Capitulo 20

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— Tudo pronto.

Você só acredita que é capaz de resolver o problema, quando ele bate em sua porta e não há outra saída. As situações aparecem sempre para provar o melhor de si, fazendo com que você saia de sua zona de conforto e encare o mundo real. Por mais que eu não goste da minha realidade, estou presa em deslizamento, não há escapatória para mim.

— Você tem certeza?

A pergunta de um milhão de dólares. Eu nao poderia desistir agora nem se eu quisesse. Essa é a primeira vez na minha vida, rodeada de dúvidas, que tenho certeza em alguma coisa. Eu só não digo o mesmo se isso dará certo.

Aceno para o Phil que estava sentando ao meu lado em sua moto. Ele conseguiu uma outra para mim. Tenho exatidão que vamos sair nós três dessa. Foram necessário três dias para analisar a situação e realizar tudo devidamente calculado. Seria extremamente perfeito se meu inconsciente não ficasse martelando que quanto mais tempo demoramos, mais eles machucam o Jake. Embora eu não goste de pensar nisso, ignorar o que minha mente projeta não seria muito estratégico.

Lancei um olhar para as ruas quietas e calmas da cidade, a pouca iluminação da lua fazia praticamente todo o trabalho, em vista de que os postes alternava entre falhar e apagar em meros segundos. As luzes do departamento estavam totalmente apagadas sinalizando que seria possível realizar o plano. Olhei para o meu relógio indicando que havia se passado pouco mais das três. Escolher esse horário foi muito pensado para que eles não estejam tão atentos.

Um sorriso se abre em meus lábios com o pensamento de que eles realmente acreditam que na madrugada, o perigo se torna nulo.

Não poderia facilitar mais.— Está na hora. — falei saindo da moto, assim como o Phil. Coloquei uma faca em minha cintura e me certifiquei que a arma que estou na mão está carregada. Caminhei com calma enquanto ele prosseguia na minha frente, diferente de mim seus passos eram extremamentes confiantes.

Observei o Phil puxar um cara para trás, logo após deu uma chave de braço fazendo com que o mesmo caia inconsciente. O seu parceiro não escutou e muito menos percebeu, devido que estava envolvido com seus fones de ouvido.

Momento de agir, diferente dele prefiro o rápido e prático. Mirei a arma em seu pescoço, a certa distância. Pensei em trocar por balas reais, mas eu não tenho certeza se quero minhas mãos sujas de sangue por algo tão puro. Quando disparado um de meus soniferos, rapidamente ele colocou a mão no lugar, cambaleando para os lados. Não demorou muito para suas pernas se sentirem enfraquecidas e o mesmo cair no chão. Sorri satisfeita para o Phil.

Me aproximei do corpo imóvel do homem e o chutei para verificar se estava mesmo desacordado. Caminhei em direção a porta e me abaixei para pegar na bolsa a passagem para entrarmos, com as duas granadas em mão coloquei um tempo de 15 segundos e as coloquei grudado no metal. — É hora de explodir esse lugar.

Quando o tempo esgotou as portas de metal voaram e se dividiram como papel para longe. Assisti com mero prazer esse lugar se desmanchar em completa poeira e fogo. Adentrei no local tendo que desviar dos pedaços de escombros que estavam caindo, a escuridão que antes dominava esse ambiente perdeu seu posto para alguns resquícios de fogo que estava começando a se alastrar. Em pensar que esse lugar era pra estar intacto se não avançasse mais do que era proibido.

— Eu vou vasculhar a parte esquerda enquanto você fica com a sua frente — Phil avisou se preparando para sair.

Confirmei. Com a explosão as câmeras foram danificanadas saindo faísca de fogo. Como eu não quero correr o risco de ainda estar filmando, atirei contra ela sendo possível ouvir o vidro quebrando. Andei rápido até a porta, pois a fumaça e fogo logo irá tomar conta desse lugar. Eu queria muito ver a cara patética do agente quando ver o que sobrou do seu departamento. Se é que vai sobrar alguma coisa.

Por desencargo de consciência, coloquei a mão na porta para constatar que estava trancada. Testei as outras chaves restantes, mas nenhuma delas foi capaz de me dar passagem. Droga. Medidas desesperadas. Disparei contra a porta que prontamente abriu.

Comemorei internamente e apontei a lanterna na direção da escuridão, a fim de avistar alguma coisa. Andei confiante para as celas me deparando com centenas delas.
Estranhei algo. Todas estavam vazias, e algumas tinha sua porta aberta. O que será que aconteceu aqui?

Andei mais para o fundo, a maldita esperança me consumindo esperando encontrar ele. Olhei para manchas de sangue e encostei sentindo seu líquido viscoso. Isso significa que aconteceu a pouco mais cedo. Nada mais além disso, tudo que meus olhos enxergaram era o breu e paredes cobertas de histórias vazias. Pensamentos frenéticos rondavam minha mente me consternando. Ele não está aqui. Ninguém está aqui.

Somebody To Love | Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora