Capítulo 6

729 62 5
                                    


*****

Rafaella estava sentada na mesa da sala de design e tamborilava suas unhas ritmicamente contra a superfície dura. Gabriela estava tagarelando por cerca de dez minutos sobre arranjos de flores e peças centrais para o jantar de gala após o desfile de primavera, e essas coisas tinham sido sempre o seu aspecto menos favorito nas reuniões de planejamentos. Era, no entanto, seu trabalho dar última palavra em quase todos os projetos, sendo assim, ela tinha que aguentar.

Ela suspirou, apoiando sua mão contra a mesa e chamando a atenção de Gabi de longe, que tinha a terrível tendência de sair pelas tangentes.

— Não vamos tornar isso uma ordem, Gabriela. — Ela disse. — Eu disse simples e elegante, e isso não deve ser difícil de alcançar. Eu quero peças suspensas para as bordas do exterior do banquete Hall, nada muito espesso ou muito perfumado.

A funcionária rapidamente tomou notas quando sua chefe falou. Ela assentiu ao longo e murmurou: oh, é "claro." e "absolutamente." depois de todas as outras palavras.

— Peças centrais de tamanhos iguais a de pratos de jantar e de nível inferior aos olhos. — Rafaella continuou. — Diga ao Henry que eu quero vasos claros, não ouro, não importa o quão populares são agora, e eu quero um respingo da cor nos arranjos, não uma onda.

— Apenas um respingo?

Rafaella fechou os olhos por um momento e respirou fundo através de seu nariz antes de se voltar para Guilherme e arquear uma sobrancelha para o homem.

— Sim, um respingo, Guilherme. — Ela disse. — Eu presumo que você tenha uma objeção? — Ele sempre tem.

O homem tinha sido completamente desagradável consigo desde o seu primeiro dia no trabalho, e ela não fazia ideia do porquê. Ele declamou em todas as salas e entre todos os cubículos que todos sabiam que (e ele acreditava) merecia o seu trabalho mais do que ela merecia. Rafaella ouvirá todas as suas queixas sobre privilégio de família, riqueza, sex appeal. Ele mesmo sugeriu sexismo, como se as mulheres tivessem vantagens profissionais sobre os homens. Foi ridículo para ele ter pedido qualquer tipo de privilégio para ganhar a posição de Rafaella, uma vez que ele era um homem e ela era uma mulher, a fez rir. Ela lutou por seu trabalho.

— Bem, — Guilherme disse, ajustando seus óculos quadrado e de borda dourada em seu nariz. — Cores vivas são adequadas para a primavera, você não diria? Dada a line-up para o show, eu diria que seriam ainda mais adequadas. — Ele olhou ao redor da mesa explicitamente e, em seguida, sorriu quando ele se virou para ela. — Eu tenho certeza que eu falo por todos quando eu digo que apenas um 'respingo' de cor pode não ser suficiente para coincidir com essa época do ano.

Ela tinha de lutar contra a vontade de rolar seus olhos. Sabia que Guilherme não se preocupava com os malditos arranjos florais. Ele simplesmente gostava de divergir a qualquer momento que tomava uma decisão, parecia ter uma imensurável quantidade de alegria ao desafiá-la, e não só achava isso irritante, mas também patético.

Em vez de jogar seu telefone em sua cabeça como ela queria, Rafaella simplesmente olhou-o para baixo em um silêncio tenso. Quando ele começou visivelmente a contorcer-se, ela soltou um longo suspiro e disse:

— Nós somos ligados à moda, Guilherme, não flores.

— Sim, mas-

Gonna get betterOnde histórias criam vida. Descubra agora