Sim, Senhor

Capítulo 17

Kyle...

Ele me parece furioso, talvez eu devesse ter contado sobre Nika, sua reação foi muito mais assustadora do que esperado, na verdade, eu nem fazia ideia que Thomas, aquele, cara sempre sorridente e provocador, poderia ter uma expressão de morte no rosto.

— Você gosta dela?

Surpreendo-me ao ser questionado tão diretamente por ele.

— Não é o que está pensando, Thomas.

Sua expressão não podia está mais séria no momento, ele me encara apertando seus olhos.

— Vou dizer só uma vez, Nika, é uma amiga, alguém muito importante para minha mãe.

Ele estava exagerando, ainda sou eu, nunca faria nada para prejudicar alguém, sei que omiti o fato dela ser minha acompanhante, contudo, não precisaria da sua permissão, a não ser que, será que toda essa irritabilidade, tem a ver com seus sentimentos, será que Thomas era mais um apaixonado por ela.

— E você, gosta dela?

Ele parece realmente surpreso.

— Claro que não.

— Então, porque está tão irritado?

Ele cruza seus braços e me observa.

— Eu a conheço alguns anos, sei o quanto aquela garota é guerreira, prometi a minha mãe, que cuidaria sempre  dela.

— E como faria isso, nunca o vi se aproximar.

Ele sorri.

— Eu não preciso andar atrás dela, mantemos contato e ela sabe que pode sempre  me procurar, além disso, trabalho em dobro, não tenho para socializar, mesmo que quisesse.

Eu não havia me dado conta até esse momento, no quanto Thomas havia se sacrificado por mim.

— Desculpe!

Seu rosto se ilumina, surpreso por finalmente algo sair da minha boca, um reconhecimento tardio, porém, sincero.

— Eu nunca procurei saber, como você se sente, sou egoísta, coloco meus problemas acima de todos.

— Uau! Quem é você?

— Estou tentando me desculpar, de verdade.

Ele assentiu com a cabeça.

— E quanto a Nika, eu prometo, não pretendo machuca-la, eu me importo com ela, a verdade, essa é a primeira vez que admito em voz alta.

O sorriso agora era amplo em seu rosto.

— Eu fico muito feliz.

Ficamos por um tempo naquele jardim imenso, observando a noite, longe do burburinho de todos, um sorriso logo se espalhou em meu rosto, a sensação em meu peito agora era de leveza, e o rosto dela, era a única coisa que surgiu diante dos meus olhos, naquele momento, tive certeza que não queria lutar mais contra esse sentimento, eu a queria desde o primeiro momento, antes mesmo de ver seu rosto, sua voz angelical, já havia entrado em meu coração.

— Você é assustador sorrindo.

Thomas diz ao bater no meu braço, me trazendo a realidade, era hora de voltar para dentro, buscar minha garota.

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Eu havia me esquecido por um momento o motivo de não comparecer a esse evento esnobe por todos esses anos, até me deparar com a dupla de esnobes da noite.

— Vai com calma, amigão.

Thomas sussurra-me, mas era difícil conter meu sangue fervilhando, enquanto meus  adoráveis pais, me encaram como se eu não passasse de um estranho, não que eu me importasse, afinal, eles nunca foram os pais que deveriam ser. Meu pai, é a definição de arrogância, ninguém ao seu ver, consegue ser superior a ele, já minha mãe, essa o idolatra e é tão fria quanto.