08.

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- O que você está fazendo acordada a essa hora?

Percebo que ele esconde rapidamente a arma nas suas costas. Ele não quer que eu a veja.

Mal sabe ele...

- É... e-eu tive um pesadelo e vim beber água pra tentar me acalmar. - Tentei soar o mais tranquila possível.

Ele caminha em minha direção, e senta na banqueta do outro lado da ilha na cozinha, de frente pra mim.

- Você parece... pálida.

- Não precisa fingir que se preocupa comigo.

Ele dá um sorriso de lado.

- Não é preocupação, é um fato.

- Cadê a vadia loira? Não estava com ela?

- Aconteceu uns... problemas.

Engulo seco. Será que ele realmente a matou? Ela era uma idiota, mas sei lá... morrer já é demais. Termino de lavar o copo e me viro pra sair.

- Espera aí.

Congelo na hora.

É agora.

Ele vai me matar.

Ele dá a volta e para na minha frente, encaro o seu torso, o coração a mil. Sinto o cheiro de alcool misturado ao seu perfume saindo dele, sinto meu corpo começar a tremer.

Até que sinto a mão dele, levantando meu pulso machucado para olhar.

- O que foi isso?

- Você não é a pessoa mais gentil do mundo. São marcas da sua brutalidade.

- É... parece que sim.

Ele me puxa de novo em direção a ilha, e enquanto sento ele sai em direção a sala onde estava, e minutos depois volta com alguns itens na mão. Ele ergue meu pulso, e passa um spray, que alivia o leve incômodo que eu sentia ali. Depois passa uma faixa no meu pulso, e me dá um comprimido pra dor e outro copo com água.

Estamos próximos, próximos demais. Ele me encara, com aqueles olhos grandes, através da franja bagunçada, e se aproxima.

Porque raios eu não saio daqui? Porque continuo olhando pra ele e pior... querendo que ele se aproxime de mim?

Sinto o olhar dele fixar em meus lábios. E ele chega bem... bem perto.

Do nada, o som de um telefone soa alto. Observo sua mão entrar no bolso da calça. Ele finalmente desliza o telefone e atende à ligação. Sua aparência muda, aquele Taehyung de poucos segundos atrás não existe mais.

- É melhor você subir, o remédio logo fará efeito e você vai ficar com sono.

Confirmo e caminho em direção a porta, sentindo o olhar dele cravado nas minhas costas. Assim que eu fecho a porta, ouço ele atender, então volto e tento ouvir a ligação.

- Você fez o trabalho? O que você quer dizer com más notícias, você ...

Ele faz uma pausa. O banco range quando ele se move e começa a andar pelo ambiente.

- Você quer me foder? - Ele abaixa a voz dessa vez, mas ainda tem aquele tom agressivo - Eu deveria ter recebido o dinheiro na semana passada!

Dinheiro?

De repente, ele bate seu telefone na bancada, e o som é estridente. Eu coloco minha mão sobre minha boca, tentando não gritar de susto.

- Eu mesmo vou matá-lo! - Ele resmunga.

São só negócios || K.T || 18+Onde histórias criam vida. Descubra agora