Assim que cheguei na portaria do meu prédio, fui informada de que tem uma visita. Alguém está a minha espera no meu apartamento. Só pode ser a Naomi, ninguém além dela vem me visitar e ninguém, além dela tem entrada liberada.
Meu reflexo no espelho do elevador me fez levar um susto. Minha aparência está terrível, maquiagem borrada, o nariz vermelho, olhos inchados, cabelos bagunçados e roupas amassadas. Não lembro a última vez que meu estado ficou tão deplorável. Lembro sim, foi alguns dias atrás quando soube que Chris seguiu em frente, está aparentemente feliz. Estou feliz por ele, juro que eu estou. Porém, estaria mais feliz se ele estivesse comigo. Isso é muito presunçoso de se dizer, por que nada garante que ele seria feliz comigo. O tempo que ficamos juntos, ele não foi feliz comigo. Fomos felizes no primeiro ano de namoro, no segundo ele me cobrava o tempo todo que me posicionasse, que eu contasse a minha família sobre a gente. Isso foi desgastante emocionalmente, porque ele teve que fazer faculdade aqui para não ficar longe de mim e ele queria muito ir para outro lugar. Daí eu fiquei grávida as coisas melhorarem um pouco, nós dois melhoramos um pouco, mas na minha casa com a minha mãe com a minha família era um desastre. Um verdadeiro caos. Nunca me senti tão sozinha, desprezada quanto foi naqueles meses, naquelas horas em que eu não estava com o Chris, em que a minha mãe olhava como se eu tivesse lepra, como se eu tivesse jogado o nome da família no bueiro e a única coisa que aconteceu, foi que me apaixonei e fiquei grávida.
Eu sabia o que estava acontecendo comigo, nos últimos dois meses venho tendo enjoos, tonturas e minha menstruação está atrasada. Ela nunca foi de atrasar, mensalmente a partir do dia 10 ela dava o ar da Graça. No primeiro mês quando não veio, eu não entrei em pânico não criei teorias, joguei a culpa na pressão que eu estava sentindo com a escola, com as escolhas da faculdade, com o Christian o tempo todo me pressionando para eu contar, até aí foi fácil culpar, logo comecei enjoar, não era mais o estresse. No mês seguinte os enjoos pioraram, não era apenas de manhã era quase sempre, tudo me deixar enjoada eu não conseguia parar de pé de sono, de cansaço e fome o tempo todo. Fui uma verdadeira atriz nesses dois meses. Até quando eu não aguentei mais e tive que contar a alguém. Confiei no meu irmão, liguei para ele e no final de semana ele veio "fazer uma visita".
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Amor com culpa (concluída)
Random2° LIVRO CONTEÚDO +16 🔞 CONCLUÍDO! Nossas dores não podem ser sanadas por uma mágica. Mas podemos aprender a conviver com elas, com o passar do tempo, e seguir em frente. Viver é sofrer, disse um poeta. Que pena que existam tantos poetas insensívei...