Somebody To Love | Duskwood

Capítulo 28

Jake

Aonde foi que eu me perdi? Quando parei de enxergar através da linha do horizonte?

Todos nós temos alguma coisa que não nos deixa cairmos no abismo da morte. Por muito tempo, tentei encontrar uma maneira de fazer com que tudo que eu tivesse feito não perdesse o sentido. Quando você está desesperado para traçar o que te move, não mede suas escolhas que no futuro se torna sua perdição. E essa perdição te cobra muito caro pelo que pensou que fosse o certo.

A culpa me consome e me persegue pelas escolhas que fiz. Embora eu saiba que grande parte é feita pelo subconsciente, não me livra da dor que é ver tudo sendo destruído. Tudo isso vem sendo cobrado quando tenho que ver a pessoa que eu amo sofrendo pelas minhas atitudes. Estou em uma maldita prisão que eu trouxe para mim. Quão terrível é isso?

Eu não aprendi tudo tudo sei hoje sobre tecnologia sozinho. Há um tempo, encontrei uma formação que ensinava desde as coisas mais pequenas até a que ninguém poderia imaginar. Seria perfeito para me aprimorar... Entretanto tudo tem um preço. A felicidade durou uma fração de tempo quando avisei que iria atuar sozinho... obviamente eles não iriam aceitar isso tão fácil. Então eles começaram a exigir tarefas para que eu pudesse ir embora... Eu só não sabia até onde aquilo iria chegar.

— Jake, Jake... Você achou mesmo que se esconderia para sempre? Que eu não te encontraria e deixaria você viver sua miserável vida em paz?

Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo que não percebi o perigo. Klaus estava me olhando com fogo nos olhos. Embora ele que me ensinou tudo, não suportou a ideia que seu submisso melhor que ele.

— Você se julga tão inteligente que nunca percebeu que eu estava de olho em você. Sempre atento ao seu próximo passo, e você quer saber? —  Tudo isso está me entediando. Sinto o sangue escorrer pela minha testa. — A parte mais divertida disso tudo foi ver você chorar por causa de sua irmã... Ah, você ja sabe qual é o final disso tudo, é divertido ver você lutar por uma causa perdida.

Eu sei o que ele está tentando fazer, induzir a sua presa com seu jogo de palavras para me ver descontrolado e se sentir... vitorioso com a minha tentativa fracassada de enfiar uma faca na maldita garganta dele. O ignoro. Um inimigo ignorado é muito melhor do que palavras lançadas.

— Ah Jake, você sabe o que te espera — Klaus continua com seu jogo. Não obtendo resposta ele pega no meu rosto fazendo o olhar. — Eu quero ouvir você dizer...

Silêncio.

— Ela está morta — Klaus sussurra, seu olhar gelado e sorriso vitorioso.

— Vá se ferrar!

— Era isso que eu queria! O ódio refletindo no seu olhar... a sua vontade de me matar e você não poder fazer nada! — Ele caminha ao meu redor com as pontas do seu dedos me tocando.

— Por que tudo isso? — Klaus para atrás de mim com seus dedos tambolirando sobre meu ombro. Ele começa a rir.

— Ah Jake, você ainda não entendeu?

— Entender um psicopata louco como você? Eu precisaria me internar...

— Vai precisar de muito mais para me tirar do sério. Hum, você não chegou nem perto. — Ele ordena seu segurança para trazer um monitor. — O dia vai ficar ainda mais perfeito porque vamos ter mais uma sessão de cinema... — Ele sorri de canto.

As minhas mãos começaram a suar e o desespero começou a invadir o meu peito. Não pensar em (seu nome) está impossível, minhas lembranças se voltam para quando nos encontramos. Ver seus machucados e assistir o que estavam fazendo com ela é terrivelmente... dilacerante. Porque isso me lembra que fui incapaz de cumprir uma única promessa de protegê-la. E saber que tudo isso é culpa minha...

— Que foi, Jake? Cadê o seu sorriso para poder ver sua amada? — ele balança um pequeno controle em minha frente. — Agora... eu não entendo o que uma garota como ela viu em você...

— Todas as coisas que você nunca vai ter — pisco para ele. — Por que você não supera logo que eu vou sempre te vencer? — eu não poderia deixar de perder isso. Ver sua serenidade saindo por tão pouco é maravilhoso.

Klaus abaixou a cabeça, seu sorriso inconstante estava desaparecendo. Logo, ele inclinou a cabeça para o lado passando a mão sobre seu pescoço. Sorrio enquanto observo ele tentar manter a calma...

— Você não consegue né. — Sorri.

Ele virá o corpo para o outro lado enquanto abre e fecha a mão em punho.

— Você sabe que sempre vai ser um pedaço... de merda.

Klaus se vira, vindo em minha direção me encarando com seus olhos fumegantes. Ele acerta um soco em meu maxilar, o sangue começa escorrer e a dor dilacerante se instala em meu rosto. Apesar disso, é divertido saber que ele tenta miseravelmente esconder o seu ego ferido.

— Vamos ver se você consegue falar de baixo da água, Jake — Klaus ordena para dois homens me desamarrar.

Olhei para o grande tanque sentindo um frio em minha espinha. A água refletia meu reflexo que estava diferente... Talvez seja pela enorme quantidade de sangue e o medo pincelado em meu semblante. Respirei fundo pronto para armazenar a maior quantidade de ar possível. Quando fiquei submerso a percepção do tempo ficou diferente enquanto escutava os gritos de Klaus em câmera lenta. Quanto mais me balançava, mais ar ficava rarefeito em meu pulmão... parecia uma eternidade para talvez alguns segundos. Por fim, eles me jogaram no chão e tossi água tentando recuperar o ar.

— Eu espero que você tenha gostado... porque eu adorei — ele pega no meu queixo para encará-lo. — Eu quero muito fazer de novo, entretanto agora não. Quero que você veja o que está acontecendo.

Olhei para o monitor sentindo minhas entranhas se revirar. Aquele maldito cara está encostando a mão nela. Quando eu sair daqui, vou fazê-lo se arrepender. Se eu sou procurado por ser hacker, não seria uma má ideia dar um motivo real para isso acontecer. A raiva me domina quando vejo (seu nome) tentar fugir e ele a prender contra a parede.

— Parece que você não é o único que ela encantou Jake — Ele começou a rir da situação, levantei e bati em seu rosto que o fez cair no chão pois estava totalmente desprevenido.

— Está divertido?! — O seu rosto virou uma mistura avermelhada, a distração dos homens acabou quando senti dor em minha costela.

— Eu espero que ela traga o que eu pedi — Klaus levantou e ordenou que eles parassem. —Caso contrário, quem vai ter que pagar esse preço é você, Jake. E eu já estou louco para fazer isso. — Observei ele colocar a mão em seu lábio ferido com mero prazer. — Agora... eu tenho uma tarefa para você.

Quando olhei para o monitor, um cara entrou e falou alguma coisa que fez aquele maldito sair da sala. Alguns minutos se passaram, e eles repetiam o mesmo movimento... um sorriso surgiu quando entendi o que acabou de acontecer.

— O tempo está correndo, Jake.