisa de motivos para um encontro desses? — falei quando finalmente me acalmei, mas obviamente que a euforia ainda percorre todo o meu corpo, como uma batida eletrizante. — E qual é a ruim?

— Bom (seu nome)... — ela colocou o cabelo um pouco pra trás, e cruzou os braços, que me deixou um pouco apreensiva. — Por algum motivo o Alan... Ele divulgou todas as provas que você entregou à ele... E nessas provas... — ela nem precisou concluir o que minha mente Já saberia.

— Ah, não...— murmurei. E assim tanto quanto minha animação subiu como uma montanha russa, assim desceu em um picar de olhos. — Eu deveria ter imaginado que ele não arquivaria. — lamentei.

— Agora com o progresso totalmente visível, o sequestrador deve estar sabendo de todos os nossos passos. O que possibilita uma vantagem dele sobre nós. — ela analisou.

— Que droga...— andei até o bebedouro para pegar um copo de água. Uma hipótese percorreu na minha mente. — Você acha... Que o Jake quer se encontrar comigo justamente pelo acontecido?

— Uma hipótese muito boa... — ela veio até mim. — Ainda mais que está muito arriscado ele aparecer, quando algumas informações sobre ele estão visíveis para todo mundo.

— Eu nunca deveria ter feito aquilo. Você sabe o quanto estou me sentindo culpada agora? — Lilly me abraçou. — Se eu apenas não tivesse falado a verdade...

— Agora não é hora de ficar se sentindo culpada. — ela falou. — Precisamos encontrar um jeito de resolver essa situação, antes que ela se complique.

— Você tem razão — me afastei. — Eu vou tentar resolver isso agora. — Quando falei isso, o restante do pessoal apareceu no corredor nos olhou confusos.

— O que aconteceu (seu nome)? — Jessy perguntou visivelmente preocupada.

— Depois eu explico — caminhei para fora daquele ambiente já pensando em meu destino.

Somebody To Love | Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora