Capítulo 21

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Não consegui controlar e a cada metro que eu dirigia no trânsito, eu cometia um erro mais grosseiro do que o outro

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Não consegui controlar e a cada metro que eu dirigia no trânsito, eu cometia um erro mais grosseiro do que o outro. As pessoas me xingavam e buzinavam, e a Fernanda estava muito apreensiva ao meu lado.

Com aquilo ela nem reparou no GPS ligado.

― Lucas ― Fernanda me chamou com a voz um pouco esganiçada.

Ela estava extremamente preocupada e eu suava frio, então logo estacionei, me sentindo vencido, antes mesmo de chegar ao nosso destino.

― Me desculpe, Fernanda?! ― eu falei, sem conseguir realmente olhar para a sua face.

― Tudo bem ― ela disse e então me acariciou, alisando os meus cabelos. ― O que houve, Lucas?

― Eu não sei ― eu disse, mesmo sabendo o que era. ― Desde que sofri aquele acidente, pareço ficar nervoso e simplesmente faço tudo errado.

A Fernanda mexeu os lábios e piscou os seus olhos. Ela estava solidária com a minha causa e eu me senti triste por ter que mentir para a minha amiga.

― Deve ser um trauma ― ela falou baixinho ―, assim como o meu com os pesadelos.

A Fernanda me abraçou e eu me deixei envolver por aquele toque acalentador.

Era sempre assim: quando eu estava mal, sempre fora ela a conseguir me acalmar.

― Deve ser ― eu disse, um pouco pensativo e sentindo grande remorso por ter que fingir.

― Vamos lá! ― ela me chamou e então tocou em minha mão. ― Respira fundo, dá a partida e somente a partir daí, arranque com o carro ― A sua voz era doce e me acalmava. ― Eu estou aqui com você!

Fiz assim como a minha amiga me pediu e não é que magicamente deu certo?

Sem me preocupar em ficar nervoso, comecei a conseguir fazer as coisas fluírem um pouquinho melhores.

Consegui fazer as curvas sem levar as lixeiras ou quase atropelar os pedestres, e ao estacionar próximo ao nosso destino, a Fernanda me abraçou e então sussurrou contra o meu pescoço.

Não sei se foi o hálito quente dela, mas eu me arrepiei em meio segundo.

― Está vendo? ― ela disse e eu aautomaticamente a envolvi com os meus braços. ― Você conseguiu!

― Obrigado.

Caminhamos juntos até o Arpoador. A visão era linda. Na verdade, era quase de matar de tão maravilhosa que era aquela vista!

A visão do mar já enegrecido e as pequenas luzes da cidade, faziam parecer que aquele lugar era um mundinho particular. Passei os olhos e ao nosso lado só encontrei casais, que aproveitavam para se beijarem à beira do mar.

Eu me senti automaticamente muito constrangido.

Mas por quê?

Não era natural eu estar sentindo todas aquelas coisas muito estranhas e malucas.

Verdade Invisível - A Chance Para Uma Nova Vida - (Finalista Wattys 2023)Onde histórias criam vida. Descubra agora