Capítulo 3 - Gringotts

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Novamente Harry, ou melhor, Evandrew se viu abrindo os olhos, desta vez em uma sala de com paredes de rochas lisas perfeitamente assentadas, e chão de mármore branco com diversas runas incrustadas, formando um grande triângulo com um círculo e uma linha em seu interior. O simbolo das reliquias.

Em cada uma das pontas do triângulo havia goblins vestidos com mantos brancos, e cantando versos complexos em Gobbledegook.

Deu certo. Evan comemorou internamente, enquanto respirava fundo, tentando se acostumar com sensações opressoras de estar novamente vivo. Seu corpo parecia suportar o peso do mundo sobre os ombros, sua magia era violenta e caótica, tudo parecia tão claro, tão barulhento, sua pele formigava.

Ao seu lado, Severus, ou melhor dizendo, Elijah, ele rapidamente se corrigiu. Elijah soltou um gemido de desconforto, ao que parece ele está experimentando igual desconforto sensorial.

Felizmente conforme o canto dos goblins se tornava mais suave e baixo, o desconforto se esvaiu aos poucos.

— Lord Mortalis, bem vindo de volta — Um dos goblins ofereceu cordialmente.

Ironclaw, a memória do jovem mago lembrou-se.

Evan acenou em reconhecimento do gesto.

— Devo perguntar, Lorde Mortalis, era esperado que o ritual lhe trouxesse um acompanhante? Temo termos errado algo, caso não fosse este o resultado desejado — Ironclaw gesticulou na direção de Elijah.

— Não há razão para preocupações o ritual foi realizado perfeitamente, meu acompanhante foi um acerto de última hora, resultado de algumas situações atenuantes, que não foram levadas em questão até o último momento, sinto muito pelo transtorno causado — Evandrew se desculpou com eloquência e cordialidade.

— Ora não há necessidade de um pedido de desculpas, nossa nação se propôs a oferecer seu total apoio ao senhor e seus objetivos Lorde Mortalis — O goblin foi rápido em banalizar a necessidade de desculpas, devido a importância do jovem rapaz a sua frente.

Evan assentiu em compreensão, e aceitou a resposta do goblin.

— Bem, imagino que certamente desejam vestimentas mais apropriadas, se puderem me acompanhar, lhes entregarei suas roupas — Um segundo Goblin, Ragnok, ofereceu gesticulando para uma pequena porta nos fundos da sala de rituais.

Evan e Elijah que apenas dispunham de panos brancos para tapar suas intimidades, rapidamente seguiram o goblin.

Uma vez apropriadamente vestidos a dupla, se viu diante de dois grandes espelhos de corpo inteiro, onde contemplaram suas novas aparências.

Evandrew detinha cabelos pretos lisos, com algumas mechas levemente mais claras, que ia até a altura da mandíbula, seus olhos eram de um azul esverdeado elétrico, a pele de um belo tom de cobre. Seus traços faciais de alguma forma gritavam puro sangue, com bochechas encovadas, maçãs altas, nariz liso de ponta arrebitada, lábios em formato de coração cor de sangue e mandíbula forte que lhe proporcionaram um certo ar aristocrático.

Ele era mais alto do que em seu corpo anterior, com bons 1,80 de altura, que contrastavam fortemente com seus antigos 1,65. Seu corpo estava forte e saudável, com massas corporal o suficiente para que suas costelas não fossem mais visíveis, e com músculos proporcionais à sua forma, nada muito alarmante.

Elijah, por sua vez, possuía uma pele saudavelmente pálida, que contrastava com o cabelo castanho-avermelhado macio que caía em ondas suaves até a altura dos ombros, e olhos cor de caramelo. Seus traços eram igualmente aristocráticos porém levemente mais suaves, o que lhe pareceu realmente estranho, afinal Severus viveu acostumado a ser esteticamente pouco atrativo, com a pele amarelada, cabelos oleosos e nariz adunco.

Seus 1,85 de altura se mantiveram, bem como sua fisionomia esguia.

— E então, o que achou ? — Evan questionou seu 'tutor'.

— É estranho e desconcertante, mas ninguém jamais me associaria ao grande e mal morcego das masmorras — Elijah deu de ombros, ocultando o que realmente extasiado estava com sua nova aparência e identidade.

— É claro que você sabia seu apelido entre os alunos — Evan bufou em divertimento.

— Não é como se tivessem sido discretos — Ele desdenhou.

— Snape, desde já quero informar que você não tem qualquer obrigação de me ajudar em minha vingança, seu único trabalho é atuar como meu tutor de vez em quando para confirmar minha identidade, fora isso você é livre para fazer o que quiser com essa nova vida, você não está mais preso a mim, a Voldemort, ou a Dumbledore, você tem nova chance de uma escolha, não se sinta pressionado a se envolver em meus negócios.

Sem palavras para responder, Elijah apenas assentiu com uma máscara em branco perfeita.

Depois de vestidos, Evan e Elijah receberam um lanche leve, e foram encaminhados para para a sala de Griphook, o goblin responsável pelas contas Potter e Peverell.

O trio passou um bom tempo revendo planos e detalhes a respeito de suas novas vidas e identidades. Acertando pontas soltas e deixando Elijah mais a par de sua própria história.

— Para quando foi marcado o testamento ? — Evan perguntou ao fim da reunião.

— Para amanhã cedo às 7 — Griphook informou estendendo um envelope a Evan.

— Você vai comparecer à leitura do seu próprio testamento ? — Elijah o questionou com uma sobrancelha arqueada.

— Claro, não pode esperar que eu perca o segundo ato do show que cuidadosamente estive preparando — Evan sorriu maliciosamente.

Elijah sentiu um arrepio subir sua espinha, ao lembrar que por dois anos esse garoto estava a esconder seus planos de vingança bem abaixo dos narizes de toda a comunidade bruxa da Grã Bretanha. Elijah se sentiu grato por ter sido forçado a realizar um voto a esse menino, ou ele estaria do lado errado desse jogo.

— Como esteve a gestão do arquipélago enquanto estive fora ? Algum problema ? — Evan perguntou a se lembrar de uma de suas muitas pendências.

— Arquipélago ? — Elijah se interessou.

— Criei um santuário, no fim do terceiro ano, para criaturas mágicas e pessoas com heranças de criaturas, no arquipélago privado, pertencente aos Peverell. O santuário aceita todo o tipo de criatura, mas principalmente as classificadas como Dark. O propósito é ser um lar e um porto seguro para todos, onde o ministério não pode tocá-los, os goblins têm espalhado a notícia entre as criaturas, para que não pensem se tratar de uma armadilha. O arquipélago todo funciona como um reino independente, então nada que o ministério jogue pode atingir meu povo.

— Por que ?

— Não gosto da forma como o ministério rege as coisas, suas leis são estúpidas e preconceituosas, eles machucam mais do que protegem, eles só enxergam o que querem ver e só fazem o que são pagos para fazer, desprezo isso com cada fibra de mim — Evan rosnou, mas se manteve composto.

— Voltando a sua pergunta Lord Mortalis, não há nada digno de menção, não tivemos problemas em sua ausência, no entanto, o número de pedidos em espera para uma reunião com você está atingindo a casa dos dois dígitos, entre eles, a alguns mais proeminentes e de atenção imediata como o de Fenrir Greyback, líder da maior e mais selvagem matilha britânica, Lady Bloortin, senhora do clã de vampiros da França e Lady Longbottom.

— Lady Longbottom ? Da última vez que cheguei não havia sinais de heranças em sua linhagem  — Evan arqueou uma sobrancelha, apoiando o queixo entre o indicador eo polegar.

— Ao que parece, um membro da família foi atacado em uma viagem — O goblin informa.

— Vampiro ou lobo ?

— Lobo.

— Certo, marque para depois da leitura do testamento, eles já teriam de vir mesmo — Evan proferiu e recebeu um aceno do goblin.

Evandrew PeverellOnde histórias criam vida. Descubra agora