14.

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Ouço os passos dele entrando no quarto. Ele tira o terno e desabotoa as mangas da camisa.

- Chloe, você já tá pronta? Fez o que te pedi?

Ele vira e sua expressão tranquila logo se torna uma cara de pavor, ao me ver com a arma apontada pra ele.

- O que pensa que tá fazendo?

- Eu não sou sua marionete Taehyung. Já cansei desse teatro. Não vou passar minha vida do seu lado só pra que você consiga ser a porra do CEO daquela maldita empresa.

- Calma...

- Você vai me dar esse divórcio, ou vou atirar bem no meio da sua cara.

Ele ergue as mãos pra cima, num sinal para que eu tivesse calma. Meu coração parece que vai sair pela boca.

- Você não teria coragem.

- Quer pagar pra ver?

- Chloe, isso não é brincadeira. Me dá essa arma.

- Eu não tô brincando, ou você me dá o divórcio, ou vou descarregar esse troço em você.

Minha respiração acelera, minhas mãos começam a suar... de repente, parece que não sei mais o que estou fazendo.
Quando penso que ele irá ceder com medo do que eu possa fazer com essa arma, ele abaixa as mãos e caminha até mim, e encosta o cano da arma no lado esquerdo do seu peito.

- Então atira.

- Não brinca comigo.

- Não tô brincando. Atira. Você tem coragem o suficiente pra isso?

- Tae-

- ATIRA!

O grito dele me assusta e eu aperto o gatilho. Fecho os olhos me negando a ver a merda que fiz.

Mas não acontece nada. Não tem disparo, nem nada parecido.

- Eu sabia que não podia confiar em você.

De repente, ele se vira me encurralando na parede e tomando a arma da minha mão. Novamente ficamos colados um ao outro, nos encarando. O olhar dele parece queimar minha pele.

- Acha mesmo que eu sou idiota o bastante pra deixar uma arma carregada pra você fazer a festa?

Ele ri, e começa a mexer na arma. Tira uma espécie de caixa que estava vazia de dentro dela, e coloca outra, dessa vez cheia de balas. Escuto a trava e logo vejo o cano da mesma apontar pra mim.

Meu coração falha.
É agora, ele vai me matar e sumir com meu corpo.
Vai dizer pro meu pai que fugi.
Ninguém nunca vai me achar.
Assim como a loira.

Sinto o choro subir minha garganta, mas logo sinto alívio ao vê-lo guardando a arma atrás da sua cintura.

- Sua sorte é que preciso de você viva pra manter esse teatro em pé. Coloque seus sapatos, temos uma festa pra ir.

Ele me deixa sozinha no quarto, com o coração quase em pedaços.

-

Cruzamos o jardim da entrada da mansão dos pais de Kat. Dezenas de fotógrafos se espremem para tirar fotos dos convidados do novo casal do ano. Somos encaminhados para passar na frente deles e paramos para que tirem algumas fotos nossas.

Taehyung está sério, desde que saímos de casa. Não ousou dirigir uma palavra se quer a mim durante o caminho. Sua mão em minha cintura foi o mais perto que ele chegou de mim até então.

- Sr. Kim, como anda o casamento? – um repórter pergunta.

Ouço ele pigarrear.

- Surpreendente, se posso dizer assim.

São só negócios || K.T || 18+Onde histórias criam vida. Descubra agora