Capítulo 12

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Erros me avisem
Boa leitura

Noah Urrea

  A morte do pai da Sina foi um baque para todos, pois a menina tímida, porém sorridente, se tornou calada, uma versão dela que era de cortar o coração.

  Parecia um zumbi; não comia direito e nem dormia.

   Nós a acompanhamos ao enterro dele; eu paguei o funeral, contudo ela não precisava saber que o pai estava atolado em dívidas, muito menos que não deixou nada de valor, nem para ela e nem para sua madrasta.

  Ela não merecia mais esse sofrimento, pois já teve muitos na vida.

  Eu tinha vontade de colocá-la no colo e protegê-la de todo mal deste mundo.

  Nina não a deixava por nenhum segundo.

  Eu já acordei a noite edescobri que a pequena estava na cama da Sina, abraçada com ela; ela sentia que a mesma precisava de total atenção.

  Vivia o seu luto. Eu sei bem como era se perder alguém, tanto para morte quanto para a dor de ter sido enganando.

Todos os funcionários da casa a tinham em alta conta, totalmente atenciosos e carinhosos com ela.

Jena estava sempre tentando animá-la, mas nada parecia ajudar.

  Eu queria poder fazer alguma coisa, pois odiava ver mi amore assim.

  Desliguei o telefone, no qual estava conversando com um cliente em potencial, em Paris; se tudo desse certo como desejava, eu iria lançar nosso novo espumante lá, e seria um sucesso.

  Estava em fase experimental, e na próxima semana faríamos um encontro entre experimentadores e, em seguida, sairia uma matéria sobre ele em uma revista especializada.

  O nome será Nina, pois ele terá leveza, Extra Dry. Será perfeito para acompanhar comemorações familiares, doce como minha Nina.

  A garrafa será uma beleza a parte, vai ser um presente para minha filha, uma surpresa que ela só saberá no dia do experimento, na próxima semana.

  Levarei a Sina também, pois gostaria de apresentá-las ao meu mundo de negócios, além de mostrar a todos, as minhas riquezas.

  Todos deveriam saber que as duas eram tudo de mais importante na minha vida.

  Sorri comigo mesmo e deixei o escritório. Vi a Nina entrar no corredor, no qual levava para cozinha, junto com Jena; as duas nem me perceberam, de tão entretidas que estavam em uma conversa sobre bolo de chocolate.

  A minha casa tinha cheiro de família e, eu me sentia feliz com tudo isso.

  Pela primeira vez depois da morte dos meus pais, eu sentia conforto e a sensação de pertencer a algum lugar.

  Amava meu lar e amava as pessoas que viviam nele. Isso incluía uma bailarina linda, de olhar tímido, mas que tomou meu coração de uma forma que até o momento, eu me perguntava como tudo havia acontecido.

  Mas eu a queria para mim, eu a desejava em minha vida para sempre,mas antes iria conquistar minha Sina , cortejá-la como merecia.

  Olhei pela janela da sala e a vi indo para os fundos da casa, suspirei ao perceber que sua cabeça estava baixa.

  Eu iria tentar falar com ela.

  Saí da casa fazendo o mesmo caminho que ela.

   E lá estava, sentada embaixo de uma árvore, em um banco de madeira, olhando para suas próprias mãos.

Salva-me ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora