𝗱𝗮𝗻𝗴𝗲𝗿𝗼𝘂𝘀 𝗹𝗶𝗲𝘀 • 𝘴𝘱𝘳𝘰𝘶𝘴𝘦𝘩𝘢𝘳𝘵

CHAPTER 07

COLE SPROUSE

Na manhã seguinte eu não fui até a casa de Lili, não consegui. Optei pelo caminho mais covarde.

Felizmente - ou não - a realidade bateu a porta e eu senti que as coisas mudariam. Resolvi mandar uma simples mensagem a ela e justificar que tive um imprevisto.

Cole: Hey, como você está?

Eu não tinha certeza se eu aparentava ser educado ou um covarde. Lili respondeu e logo me devolveu a pergunta. Eu queria digitar uma redação sobre meus sentimentos, como eu estava com medo de que as coisas
nunca fossem as mesmas, como não conseguia parar de pensar nela, como ansiava pelo retorno de sua boca, mas
optei por uma resposta mais simples.

Eu deveria puxar assunto? Definitivamente, não.

Pensar demais me faz tomar escolhas impulsivas, como por exemplo, ir até a casa de Lili às onze da noite, após o dia infernal que tive. Não consegui fazer nada sem que minha mente me levasse de volta a ela.

- Cole? - a voz sonolenta me tirou do transe alertando-me que a porta fora aberta

- Desculpa, eu acordei você?

E então um silêncio se instalou. Ela não respondeu, sabia exatamente o que estava acontecendo.

- Olha Lili, a viagem é daqui à dois dias e eu não quero que as coisas mudem. Desculpe vir até aqui essa hora mas... - seu indicador se levantou e como um cãozinho eu me calei

- Tudo bem, me sinto melhor sabendo que você não se acovardou e veio até aqui.

Ela sorriu.

- Vamos esquecer o que aconteceu entre nós, assim vai ser melhor.

Então meu peito ficou pesado novamente, porque, embora ela estivesse certa, aquela tensão silenciosa permaneceu. Não importa o que dissemos um ao outro agora, algo mudou. Nossas palavras não saíam
tão facilmente e eu mal conseguia olhar para ela sem me lembrar do seu gosto e da noite incrível que tivemos. Na verdade, eu mal conseguia olhar
para ela.

Enquanto isso, seus olhos estavam em meus lábios. Se vir aqui foi um teste para ver se as coisas estavam “de
volta ao normal”, nós falhamos miseravelmente. Eu tinha que dar crédito a ela por tentar se convencer
de que nossa amizade poderia começar de onde parou. Mas não estava funcionando porque eu pude ver em seus olhos que ela também sentiu a mudança.

{...}

Nos próximos dois dias eu tentei me manter sã, percebi o esforço tremendo que Lili fazia para não deixar o clima tenso nos atrapalhar.

A rápida viagem até a casa dos meus pais foi estranhamente silenciosa. Assim que estacionei o carro em frente a grande casa da minha família escutei Lili suspirar.

- Vamos conseguir fazer isso, tudo bem? - segurei sua mão e a encarei

- Como? Cole você não consegue nem me olhar depois daquela noite, não conseguimos ter uma conversa normal sem que o clima fique estranho. Não podemos fazer isso dessa forma.

Engoli seco, de certa forma suas palavras me atingiram. Era verdade. Nos dias anteriores nossa relação se fundou nisso; tensão.

- Eu agi mal ao me afastar Lili, não era para sem dessa forma. É confuso para mim...isso nunca aconteceu.