Assim que saíram da Ilha dos Homens-Peixe, a noite do Bando Chapéu de Palha só estava começando. Foi uma festa carregada de grandes comidas deliciosas feitas por Sanji, desafios de quem aguentava beber mais saquê naquele navio e o empate ficou entre Nami e Zoro e várias brincadeiras e conversas sobre o que estavam fazendo durante dois anos aperfeiçoando as habilidades para proteger um ao outro. Naquele exato momento, Nami sentiu falta da sua sala de navegação e checou se todos os seus mapas estavam ali de verdade. Soube que Bartholomew Kuma — o corsário que os separou — estava protegendo o Sunny Go mas queria provar que estavam ali.
Sua vida dependia deles e ver que Bellemere, de algum lugar bem distante, em seu descanso divino, podia ver seu sonho se realizar. Faltava pouco para encontrarem o One Piece. Logo, viverão as aventuras que sempre costumavam ser loucas e como devem ser. Era o costume, afinal, Luffy sempre os levava para um perigo que terminava em lições e aprendizados e claro, muita festa.
E a pergunta que repetia constantemente: o que vem depois? Depois de concluir seu mapa mundi, ainda ficarão unidos? Esperava que sim. Sua vida era no mar e não queria deixar Luffy sozinho.
Antes de tudo, se lembrava que era apenas uma garota ingênua numa vila completamente feliz e por um segundo sua felicidade foi roubada. Foi presa no próprio sonho onde não tinha liberdade. Luffy apareceu na sua vida como mágica e lhe deu um presente valioso. Pelo menos, ir naquela ilha no fundo do mar arrancou várias respostas do seu passado sobre Arlong.
Assim que certificara que todos os seus mapas estavam ali, deixou o mapa que terminou de fazer com os outros e sorriu. O navio estava quieto demais, o que indicava que todos foram dormir. Ou bem, quase todos. Pela luz amarela vindo da biblioteca, Robin estava acordado. Provavelmente, tendo suas crises de insônia. Antes de voltar ao quarto, tomou um belo banho na água gelada e vestiu uma calça moletom comprida e uma blusa branca sem manga. Comeu uma laranja do seu pomar e um copinho de leite já que a fome estava aparecendo aos poucos.
Antes de se deitar na cama, viu aquela montanha de cobertor cobrindo seu capitão. Ah, agora se lembrou. Luffy tinha participado do desafio de quem beberia mais e ele não aguentou. Usopp e Chopper o levaram para o quarto mas não sabia que era o seu que dividia com Robin. As bochechas do capitão ainda estavam pouco vermelhas, significava que não estava mais bêbado. E com aquela revelação, ela observou aquela grande cicatriz em seu peito em forma de X. Nunca soube que o mundo entraria numa grande guerra onde Ace morreria nos braços dele. Perguntava-se do porque que Luffy estava para eles em todos os momentos que mais precisam e no dia em que ele perde a pessoa que mais ama no mundo, estavam tão longe dele...
Nami se lembrava das noites em Weatheria, onde chorava nas noites em que se pegava se recordando das aventuras com seus companheiros. E também de momentos únicos e sozinhos com seu capitão ao pôr-do-sol. Seu peito transbordava de saudades. E ainda transbordava...
Nem percebeu que seus olhos estavam com lágrimas e tratou de secar rapidamente e fungou baixo. Mas Luffy estava ali, sã e salvo e dormindo na sua cama. Suspirou baixinho e arrumou, dificilmente, um local na sua cama para poder dormir.
Luffy, finalmente posso te proteger.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SOBRE PIRATAS, TESOUROS E LARANJAS ➜ lunami
DiversosO observou de longe mais uma vez, o sorriso que contava todos ao redor, ele segurava uma carne e ao mesmo tempo conversava com Chopper e Usopp. A conversa que tivera com Robin ainda mexia com sua mente de todas as formas possíveis. Desde que o conhe...