O demônio havia tornado a matar

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Um capítulo com um traço de nostalgia...

Eterna comandante !!

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Mais tarde, de retorno a seu quarto, não podia conseguir esquecer que o aroma e a sensação de estar com Lexa saíssem de sua memória.

Depois que tinham terminado de comer e limpar, tinha-a puxado para si e beijado. Tinha a intenção de sair da cozinha antes que acontecesse, simplesmente pelo poder que cursou entre elas em seu encontro anterior. Resistir a Lexa era quase impossível.

E então, ali, na cozinha, tinha-a levantado em seu encontro, posto sua boca sobre a dela e a beijado tão longo e duramente que virtualmente tinha esquecido de seu próprio nome.

Seu corpo se estremecia ainda. Seus lábios estavam inchados e marcados por Lexa.

Então, a morena disse:

- Boa noite, Clarke - Com um pouco de remorso em seu rosto... E a tinha deixado.

Tinha caído aliviada de costas contra a mesa para tomar fôlego antes de dirigir-se até seu quarto. Se Lexa a tivesse puxado pela mão e a tivesse levado escada acima, a sua cama, ela não haveria dito uma palavra em protesto. Lexa a fazia fraca. Era como sua Criptonita.

Clarke se deteve no corredor, a pouca distância de seu quarto e respirou rapidamente na penumbra, justo na beira de um ataque de pânico. À medida que a familiar ansiedade explodia em seu ritmo cardíaco, deu a volta e fugiu para a saída. Necessitava ar, espaços abertos.

Suas passadas golpeavam as escadas enquanto descia e saía pela porta principal do Aquelarre. Uma vez que esteve nos degraus da entrada, inclinou-se e apoiou as mãos em seus joelhos, tentando desesperadamente de regular sua respiração.

Por um momento se sentiu presa, claustrofóbica. Fisicamente, não esteve em um lugar fechado. Entretanto, durante um minuto, em sua mente, esteve no espaço mais fechado que podia imaginar.

Esse era o perigo que Lexa apresentava.

Ao arrastar o ar úmido da manhã a seus pulmões, endireitou-se e olhou a sinuosa alameda que se afastava do Aquelarre.

Ter ido aí foi um engano. Talvez houvesse pensado que poderia estabelecer-se em qualquer lugar, inclusive no apartamento de sua irmã, mas foi um engano. Simplesmente não estava em seu sangue o caminho que tinha tomado sua irmã. Talvez Ângela fosse uma desafiadora.

Inclusive agora sentia o puxão dos aeroportos ocupados e sua aglomeração com estranhos seres anônimos, o abraço de cidades estrangeiras onde ninguém sabia seu nome, onde se produzia um novo início cada dia. Sem vínculos. Sem envolvimentos. Sem existentes relações sujas para que ela as estragasse. Não sendo julgada, impessoais suítes de hotel e vilas de aluguel.

A ideia a consolou e sua respiração voltou para a normalidade enquanto permanecia de pé na escuridão, olhando o caminho.

Lexa estava no meio do vestíbulo, examinando a malvada folha de cobre da espada que segurava. Girava e repetia movimentos.

Tinha pedido que a forjassem logo que Clarke tinha descoberto a fraqueza do demônio, em quantidade suficiente para todas as bruxas e bruxos no Aquelarre. O metal era suave e não muito prático para uma arma destinada a ser utilizada em um combate sério.

O primeiro que tinha pensado era em balas, o que teria sido muito mais útil, mas as balas de cobre haviam sido difíceis de fazer. John estava procurando ter várias armas feitas com cobre, com balas incluídas, mas as espadas e as facas tinham sido os mais fáceis de adquirir imediatamente. Bonitas, mas não práticas. Infelizmente, era tudo o que tinham.

ᴇɴғᴇɪᴛɪᴄ̧ᴀᴅᴀsOnde histórias criam vida. Descubra agora