Estava finalmente livre das garras de Arlong e Cocoyashi estava em constante clima de festa que durou por três dias. Era noite e um vento gelado balançava a cortina de sua casa. Nami não conseguia dormir, afinal, seu coração batia de uma forma acelerada e um sorriso que não desgrudava de seus lábios. Afinal, Luffy tinha lhe dado um bom presente que ia ser recordado para toda a sua vida: sua preciosa liberdade. E agora, sua mãe podia ter par em seu descanso divino e tinha uma nova tatuagem em seu ombro que era um cata-vento cruzando uma tangerina.
O querido pomar e o cata-vento de Genzo que a fazia rir.
Finalmente podia rir de verdade agora.
E podia finalmente navegar por aqueles mares perigosos e fazer seu mapa-múndi com seus queridos companheiros como uma navegadora de verdade. Quando terminou de arrumar suas coisas, um suspiro cansado escapou dos seus lábios e foi lá para fora tomar um ar.
— Oi Nami!
— Luffy, oi! — respondeu com um sorriso. Este estava em cima de um telhado de uma casa abandonada naquela pequena região. — Não conseguiu dormir?
— Estava acordado a muito tempo e resolvi olhar as estrelas. Um costume shishishi.
A ruiva sorriu mais uma vez ao se sentar ao seu lado e começar a olhar também aqueles pequenos pontos de luz no céu, há milhares de quilômetros em cima das suas cabeças. Nami tinha o mesmo hábito de ver as estrelas quando criança numa noite de suas constantes insônias e deixava para dormir no dia seguinte. Era uma forma de se comunicar com Bellemere sobre seus dias, por mais que todos eles eram totalmente ruins, mas era uma forma de tranquilizar o espírito da sua amada mãe.
Logo, foi acordada de seus devaneios pela risada característica de seu único novo capitão. Devia admitir que sua força, sua determinação e a vontade de realizar seu maior sonho a admirava bastante. O encarou de soslaio. Este estava com os olhos vidrados para o céu escuro com um sorriso simples. Logo, suas íris acastanhadas encarou aquele chapéu de palha que estava em cima de sua cabeça.
A ruiva se lembrou do ocorrido com Buggy, O Palhaço. Aquele pirata perigoso tinha rasgado o seu precioso tesouro, um ato que lhe fez ficar bastante furioso mas tratou de costurá-lo.
O que marcou sua mente foi quando ele depositou o chapéu de palha quando ela já não tinha mais esperança alguma dentro do seu coração. Por um momento, pensou que todo o trabalho que fez durante aqueles oito anos foram em vão. E pensar que não queria ajuda de nenhum deles, principalmente a de Luffy, para não ter risco de saírem se machucando, ou até mesmo morrendo por sua causa. Era uma visão bastante ingênua até porque tinha conhecido todos eles a pouco tempo e percebeu que tinham corações bons e valentes o bastante para superarem os obstáculos que aquele mundo tinha.
Esfaqueava-se com tanta raiva, pelo puro ódio que sentia por Arlong. O fio da liberdade estava quase se partindo quando Luffy segurou sua mão e a encarou com aqueles olhos penetrantes e sérios. Era uma das faces que mais a surpreenderam em pouco tempo.
Aquele quarto sendo destruído aos poucos era como se uma enorme vendaval tivesse revirado cada parte da sua vida e tinha tirado todas as coisas ruins que lhe aconteceram. Primeiro a escrivaninha, os mapas e tudo.
Uma tempestade de esperança, bravura e determinação.
E talvez quando realizassem seus reais objetivos o mundo já estaria do avesso.
Eram tantos pensamentos que nem sequer percebeu que Luffy estava lhe encarando com aqueles olhos negros. Sua garganta se fechou, mas a pergunta pairou no ar.
— Luffy, porque você confiou seu tesouro a mim mesmo quando trai sua confiança?
Luffy engoliu em seco e suspirou.
— Eu senti que você é corajosa por carregar a vila inteira nas costas. E... — calmamente dirigiu sua mão até seu peito, onde sentiu seu coração batendo aceleradamente. — chorar não faz bem para as pessoas. — e rumou até seus cachos curtos acariciando de uma forma bem lenta até a sua nuca, onde a puxou devagar para um abraço fazendo Nami encostar levemente sua testa em seu ombro. — E eu não te escolhi só por ser navegadora, mas como minha companheira, como eu falei em alto e bom som. — disse ao sentir ela agarrar seu cardigã com uma pequena força e o tecido de seu cardigã vermelho ficar molhado pelas lágrimas dela. — E espero que consiga realizar seu sonho porque quero ir a cada lugar com você nesse mundo shishishi.
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SOBRE PIRATAS, TESOUROS E LARANJAS ➜ lunami
RandomO observou de longe mais uma vez, o sorriso que contava todos ao redor, ele segurava uma carne e ao mesmo tempo conversava com Chopper e Usopp. A conversa que tivera com Robin ainda mexia com sua mente de todas as formas possíveis. Desde que o conhe...