Capitulo 23

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Helena

- Posso saber o que está fazendo no meu escritório? - A voz grave, soa repreensiva do outro lado da linha.

É completamente incomum os sentimentos que essa voz provoca em mim... Um misto de temor, mas também vontade de contraria-lo.

- Nada importante, -  Digo, tentando ao máximo parecer tranquila.
- Carinho..., - Esse jeito falsamente carinhoso de se referir a mim, como é irritante. - Nesse lugar tem uma coisa na qual eu não quero que você toque, entendeu? - Diz com certa cautela contida na voz.

Eu nunca fui altamente curiosa, mas no momento me sinto totalmente instigada a saber o que é.

- Posso saber o que é? - Demonstro curiosidade.
- Não! Apenas saia imediatamente. - Usa um tom autoritário, mas contido.
- Não. - falo corajosa.
- Não?
- Se me disser o que é, eu saio.
- Helena, não teste a porra da minha paciência.

Com o telefone ainda nas mãos começo a abrir as gavetas para as quais eu ainda não havia dedicado nenhuma atenção.

- Você está abrindo as gavetas não é? - Noto certa incredulidade na voz.
- Não.
- Helena quando eu chegar vou dar uns tapas bem dados nesse seu rabo, que eu estou louco pra experimentar, - As palavras proferidas me fazem ficar parada imediatamente.

Fecho a gaveta de volta me sentindo bem menos ousada.

- Tudo bem. Eu estou saindo, tchau.

Não dou tempo algum para que ele diga mais qualquer coisa, e desligo.

Eu deveria mesmo sair agora, mas algo bem lá no fundo, muito mais forte do que qualquer sensatez que eu possa ter, me faz esticar a mão e abrir as gavetas uma por uma, até me deparar com a coisa que me faz recuar.

Héctor Greco

Decidido a ir pra casa, levanto-me imediatamente.

A abusada teve a ousadia de desligar na minha cara, e eu não tenho dúvidas que ela não fará o que eu mandei, mas exatamente ao contrário.

A expectativa de foder aquele corpo gostoso provoca uma ânsia de chegar até ela, o mais rápido possível.

Espero que ela não seja tão tola a ponto de usar aquilo contra mim. Seria um erro que eu não poderia jamais perdoar.

Ando a passos largos, o lugar já está fechado eu sou o único que ainda trabalha, além é claro de todos que são responsáveis pela segurança.

- Cárter, vamos! - Digo ao meu segurança de confiança.
-  sim senhor!

Chego à mansão, e ainda na parte de fora, observo o enorme lugar, que é muito bem iluminado. A imponência da mansão está implícita, mas há também  uma espécie de vazio que ecoa, que  sempre esteve no lugar, impregnado nas suas paredes e naqueles que o habitaram antes.

Que beleza mais melancólica.

A única razão para algo parecido com felicidade no lugar, é a presença dela. Helena.

- Senhor Greco. - Olho para o chefe de segurança da propriedade, que se aproxima e me olha apreensivo.
- Sim. Algum problema?
- Senhor, o hóspede está oferecendo alguns problemas. Eu peço desculpas pela aproximação repentina, mas, não consegui contato com o senhor antes.

O pai da Helena, mesmo com uma deficiência adquirida devido ao AVC, ainda consegue ser um problema. Não posso desconsiderar a ameaça que ele pode ser. O que houve ao homem não reduziu em nada o quão perigoso ele ainda pode ser. O homem que um dia já foi o assassino contratado do meu pai.

POSSESSIVE DESIRE Vol.1 - 2ª Edição (GRECOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora