Capitulo 37

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Helena

As palavras dele parecem... sinceras.

Há por trás delas e dos sentimentos que permeiam o semblante severo e um pouco perturbado, um toque de...

Súplica?

Não! Como isso é possível?

- Fala alguma coisa! - Meu consciente sussurra.

- Por que está dizendo isso, Hector?

O silêncio no quarto, em torno de nós, parece ainda mais profundo, diante do silêncio dele a minha pergunta.

- Porque eu quero, - finalmente responde, - Por que eu preciso dizer... preciso que você saiba.

As expressões dele, parecem as de um garoto confuso. Eu sei porque convivia com os garotos da minha antiga vizinhança, mas o Hector não é um garoto, ele é um homem com capacidade para ser cruel.

- E é a verdade, são os seus sentimentos verdadeiros? Você se importa comigo? - Atrevo-me a perguntar.

Eu quero gritar com ele, ofendê-lo com todas as palavras duras possíveis, porque isso é tudo o que eu consigo fazer, dado o fato implícito de que ele é mais forte do que eu, e tem todo o poder para me manter presa onde desejar, como já ficou provado.

Mas não é justo... Não é justo que agora, depois de tudo, ele queira me convencer de que tem uma consciência. Que ele queira brincar com a minha capacidade de empatia, porque só pode ser isso.

- Nada pode ser mais sincero do que... O que eu sinto por você, Helena. - O tom de voz dele, profundo e melódico.

Os lindos olhos, tão avaliadores e faiscantes, focados em mim, são como uma pequena entrada para enxergar algo além nele.

É horrível o caminho que trilham os meus pensamentos, eu não sou assim, manipuladora. Eu nem mesmo sei se consigo, mas tenho que tentar...

Por que é tão difícil apenas aproveitar a oportunidade? Ele parece esperar algo de mim.

- Quer que eu acredite, que depois de tudo o que você me fez...toda a dor e violência, - Meus olhos ardem, e a minha garganta parece se fechar. - Com a qual me tratou, tirando tudo de mim, você se importa comigo?
- Eu não escolhi o caminho mais sensato até você, isso é verdade, mas isso é porque eu não sou sensato, Helena, nunca fui. A única coisa sensata em mim, hoje, é o que eu sinto por você.
- E o que você sente por mim? Porque eu não enxergo nada além de luxúria egoísta...

Eu não deveria ter perguntado isso. Não! O que eu estou fazendo? Eu não quero a resposta.

- Não, não responda, eu não quero saber, eu não quero... - Me agito, um nervoso cortante me assola derrepente.

Tento me afastar com o máximo de dignidade possível, diante da minha nudez, mas ele me segura com força. Porque eu tenho que ser tão fraca?

- Eu amo você. - fala com urgência.

Me sinto horrorizada, como se uma onda de ar frio, gélida, me atingisse. Ele aperta o meu rosto, e puxa o meu corpo nu, mais e mais pra ele, até não haver qualquer pequena distância entre nós.

- Não, não ama não, - Balbucio - você não sabe o que é amor, não sabe! - Choro sufocada,  perdendo qualquer controle sobre as minhas emoções.
- Tem todo o direito de não acreditar, inclusive de achar que pode me recusar, e recusar o que eu sinto por você, mas não muda a sua realidade, não muda o que eu sinto Liebe.
- Por que tem ser tão cruel comigo?
- Cruel com você? - A voz dele adquire um tom áspero. - Estou sendo cruel em confessar os meus sentimentos a você? O que pensa que eu sou, um garotinho romântico? Apaixonado? Que diz isso apenas por dizer? - O olhar dele é de indignação.

POSSESSIVE DESIRE Vol.1 - 2ª Edição (GRECOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora