One

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" — Vamos ao julgamento de número 765. Caso Park Jimin, traficante de órgãos, cafetão de menor e abusador de vulnerável! — O advogado de meia idade com cabelos grisalhos e olheiras fundas disse indiferentemente enquanto passava os documentos para o Juiz que analisava tudo com atenção.

O veredito final foi oque Jess Linn esperava.

— Culpado! — Bateu o martelo de cor marrom na grande mesa escura enquanto revirava os olhos para os gritos estéticos e indignados!

E com as lágrimas pesadas de sua família, Park Jimin foi direcionado á força, para o corredor mal iluminado.

— Senhor, eu sou inocente! — gritava sendo arrastado pelos 'vermes' para o ônibus de escolta.

— Todos se dizem inocentes quando são descobertos!"



Já se tratava das seis e vinte quando Jimin foi arrastado á força para dentro da sua nova "moradia".

O policial de meia idade, robusto e de aparência ignorante, o empurrava pelo corredor falando uma vez ou outra sobre as regras da penitenciária.

Ali podia se sentir e ver os olhos curiosos dos prisioneiros que faziam  barulho e se agarravam na grade como animais que não foram alimentados á meses.

E para o Park, ele próprio era uma presa.

Tentou ao máximo acompanhar os passos rápidos e brutos dos policiais enquanto limpava quase que desesperadamente as lágrimas grossas de seus olhos, ajeitava a postura de dois em dois minutos quando notava que a mesma estava desleixada pelo medo aparente ao seu novo local de estadia.

Lhe deram uma bolsa transparente que continha pasta de dente, escova, toalha de rosto, toalha de banho,  um pequeno desodorante em bastão, e duas pedras de sabonete.

— Tome cuidado com esses pertences. — Escutou a voz robótica da mulher á sua frente.

Seguiu os guardas de cabeça baixa, quando notou que o guarda havia parado e estava olhando em sua direção, suspirou alto e olhou o policial nos olhos e tentou novamente dizer que era inocente, enquanto os presos olhavam para cima do salão de baixo presenciando a cena.

— Por favor, eu sou inocente. — Dizia o ruivo e pode-se ouvir as risadas altas dos detentos.

— Tudo bem, se você diz que é inocente, te levarei de volta. — Disse o policial com o rosto imparcial e o silêncio no grande salão se fez presente.

— Sério? — O ruivo abriu um sorriso mínino, que morreu logo em seguida.

— Não. — Respondeu e a grande algazarra de risadas altas se fez presente novamente. — Veja ruivo, — Os dedos repuxados apontavam para a cela consideravelmente ampla. — essa é a sua nova casa, aproveite!

A cela não era de fato ruim, o número quatrocentos e um estampado na porta o fazia se questionar do porque aquele local mais se parecia uma ala de quartos.

— Seja bonzinho com o novo morador. — Um cara mais alto que si entrou em seu campo de visão, cabelos cor verde menta, cheio de tatuagens e olhos felinos.

Olhos esses que estavam direcionados a si nesse exato momento.

Engoliu em seco e entrou na cela em passos pequenos.

Sentia os olhos queimando em sua nuca e não se atreveu a olhar de volta.

— Onde-

Ao olhar para trás, não encontrou o policial que havia lhe transportado até ali. Agora estava sozinho, dentro de uma cela, com um cara que falava com os olhos que qualquer passo em falso lhe mataria.

— Tá' querendo saber sobre oque? — A voz rouca se fez presente no lugar, olhou para trás encontrando o rapaz de cabelos coloridos entretido com um baralho em mãos.

— O banheiro. — Respondeu.

O esverdeado se levantou de forma rápida e apertou o pequeno botão cinza localizado no canto direito do quarto. As portas se abriram e ele olhou de forma rápida pro ruivo antes de chamá-lo para fora.

Andando pelo pátio pôde ver um grupo peculiar em uma mesa afastada. Nela havia alguns homens com uniformes de cor cinza escuro.

— Se ficar olhando demais vai arranjar problemas aqui novato. — O esverdeado puxou levemente o braço do ruivo. - Aliás, me chamo August.

— Park Jimin, prazer. - Viu um sorriso sacana brotar nos lábios do esverdeado.  Não sabia oque significava então apenas ignorou.

Com um riso soprado e sem graça, apontou para a porta dupla branca.

— É aqui. — disse secamente. — Vê se não demora, porque se demorar, vai voltar sozinho.

Pensar em voltar sozinho para a cela era um pesadelo dos grandes para o Park então, se apressou em entrar no banheiro que era dividido em quinze compartimentos com vasos, chuveiros, e pias.

Correu para a mesma e jogou água no rosto, respirou fundo e contou até dez sem cessar, entrou em uma das cabines, e rapidamente se retirou do local.

Quando saiu porta a fora, o esverdeado já não estava mais lá, entrou em desespero só de pensar no quão desconfortável seria passar por um salão cheio de homens perigosos que lhe olhavam como um pedaço de carne fresca.

— August? — chamou fraco e baixo. Não obtendo resposta, andou até a porta de entrada e a empurrou.

Caminhou de cabeça baixa até o grande pátio - fechado - que tinha mesas espalhadas por todos os cantos e suspirou aliviado ao ver o esverdeado acenar para si.

— Oque aconteceu? Porque tem mais detentos aqui do que quando cheguei?

— Está na hora da janta novato, senta e fica calado, você fala pra caralho. — Ditou, enquanto pegava duas bandejas e estendia uma para o ruivo. — Evita comer o empanado, parece bosta.

Sorriu um pouco pelo comentário do outro e colocou algumas coisas,  sem nem sequer notar o olhar dos outros detentos sobre si.

O ruivo se sentiu aliviado ao ver que pelo menos, havia conseguido uma companhia. Isso poderia facilitar seus quatro anos preso.


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Sejam bem vindos a Cela 1306, espero que gostem e que se sintam confortáveis com a escrita.


CELA 1306 | Jjk + Pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora