Capítulo 7

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Erros me avisem
Boa leitura


Noah Urrea

Estava me sentindo muito feliz, apesar de não saber o que dizer naquela conversa.

Eu sentia gratidão por Sina ter jantado conosco, pois ela tornava tudo mais leve, e acabava nos deixando a vontade.

Ela era linda e parecia um anjo; seu rosto não tinha traços de maquiagem, era angelical, perfeito, uma verdadeira princesa.

Eu ainda sentia o gosto dos seus lábios nos meus, sentia entre os meus dedos a maciez do seu rosto. Ela era doce e perfeita; um verdadeiro anjo.

Mas, eu tinha que lembrar de que não merecia nada daquilo, mas desde nosso beijo, eu sinto uma vontade imensa de explorar seus lábios novamente.

Seus olhos desviavam para mim e, eu fingia não perceber como ela também estava abalada depois de nosso beijo.

A amizade dela com a Nina me deixava mais encantando por aquele anjo em forma de mulher, o seu brilho era como a chama da vela para aqueles que não tinham luz.

Assim como eu, um sem rumo, sem nenhum tipo de felicidade na vida.
Sim, ela me puxava, minha vontade era a de me aquecer nas chamas de sua vela.

- Sina, amanhã você vai comigo para escolher um presente para minha avó? - Minha filha me tirou dos devaneios ao fazer uma pergunta asua professora de ballet.

- Sim, eu posso ajudar. Você tem alguma coisa em mente? - As duas tabularam uma conversa sobre o assunto.

Eu não gostava de deixar minha Nina com aquela velha megera interesseira, mas não tinha nenhum poder sobre isso.

Ela tinha conquistado na justiça o direito de ficar um fim de semana por mês com a menina.

Era o pior fim de semana de todo o mês para mim; se a casa já era silenciosa, nesses dias parecia um cemitério.

Nina não gostava de ir, a velha a sufocava, falava mal de mim para a pequena, tentava jogá-la contra mim. Não sei como ainda não conseguiu, pois eu era um projeto de pai;péssimo por sinal.

- Pai, você vai também? - pediu sem graça e sem me olhar.

- Humm, eu não sei se entendo dessas coisas femininas -Realmente era isso que eu achava, mas pelo olhar da Nina, eu vi que a magoei com minha recusa. - Mas posso fazer companhia a vocês duas.

- Eba! - Bateu palmas, feliz.

- Vai ser muito bom, senhor Urrea - Sina disse, feliz com minha decisão.Então fiz a coisa certa, pelo menos dessa vez. Esperava não estragar até o fim da noite.

- Será um prazer acompanhar minhas meninas. - Quando as palavras saíram da minha boca, eu percebi que tinha dito uma coisa fora do contexto.

Nina arregalou os olhos e Kiara me olhou sem graça.

- Kiara também é sua filha?
Acabamos dando risada da pergunta da Nina.

- Não, amore mio, é só um modo protetor de falar - resumi para não deixar a menina mais curiosa.

- Gosto quando você fala em italiano papa - Sua voz era suave e saudosa.Quanto tempo perdido.

- O senhor fala em italiano? - Sina quis saber, mas creio que só para manter a conversa.

- Sim. Os meus pais eram italianos; vieram muito jovens para o Brasil, e ensinaram o idioma materno para mim - expliquei a olhando intensamente.

- Mas não falo com freqüência.

Salva-me ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora