— Uh, então, quanto tempo você tem? — Manoela perguntou.
— Eu estou indo para o escritório. — Ela disse. — Você me encontra lá e explica tudo com detalhes.
— O quê? —Olhou ao redor de seu escritório. — Rafa, eu não posso. Eu tenho que trabalhar também, você sabe. — Isso não era totalmente verdade. Sua equipe era mais do que capaz de lidar com as responsabilidades na sua ausência.
— Supostamente isso deve impedir que eu exija a sua presença? — A voz de Rafaella sobrepôs as palavras dela ao telefone. — Porque sinceramente, Manoela, eu acredito que você pode fazer muito melhor do que dar essa desculpa.
— Você está certa. — Manoela sabia que era inútil argumentar ou negar qualquer coisa. — Mas não estou acordada há muito tempo, a minha criatividade está em falta.
— Então vamos parar com este absurdo e simplesmente concordar em ir até meu escritório? — O tom da voz tornou óbvio que suas palavras foram mais um comando do que um pedido.
— Uh, bem, vamos ver. — Manoela começou, mas foi rapidamente cortada por um alto e duradouro suspiro. Podia ouvir a raiva naquele suspiro.
Rafaella não era o tipo de pessoa para desenrolar as coisas ao telefone. Ela gostava que fosse cara a cara, por nenhuma outra razão do que ela poder ser muito mais intimidante pessoalmente, com o seu terno do poder e sua posição autoritária, suas enunciações afiadas e seus olhares gelados.
— Manoela Latini Gavassi, não me teste. Eu não tenho nenhuma ideia do que exatamente você fez, mas eu acredito com segurança, por sua disposição para me evitar que não vou gostar nada. Por isso, eu sugiro que você seja mais agradável, porque eu posso garantir que, se você não estiver em meu escritório na próxima hora e com uma perfeita explicação para o que quer que tenha feito, você vai certamente se arrepender.
Manoela bufou um riso mesmo ela podendo dizer que Rafaella estava seriamente irritada. O discurso de sua amiga tendia a ficar ainda mais grave quando ela estava irritada. Ele dizia frases longas e com difícil enunciado e sempre jogava uma ameaça ou duas no meio. Ainda assim, Manoela não pôde deixar de cutucar ainda mais.
— Oh? O que você vai fazer, Rafinha? Me desconvidar para a ceia de Natal este ano?
— Pior. — podia ouvir Rafaella fechar seu carro e fazer seu caminho para o elevador. — Eu duvido que você vá querer que eu diga pelo telefone.
— Droga. — Manoela suspirou, tocando suas unhas contra sua mesa. — Me dê uma dica. — Elas tinham uma tendência de fazer brincadeiras terrivelmente vergonhosas quando estavam chateadas uma com a outra. — Tipo, pior como aquela vez que você me abandonou no jantar de gala com o aquele cara fanfarrão-dentuço que continuava a cuspir em mim enquanto falava e perguntava onde você estava e então eu menti e disse a todos que você saiu porque você tinha diarreia?
— Eu ainda não consigo acreditar que você fez isso. — Rafaella gemeu. — E sim, muito pior.
— Merda. Vou estar aí em vinte minutos dependendo do trânsito.
— Sábia escolha.
Assim que o elevador parou e as portas de metal se abriram, Kalimann entrou pelo escritório, os saltos clicando furiosamente enquanto andava. Vários funcionários foram para seus lugares, ocupando-se, vários saíram de seu caminho enquanto ela deixava um rastro de fogo pela sala com seu ritmo. Todos tinham visto seu humor, e nenhum deles queriam dar algum motivo para ter sua fúria.
Espiavam sobre seus cubículos ou acanhavam-se por trás de seus papéis, impressoras, e copos de café. Alguns até sussurraram por trás das mãos quando ela passou, provavelmente perguntando o que a tirou do sério. Rafaella tinha uma reputação de ser um pouco durona no trabalho, embora soubesse que seus funcionários a respeitavam completamente, assim, a maioria deles fazia.
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Gonna get better
FanfictionUma figura proeminente entre a elite da moda de Nova York, Rafaella Kalimann é uma empresária de sucesso e mãe solteira de um adorável filho de três anos, Lucas. Sua vida amorosa, no entanto, está faltando, como sua melhor amiga e a família continua...