Capítulo 27

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Abro os olhos subitamente para constatar a realidade terrível que estou. Depois que Dener saiu da sala, Lucas agiu insanamente e me golpeou várias vezes além de usar aquela droga de aparelho. Eu não sabia que era tão forte a ponta de suportar extremas condições como essa. Mas eu penso que tudo que estou aguento é pelo amor incalculável que sinto pelo Jake, é por esse amor que não desisto. Nada é comparado do que imaginar perder algo tão puro e valioso que demorou para ser conquistado.

Nas mãos de Lucas contém uma caixa de remédios e esparadrapo que imagino ser para os ferimentos que já está no ponto de infeccionar. Antes tarde do que nunca, ele tira meus pulsos da corrente e me lança um olhar gélido que na tradução seria algo: " faça alguma coisa ou te mato agora mesmo." Eu estava ignorando minha fome até ver um prato de comida em minha frente, mas antes que eu pudesse alcançar ele afastou. — Não antes de você fazer uma coisa para mim.

— O que seria? — ele ignora minha pergunta e joga os esparadrapo para mim. Começo a passar álcool nas feridas e a ardência faz com que lágrimas escapa dos meus olhos, mas a seguro no mesmo segundo. Não é muito que um banho, mas pelo menos estou conseguindo tirar a maior parte do sangue seco. Reparei que Lucas estava me encarando de forma estranha.

Ao terminar, ele se aproxima de mim e me coloco na defensiva. — Me passa isso aí, eu quero te ajudar — Lucas fala com a mão estendida e estreitei os olhos.

— Eu não preciso da sua ajuda — Passei por ele indo na direção do prato. Lucas agarrou o meu braço me puxando contra ele. Antes que ele faça alguma coisa, acertei um tapa em sua cara que fez se afastar. — Se você tocar em mim de novo... Eu juro que corto a merda da sua mão.

— Como você é atrevida... — ele sussurrou vindo em minha direção e usando sua força para me prender contra a parede. — Eu espero que estejamos no ângulo perfeito da câmera para aquele hacker poder assistir... — ele me beijou a força, só de pensar no seu toque contra a pele me causa repulsa. Mordi seus lábios na esperança de me soltar, mas ele continuou só que com mais raiva em suas atitudes. Tentei empurrá-lo para longe, entretanto ele tem mais força que eu.

Quando eu estava prestes a vomitar, alguém entrou na sala fazendo Lucas se afastar de imediato. Internamente eu agradeci o cara e me encolhi contra a parede esperando esse pesadelo acabar. — O que você quer? — Lucas perguntou parecendo chateado.

— Dener mandou eu limpar esse lugar e quer que você veja os problemas técnicos que apareceu na área subterrânea — O cara falou colocando seu carrinho para dentro e Lucas resmungou.

— Não tem outra pessoa para isso? Eu estou ocupado agora... como você pode ver — Torci para que o cara não saia daqui, porque sem o Lucas eu posso dar um jeito em enganar o faxineiro e fugir... Não importa o que eu tenha que fazer.

— Não, Dener deu a ordem explicitamente para que que seja você, porque um outro funcionário foi designado, entretanto só piorou tudo — Lucas viu que não teria outro jeito e se virou para mim.

— Certeza que foi o Daniel — Lucas murmurou. — Você... Não ouse tentar qualquer coisa que acabe causando a sua morte — as suas palavras foram como ferros fincados, entretanto estou decidida a não deixar o medo me consumir e tirar minha liberdade. Ele saiu pisando forte fechando a porta e fiquei sozinha com o cara que estava arrumando suas coisas.

Eu tinha que pensar rápido no que fazer, porque a qualquer momento Lucas poderia estar de volta colocando o plano que ainda não tenho por água abaixo. — Você poderia... — parei de falar assim que uma canção conhecida tirou o silêncio e me assustei.

— Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again...

— Darkness?

— Você sabe... Desde da nossa conversa essa música que você escreveu não saiu da minha cabeça... me incomodando por dias — Darkness me encarou e pude notar que os seus olhos eram tão lindos... possuindo um cinza claro que eu nunca vi na vida.

— Como você me encontrou?

— Percebi que você nunca postou no fórum... De início achei que não fosse nada, então me lembrei daquela frase " se uns policiais perguntarem por mim, diga a eles que eu disse oi." — Darkness estava tirando todas as coisas do carrinho, o deixando completamente vazio. — Estranhei, resolvi investigar você descobrindo que agora está trancafiada por achar que pode resolver todos os problemas — ele pegou uns dispositivos apertando um botão para ativa-los. Eu não estava entendo o que pretendia. — Não sei o porquê, mas senti que devia uma para você.

— O que você pretende fazer?

— Entenda, não é assim que você vai conseguir derrubar um sistema.

Somebody To Love | Duskwood Onde histórias criam vida. Descubra agora