Evandrew Peverell

Capítulo 1 - Notícias trágicas

Nosso salvador, Harry Potter, pôs fim à própria vida, na noite anterior ao retorno das aulas.

Por Rita Skeeter

Meus caros leitores, hoje é um dia infeliz e doloroso para toda nossa comunidade, nosso salvador, Harry Potter foi achado já sem vida na residência trouxa em que vivia com os tios e primo.

Como bem sabem, Harry não apareceu na plataforma de embarque no dia 1 de setembro, o que levantou sinais de alerta. 

Uma unidade de Aurores foi despachada para averiguar o motivo do não comparecimento quase de imediato. Eles retornaram com a trágica notícia de que na noite do dia 31 de agosto, Harry se suicidou.

Sim, você leu corretamente, nosso salvador tirou a própria vida. 

Relatórios preliminares indicam que Harry utilizou um método duplo, ele ingeriu doses letais da poção Sono-Sem-Sonhos e abriu os pulsos. Ambos os métodos são suficientes para causar a morte, sugerindo uma intenção deliberada e um estado emocional profundamente perturbado.

Ao lado do corpo, os Aurores encontram uma carta manuscrita, com sinais do feitiço de duplicação, o que sugere que cópias dela foram enviadas para destinatários desconhecidos. Essa especulação ganha ainda mais força tendo em vista que sua famosa coruja nevada, Edwiges, não foi encontrada nas proximidades.

Segue o conteúdo integral da carta. Alertamos que o texto é de partir o coração, um testemunho da dor e da angústia que este jovem sofreu por tanto tempo. Permita-me dizer que eu em particular ainda não me recuperei dessa leitura.

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Caro destinatário,

Presumo que está a se perguntar com qual finalidade lhe escrevo? 

Permita-me lhe informar que esta carta não é um pedido de desculpas, nem uma súplica por compaixão. É a despedida de um personagem sem identidade própria, destinado a viver para ser um herói ... uma arma, e por fim morrer como um mártir. É a minha última chance de contar minha verdade.

Eu quero que saiba quem foi Harry Potter, sem mentiras e enganações, então deixe-me lhe contar uma história, minha história.

Era uma vez, um menino que sobreviveu a uma maldição que deveria tê-lo matado. O mundo o chamou de herói, mas ele nunca se sentiu como tal. 

Quando bebê, ele perdeu seus pais de maneira trágica. Eles eram tão jovens, tinham tanto para viver, mas acabaram sendo pegos numa guerra de duas frentes que lentamente lhes guiou a seu fim abrupto.

O propósito deles foi cumprido com suas mortes. Afinal, de que vale um herói que nunca vivenciou a tragédia ?

Sim, a morte deles era necessária, para o nascimento de um herói, é por isso que ao invés de sentirem luto pela morte do jovem casal o mundo bruxo festejou em comemoração.

Com a morte de seu pais, o jovem bebê, foi deixado à porta de uma família trouxa com apenas uma carta, até o raiar da aurora.

A família não gostou da surpresa, nem um pouco, o menino era o pior pesadelo de pessoas que se orgulhavam de serem normais, uma aberração.

O menino foi odiado com fervor, e sofreu nas mãos dos monstros terríveis, que supostamente deviam ser sua única família.

A criança foi abusada, maltratada, humilhada, desumanizada e explorada por seus parentes. Foi confinado em um armário minúsculo e empoeirado, com apenas um cobertor imundo. A fome se tornou uma vivência costumeira, bem como, ossos quebrados e rumores sobre sua suposta insanidade. Sua casa era seu próprio pesadelo pessoal.