Minha vida com você

Música

Com o passar dos dias o fim de semana chegou, e com ele milhares de trabalhos e casos clinicos para resolver. Minha cabeça já estava fritando quando decidi dar uma pausa nos estudos. Eu precisava me distrair um pouco, eu sei, é contra tudo que eu sempre faço, mas se eu continuar assim não sairá nada que preste dos meus casos clinicos.

Pensei em ligar para Liz, mas suspeito que ela está se arrumando para a festa dos veteranos. Então decidi que um café da cafeteria que eu descobri perto do campus seria o necessario para me tirar do limbo em que me meti.

Caminhei cerca de 15 minutos até a cafeteria, era antes do meio dia, então o lugar estava um pouco movimentado. Havia uma pequena fila, como imagine. Mas não demorou muito.

- Bom dia! Senhorita. O qual o seu pedido? - Uma moça sorridente me perguta.

- Bom dia. Gostaria de um cappuccino.

- Ok, qual seu nome?

- Hope.

Ela anotou meu nome no copo e regitrou meu pedido, depois disso eu paguei e segui até o balcão de retirada, esperando chamar pelo meu nome. Me distrai respondendo as mensagens da Liz quando me chamaram.

- Hope! - Quando olhei para o atendente não tive reação.

- Você! Você trabalha aqui. - Disse surpresa.

E ali estava ele, o garoto irritante do curso de musica. Estava explicado porque ele não aparecia nas aulas da amanhã.

- Pois é. - Ele disse sem muita emoção.

- Landon, preciso da sua ajuda aqui. - Outro rapaz chama por seu nome.

- Preciso ir. - Ele me dá um meio sorriso e segue em direção ao colega de trabalho.

Eu pego meu pedido e deixo a cafeteria. Então o nome dele é Landon. Me peguei sorrindo para essa informação recém descoberta. Era só o que me faltava, ficar alegrinha por descobrir o nome daquele garoto irritante.

🌼🌼🌼

Depois do almoço decidi ir para a biblioteca terminar meus estudos de casos e adicionar algumas referências que encontrasse nos livros de lá. Alguns alunos da minha turma estavam por lá também, não quis me juntar a eles, prefiro trabalhar nos casos sozinha.

Escolho a mesa mais distante, uma perto da janela. Deixo meu material lá e vou em buscas de livros que podem me ajudar. Havia muito livros e senti um pouco de dificuldade em achar os que precisava, na escola era tão mais fácil achar um livro.

Depois de encontrar alguns, sigo para mesa e passo boa parte da tarde lendo e resumindo. Minha visão já estava começando a embaçar por conta da leitura.

- Minha cabeça vai explodir desse jeito, e cheguei à metade dos casos agora. - Bufo, falando comigo mesma.

Olho a tela de bloquei do meu celular e vejo que já passam das cinco da tarde. Foi quando ouvi uma melodia calma vinda da janela, me concentrei mais para ouvir melhor. Era alguém tocando violão, era tão gostoso de ouvir. E melhorou muito quando a voz rouca e grossa se juntou a melodia dedilhada nas cordas do instrumento. A música era cantada da alma, e eu estava encantada.

Fiquei triste quando ela chegou ao fim, me vi na necessidade de ver de onde vinha, eu precisava ouvir mais daquilo. Então me levantei e sair da biblioteca em direção ao jardim, precisava descobrir quem era o dono daquela voz. Quando cheguei próximo ao banco embaixo da janela da biblioteca encontrei a fonte do som.

- Landon? - Ele parece sair do transe que estava e me encara.

- Hope?

- Eu...eu estava ouvindo você cantar. - Apontei para a janela da biblioteca. - Estudo de caso. - Sorri.

- Er...desculpa te atrapalhar.

- Não me atrapalhou, na verdade me ajudou. - Me aproximo dele e me sento do seu lado no banco. - Você toca e canta muito bem. - Sorri para ele e pude ver suas bochechas adquirir um leve tom de rosa.

- Nunca cantei para ninguém além da minha mãe. Minhas músicas não são públicas.

- É uma pena, porque você realmente tem talento. - O encorajei, ele tinha talento. - Tenho certeza de que sua mãe concorda comigo.

- Não tenho tanta certeza disso. - Ele sorriu. - Mas, posso tocar algo pra você, se quiser.

- Eu adoraria.

Ele sorriu e começou a dedilhar as cordas do seu violão, a melodia suave começou a chegar aos meus ouvidos acompanhada de sua voz grave e doce. Landon cantava uma música que eu tinha quase certeza que eram sobre seus sentimentos. Algo muito profundo e pessoal, mas ao mesmo tempo era linda.

Fechei os olhos e absorvi o que ele me deixou ouvir, e me perdi em sua música. Eu poderia ouvir por horas que nunca me cansaria daquilo.

- Foi lindo. - Sorri pra ele. - Agora entendo porque você cursa música.

- Eu quero virar produtor musical.

- Tenho certeza de que vai conseguir.

- E você, Hope? Cursa o que?

- Medicina.

- Uau! O que te levou a cursar isso?

- Minha mãe, ela morreu com câncer quando eu tinha dez anos. Então decidi que queria salvar vidas, isso me move desde então.

- Lindo objetivo, Hope. Tenho certeza que sua mãe de orgulharia de você.

- Eu sei. - Sorri. - E o que te levou a música?

- Minha mãe, ela era cantora. A melhor que eu já ouvi, ela me incentivou a aprender algum instrumento. Aprendi violão e deixei ela muito feliz, mas no processo eu realmente gostei de tocar. Aprendi a cantar com ela também, e quando decidi que queria viver de música igual ela, tive muito o seu apaio. - Ele parecia triste ao me contar sobre esse fato da sua vida, e parecia distante olhando o entardecer.

- Landon. - Toquei seu braço. - Você está bem?

- Sim. - Ele sorriu. - Acho que já tomei muito o seu tempo.

- Não, mas eu preciso voltar para os casos clínicos. Eu realmente gostaria de continuar ouvindo suas músicas.

- Não se preocupe quanto a isso, posso ficar aqui tocando pra você ouvir lá de dentro da biblioteca.

- Seria muito generoso da sua parte, mas não quero te encomodar.

- Não é encomodo algum, eu estou fazendo apenas a coisa que eu mais amo. A música realmente me tira da terra.

- Neste caso, eu adoraria. - Sorri pra ele. - Até mais, Landon.

- Até, Hope.

Sorri olhando para ele uma última vez antes de voltar para a biblioteca. Assim que me sentei novamente na mesa em que estava ouvi a melodia de Landon, sorri e peguei meus cadernos. Foi incrível como eu consegui terminar tudo em uma hora. A música realmente me ajudou, precisava agradecer ao Landon pela ajuda que ele nem sabia que estava me fornecendo.