Capítulo 11 - Baile de outono

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O domingo do dia 22 de setembro finalmente chegou após passar a semana toda pairando sobre a cabeça de Evan. Era o dia do solstício de outono e o dia do baile de outono e Mabon dos Malfoy.

Evan acordou sentindo-se ansioso. Era como se todas as suas inseguranças, que se projetavam em sua mente a semana toda, tivessem se acumulado e estivessem o engolindo pouco a pouco a cada hora. Este era seu primeiro baile, se desconsiderando o fiasco total do baile de Yule do ano passado, que ele supostamente não frequentou, pois ainda não era aluno de Hogwarts naquela época, ecoavam em sua mente, aumentando ainda mais sua apreensão.

Enquanto o dia avançava, sua expressão caía. A ideia de passar vergonha diante da elite da alta sociedade puro-sangue era quase paralisante. Ele podia imaginar todos os olhares críticos, as risadas disfarçadas e os sussurros maldosos que poderiam surgir.

Ele era governante de um reino independente, mas temia fervorosamente se envergonhar em um baile lotado, pois em futuro próximo, quando o Arquipélago fosse revelado ao público, isso repercutiria negativamente na imagem de sua nação, e seu povo seria prejudicado por sua inépcia, derivada de sua criação condenável.

— Você e seu pai vêm ao baile hoje, certo? — Draco perguntou animado durante o café da manhã.

— Sim — Evan respondeu taciturno, trabalhando duro para manter uma aparência estoica.

— Qual o problema? — Draco perguntou.

Obviamente diante de especialistas treinados para controlar a face desde o berço seus esforços eram vãos.

Ele ainda tinha um longo caminho pela frente para dominar completamente suas emoções em uma máscara em branco impenetrável que escondesse suas preocupações, medos e receios, principalmente se ele objetivasse uma vingança sublime. Mas ele ainda era um jovem adolescente criado e condicionado para um propósito e comportamento específicos. Se livrar das compulsões realmente ajudou a eliminar os impulsos, mas não a desfazer a teia de pensamentos e ações cuidadosamente esculpidos em seu ser.

— Vai me dizer que não sabe dançar, senhor eu-sou-o-melhor-em-tudo? — Blasio alfinetou, atingindo em cheio o cerne da situação.

— Eu sei dançar, mas sou realmente péssimo nisso. Minha condução é atroz. Já consigo vislumbrar que amanhã vou ser motivo de chacota em todos jornais — Evan proclamou em uma onda de sinceridade inesperada. Não havia razão em mentir, não quando seus colegas podiam bisbilhotar a verdade pelas rachaduras de sua máscara.

— Olhe pelo lado bom, pelo menos você será lembrado por mais tempo do que se tivesse uma estreia perfeita. As falhas são sempre lembradas melhor que os acertos — Theo comentou como quem não quer nada, mas o brilho divertido em seus olhos entregou suas reais intenções. Mas seu intuito não era malicioso ou cruel.

Evan encarou seu colega de quarto com um olhar sombrio sem qualquer peso real. O que só serviu para tirar risadinhas zombeteiras de seus, talvez agora, amigos.

Draco, captando a apreensão genuína praticamente exalante de seu amigo, decidiu intervir.

— Você vai se sair bem, Evan — assegurou com convicção. — E se não fizer, bem, eu estarei lá para garantir que ninguém perceba.

Essas palavras de conforto foram como um bálsamo para mente fervilhante de Evan, e deram-lhe um pouco mais de coragem para encarar qualquer desastre ou gafe social que cometesse essa noite.

— E se você realmente é tão ruim quanto diz, podemos treinar sua condução até o horário do baile — O loiro ofereceu com altruísmo.

Evandrew finalmente começou a sentir-se menos ansioso com as possibilidades para a festa. Talvez, com um amigo de verdade ao seu lado, ele pudesse realmente aproveitar o baile, sem medo do julgamento dos outros.

Evandrew PeverellOnde histórias criam vida. Descubra agora