Capitulo 10

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Helena

A ideia se passa milhares de vezes pela minha mente, em apenas um minuto ou menos.

Contar a ele e pedir ajuda.

- Está tudo bem policial, - São as palavras que saem dos meus lábios, de maneira vacilante.
- Perdoe a insistência moça, mas não parece bem. - Ele me olha com atenção.
- Eu só estou triste, mas vou ficar bem, - As insistentes lágrimas brotam mais uma vez, ao dizer a meia verdade.

Eu estou triste, mas não sei se vou ficar bem.

Após insistir mais uma vez o homem por fim desistiu e se foi.

Depois do que eu acredito serem horas sentada e pensando resolvi voltar pra casa.

Abro o pequeno portão e entro tentando não fazer o menor barulho.

- Helena? - A voz do meu pai surge assim que dou os primeiros passos em direção a porta de entrada.

Ele me olha de onde está agachado mexendo nas pequenas plantas. O físico dele ainda é vigoroso, talvez seja o efeito de anos de trabalho pesado.

- Minha filha o que está fazendo em casa? - A pergunta faz meu coração apertar e o nó se formar na minha garganta.
- Não deu certo papai, acho que a oportunidade só estava em aberto enquanto a senhora...

Não suporto e dou vazão às lágrimas.

Sinto os braços dele em volta de mim, e choro feito uma criança que precisa de amparo.

- Shii minha filha, não fique assim, você é inteligente e esforçada, irá surgir outra oportunidade. - Diz com a voz branda.

Se ele soubesse o porque do meu choro, Deus isso acabaria com o meu pai, ele jamais saberá disso, eu não posso colocá-lo em risco, e a Abigail, ela sempre foi como uma segunda mãe pra mim.

Eu não tenho saída, eu não vejo saída, eu terei que me entregar aquele homem.

Héctor Greco

Ele abre os olhos que são tão azuis quanto os meus, e a indignação surge de imediato.

- O que faz aqui seu moleque abusado? - Diz com o tom desdenhoso de sempre.
- Bom dia Vladimir! Dormiu bem?
- Saia do meu quarto! - Praticamente grita.

Mantenho meus olhos firmes no homem a minha frente, o que o impedia de ter sido bom pra ela, não precisava ser pra mim, mas ela merecia essa coisa que chamam de bondade.

- Você enlouqueceu caralho, sai agora, - Ele vem em minha direção e aplico com a seringa o líquido bem no pescoço.
- O que é isso desgraçado? - Me olha alarmado e puxa a agulha recuando para trás.
- Isso é uma coisinha de um dos projetos que eu apoio. Enquanto você não acha interessante investir em pesquisa científica farmacêutica, eu acho bastante lucrativo, e interessante - Digo com tranquilidade.

Ele me olha assustado, cambaleando para trás.

- O que isso que você aplicou em mim? -
Tenta se movimentar mas com o eminente efeito do soro já encontra dificuldades em mover-se.

Ao que parece o soro faz o efeito esperado.

- Se eu fosse você continuaria sentado, - Digo com tranquilidade de onde estou.
- Maldito seja você seu bastardo. O que pretende hum? - Rosna a tentativa de ofensa.

Pensei muito sobre o meu próximo passo com relação a ele.

Depois de tudo o que ele a fez passar em vida, ainda a envergonhou após a morte.  Não teve o mínimo de consideração, ela morreu e recebeu em morte o mesmo que teve em vida, desprezo de um homem que jamais a mereceu.

POSSESSIVE DESIRE Vol.1 - 2ª Edição (GRECOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora