Noah Urrea
Desci para jantar e uma dor aguda apertava minha cabeça. Já previa uma crise de enxaqueca para mais tarde.
A mesa estava posta como sempre, e no mesmo horário. Sentei e comecei a ser servido.
Uma gargalhada chegou meus ouvidos, e a funcionaria me olhou sem graça, em seguida voltou a me servir.
Outra gargalhada de criança acompanhou a primeira, era um milagre, nina nunca sorria. Depois da morte da mãe eu jamais ouvi uma gargalhada daquelas.
Coloquei o guardanapo na mesa e levantei
- Senhor, elas estão apenas conversando - minha empregada tentou argumentar
Olhei para ela com uma cara feia e a silenciei
Fui até onde as de duas se encontravam e fiz questão de não ser visto, as duas estavam sentadas à mesa, jantando e rindo. Sina falava ou fazia alguma coisa, que Nina ria muito, ao ponto da minha garotinha jogar a cabeça para trás de tanto que sorria.
Meu coração vibrou, um calor subiu e me aqueceu, ela estava bem, estava feliz e graças àquela moça com aparência de anjo.
Voltei para a mesa solitária, uma pontada de inveja se alojou, elas estavam se divertindo sem mim, elas sorriam sem mim, olhei para todos
os lados e suspirei. Nasci para ser sozinho, não merecia mais nada.- Senhor?
- Perdi a fome. Vou para o escritório.
☆
Não consegui dormir bem, o que não era novidades há muitos anos.
Levantei e fui correr aos arredores da vinícola.
Era meu exercício diário para manter o corpo e a mente sã.
As vezes tinha a sensação de que ia enlouquecer, perder o equilíbrio mental.Parei alguns metros e tentei respirar, estava molhado de suor pela corrida, tinha sonhado mais uma vez com a morte de Liana e suas palavras, aquelas que colocaram toda as minhas crenças de cabeça pra baixo
Uma respiração ruidosa veio da trilha, assustado, porque a pessoa parecia estar passando mal , eu me dirigi para lá. atrás das folhagens das uvas , vi, Sina de roupa de ginastica, estava sentada no chão , massageando a perna, com cara de dor
Fiquei a observando, sem saber como tabular uma conversa, ela fazia sentir ansioso, como se eu estivesse sempre errado
- droga - ela resmungou com a mão na perna - você também podia cooperar
Ela estava conversando com a própria perna ? serio? muito estranha aquela garota..
Tossi para que ela me notasse
- Ah senhor Urrea.... eu , eu desculpa, eu.... - Atrapalhou toda tentando levantar, mas nao consegui
Aproximei-me e abaixei para ficar com o olhar em seu nível- Alguma coisa com sua perna? - perguntei
- Não na verdade eu preciso fazer caminhada sempre, mas acho que fui muito longe e agora travou - explicou, ficando com as bochechas vermelhas - não consigo levantar
- Dói ?- olhei para sua perna e seu perfume adocicado invadiu minhas narinas. Sina cheirava fores e frutas -venha, eu vou ajudar você
- Eu estou bem, daqui a pouco ela volta a funcionar - tentou sorrir, mas falhou
- Venha eu levo você
- Senhor Noah
- Venha Sina é uma ordem
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Salva-me ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ ⁿᵒᵃʳᵗ
FanfictionNina tinha apenas sete anos e, mesmo na tenra idade era incapaz de socializar com outras crianças. Entretanto, encontrou no ballet uma nova fonte de energia para vencer seus medos. Noah Urrea. italiano e CEO das empresas Sartoni Urrea - um dos maior...