Quando as três voltaram para a sala de estar, elas acharam Genilda posicionada na borda do sofá, assim como elas a deixaram. Bianca pegou seu olhar, e elas sorriram uma para outra.
— Melhor? — Genilda perguntou.
Bianca apertou mais a mão de Rafaella. Era confortável, mas também viciante esse sentimento que ela tinha quando os dedos dela deslizavam nos seus e os olhares se encontravam, quando elas riam juntas, quando a respiração de Rafaella sussurrava em seus lábios, e quando seus corpos moldavam em um suave abraço. Era como acordar e dormir ao mesmo tempo, uma agitação nebulosa que de alguma forma conseguia tanto suavizar e sacudir, anestesiar e ainda ser repleta de sensação. Era poderosa e violenta, e era algo que Bianca não poderia mesmo começar a compreender ainda, mas já apreciava.
— Sim. — Ela respirou. — Obrigada.
Genilda lambeu os lábios como se fosse preparar para um longo discurso.
— Bianca, eu não vou pedir desculpas por ser cautelosa ou até mesmo curiosa. Eu sei que às vezes eu posso ser invasiva, e estou mais do que ciente de que muito do que eu pergunto realmente não me diz respeito. Como tal, você está sempre livre para não responder, no entanto, suponho que você irá fazê-lo, independentemente, porque você se preocupa que eu rejeite você.
— Bem, eu d-
Genilda acenou uma mão para parar outra vez. Bianca fixou sua boca fechada e assentiu, deixando-a continuar.
— É verdade que eu posso formar opiniões particulares sobre quem a minha filha escolhe para se envolver.
Manoela bufou e os lábios de Rafaella inclinaram-se quando sua mãe revirou os olhos para as duas e levantou sua voz apenas um pouco.
— No final do dia, embora, tudo que eu realmente quero para Rafaella é que ela seja feliz e que esteja com alguém que a faz realmente feliz. Seu pai e eu sempre dissemos muito isso a ela.
Bianca sorriu para a suave tonalidade rosa das bochechas de Rafaella e a forma como os olhos iluminaram com carinho quando olhou para sua mãe. Os próprios olhos de Bianca marejaram. Isso a fez ver algo novo em primeira mão, literalmente era capaz de sentir o amor que irradiava entre elas. Nunca soube como era esse tipo de amor, mas estava feliz que Rafaella sim. A mordida em sua língua mantinha qualquer lágrima de cair enquanto ela apertava a mão de Rafaella e riu suavemente quando Rafaella zombou:
— Mãe, é apenas o nosso primeiro encontro. Pare de agir como se ela tivesse pedido a sua permissão para se casar comigo.
— Nunca se sabe. — Genilda se virou para Bianca. — Eu, no entanto, peço desculpas se eu trouxe memórias dolorosas para você, Bianca. Esse certamente não era o meu objetivo. Estou apenas tentando começar a conhecê-la um pouco melhor, e eu não gosto de beirar em torno de assuntos melindrosos.
Bianca assentiu.
— Sim, eu entendo. Quero dizer, é um pouco invasiva,, mas eu honestamente não tenho nada mais do que respeito pelo o quanto obviamente você ama Rafaella. Eu nunca tive nada disso, por isso é muito bom ver que ela tem.
— Mm. — Genilda cantarolava enquanto Rafaella apertou a mão de Bianca e dirigiu-se um pouco mais para perto dela.
Bianca estalou seus lábios em conjunto com um alto pop.
— Então, você recebeu respostas para todas suas perguntas, Genilda? — Ela perguntou. — Ou você quer um pouco mais de informação como talvez o meu tamanho de sutiã? Não é muito impressionante, eu vou avisá-la.
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Gonna get better
FanficUma figura proeminente entre a elite da moda de Nova York, Rafaella Kalimann é uma empresária de sucesso e mãe solteira de um adorável filho de três anos, Lucas. Sua vida amorosa, no entanto, está faltando, como sua melhor amiga e a família continua...