Capítulo 27

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As três poucas palavras queimaram nas células de Bianca como a cabeça vermelha de um palito de fósforo preso entre os dentes de Rafaella e avançaram por todo o sal da pele de Bianca.

Sem mais espera.

O cheiro do calor das chamas que explodiram instantaneamente entre elas, queimou pelo seu corpo e para seus ossos. Os olhos de Rafaella pareciam crescer maiores e mais escuros como poços de piche que gesticulavam, puxando-a e afogando-a na doce viscosidade de uma promessa que latejava sob suas costelas e entre as suas pernas.

Sem mais de espera.

Este era o momento, o culminar dos olhares calorosos e toques tímidos, de beijos molhados e respirações sobre lábios e cílios, de esperar e querer, da distância e proximidade e os tímidos ainda ansiosos passos no meio. Este era o momento em que a rolante onda de desejo que tinha sido edificada entre elas finalmente atingiu a crista e caiu, fundindo para baixo em mãos que procuravam para descobrir novos mundos com membros e suspiros trêmulos.

Bianca quase não reconheceu sua própria voz quando suas palavras saíram em um sussurro estrangulado, irregular e cru.

— Sim. — Ela respirou nos cabelos de Rafaella, a espessura dos fios sedosos deslizou em seus lábios quando a respiração de Rafaella virou seu pescoço solto e fluido. Sua cabeça caiu de volta aos beijos escaldantes de Rafaella em seu pescoço. — Sim. — Ela proferiu sem fôlego novamente quando ela agarrou os ombros de Rafaella e suavemente empurrou.

Quando seus olhos travaram, ela sussurrou.

— Eu acho que nós esperamos tempo o bastante.

Ela mergulhou para frente, em seguida, engolindo o suspiro de alívio expelido por Rafaella e mesclando seus lábios juntos novamente em um prensado beijo molhado que apenas fez com que as duas procurassem por mais. Os dedos mergulharam formigando na pele nua de Rafaella, naufragando na areia movediça traçada pelo seu calor e ondulando fissuras ao longo de sua exposição. Todos os toques invocavam deliciosos choramingos que vibravam contra a própria língua e dentes de Bianca quando elas se beijaram.

Bianca seguiu o caminho dos quadris de Rafaella até a cintura, até a vestimenta de renda de seus seios requintados e a sentiu ofegar quando ela puxou o ar das profundezas de seus pulmões. Ela pairou ali por um momento, a dor edificando na base da coluna que era quase insuportável quando ela espalmou os dedos sobre o áspero modelo de renda antes de deixar seu toque viajar mais para cima. Ela traçou sobre a pele arrepiada adornando as clavículas delicadas até que as pontas dos dedos encontraram o material da blusa aberta de Rafaella.

Os lábios dela escorregaram, e Bianca sustentou o olhar da outra mulher quando ela pegou nas bordas da seda cinza e deslizou lentamente o material para baixo dos dois braços delgados. Ela sustentou o olhar de Rafaella por mais um momento antes de deixá-lo cair para apreciar a vista abaixo.

Os olhos de Bianca seguiram sobre a totalidade do torso e dos braços de Rafaella, procurando cada detalhe e absorvendo tudo lentamente. Ela não se moveu para soltar o sutiã e a expor ainda mais. As mãos dela não saltaram para agarrar completamente as curvas e bicos endurecidos por baixo da renda. Em vez disso, ela se moveu lentamente, os dedos seguindo o caminho traçado pelo seu olhar ardente. Ela traçou os dedos para baixo pelo comprimento dos braços de Rafaella com sussurros leves de pele contra pele e pressionou suavemente as palmas de cada um dos seus dez dedos antes de fazer cócegas em toda as palmas das mãos e circular seus pulsos.

— Rafaella, você é tão...

Seus olhos se encontraram. Ela engoliu em seco quando ela tentou colocar seu pensamento em voz. Quando seus lábios se separaram novamente para finalmente terminar a frase, tudo o que ela conseguiu foi uma única palavra.

Gonna get betterOnde histórias criam vida. Descubra agora