Epílogo

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Narrador...

Chovia logo cedinho, quando a notificação de lembrete da festa de hoje, brilhou na tela do celular da Stella. Ela ficou encarando o simples recado "festa de aposentadoria, estar lá" por minutos. Já tinha confirmado sua presença para mais de uma pessoa. A maioria delas lhe perguntaram com um tom acusador, que a fez repensar se valeria a pena enfrentar todas aquelas pessoas.



— Soube que está indo viajar? — Christian sentou-se ao lado de Stella, ela nem sequer o olhou.

— Sim.

— Por quê?

Ela suspirou sem saber o que ele está se referindo. É a primeira vez que ele fala com ela, sem que ela vá até ele, desde que voltou e também a primeira vez em que se falaram depois do acorrido na sala de escritório dele. O que já faz três meses.

— Porque o quê?

— Olhe para mim... — ele pediu numa súplica.

Engolindo em seco, stella o olhou. Piscou os olhos freneticamente, se encheram de lágrimas, ela voltou a olhar para o pessoal dançando.

— Você poderia por favor me deixar sozinha... — pediu sinceramente.

— Porque está indo embora?

— Não estou indo em definitivo. Pensei que também tivessem te contado essa parte.

Não disseram mais nada, ela torcendo para ele ir embora.

— Eu queria... Me desculpar com você.

Stella tomou um gole de sua champanhe, que já está quente.

— Não preciso de desculpas. Você não tem obrigação nenhuma e não me ofendeu para ser necessário um pedido.

— Você não precisa aceitar tudo que as pessoas fazem sabia? Eu gostava disso em você. Você não baixava cabeça. Não aceitava que mandassem em você, mesmo que de alguma forma não batesse de frente diretamente, mas você dava um  jeito de ir...

— O que você quer? O que você quer vindo falar comigo, falando sobre o que gostava em mim? — ao ouvi-lo sentiu-se fraca, como no dia em que percebeu num breve instante que saiu da nebulosa bolha de remédios. A vontade de chorar veio, mas engoliu.

— Estava certa quando falou que tivemos uma história real e legal e que... Não deveríamos ter terminado daquele jeito.

— Se veio aqui só me dizer isso, está dito. Vou pedir mais uma vez por favor, me deixa sozinha.

— Stella...

Stella sentiu os pelos do seu corpo se arrepiarem, ouvir seu nome ser dito por ele, principalmente nesse tom sofrido. Notando também, que apesar de tudo, ele ainda lhe causar muitas reações. Do mesmo jeito que ela gosta disso, ela não quer mais que isso aconteça.

— Eu não quero tocar nessas coisas, já superei. De verdade estou no caminho para finalmente superar. Eu quero e preciso e sua presença não me ajuda em nada.

— Tudo bem. Eu aceito isso. Quando volta? Tem data certa para voltar?

— Eu não quero ser grossa, de verdade Christian.

Do outro lado do jardim, as irmãs do Chris olhavam para eles, Stella percebeu o jeito que elas estavam, preste correrem ao socorro dele. Tirarem  ele das suas garras, como se a pobre criatura não soubesse se defender, isso a estava irritando.

— Eu deveria ter ficado. Deveria ter segurado a barra e se caso fôssemos terminar e ter ido só quando você tivesse bem ou nós dois tivéssemos remotamente bem. — Ele aproximou mais a cadeira, segurou na mão dela, que ficou surpresa com o ato de imediato ela olhou para as pessoas em volta, que mesmo estando ocupadas bebendo, conversando e comendo os observava. — Aconteceu aos poucos, nos distanciamos aos poucos, a maioria das coisas foi culpa minha não vou te culpar mais, nem a sua mãe. Passei muitos anos te culpando pelas minhas expectativas não terem sido alcançadas, pelas minhas auto cobranças, pelos meus arrependimentos. E voltar e te ver daquele jeito, tão quebrado quanto, quebrado quanto te deixei. Eu só queria te abraçar e te consolar, mas eu não consegui, preferi me coloque em primeiro lugar de novo. Esse negócio da perda nunca passa. A dor nunca passa. Como reagimos a ela não está sob nosso controle. E minha reação foi ir embora. Você não precisava mais de mim... Como reagimos a ela não está sob nosso controle. E minha reação foi ir embora. Você não precisava mais de mim...

Amor com culpa (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora