Capítulo 18

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Noah Urrea

Fiquei assustado com o estado da Nina por conta do medo de perder seu cachorro. Será que sou um pai tão miserável que ela tem tanto medo de mim, ao ponto de achar que eu tomaria seu animal? — questionei-me

Sina olhou para mim e, eu saí do meu torpor. Sinceramente, eu não sabia como agir, estava me sentindo um imbecil.

— Nina, eu não vou tomar seu cachorrinho — falei, e ela continuou chorando. — Por que pensa isso?

— Zoe falou que você iria mandar matá-lo, ela disse que eu não mereço um animal (N/A se manca pouca bosta)

— Zoe? Como isso?

— Sei que não sou uma boa filha, pai, mas prometo que vou melhorar, que nunca mais vou dizer nada e nem pedir nada; só deixa o zé comigo!

Suas palavras me atingiram como um soco. Que porra eram aqueles pensamentos? Será que Zoe era a pessoa ruim, no qual o psicólogo mencionou?

— Filha? Venha cá. Me deixa conversar com você. — Sina a soltou e, ela veio de cabeça baixa para perto de mim. — Olhe para mim, amore mio.

Quando seus olhos encontraram os meus, eu me senti dilacerar. Como não percebi que minha Nina estava sendo coagida? Como não vi essa maldade?

— Filha mia, diga o que a Zoe disse para você — Ela abaixou novamente a cabeça e depois olhou para a Sina .Segurei seu rosto e a trouxe para mim.— Diga, amore mio, seu pai precisa saber.

Fiquei de joelhos no corredor para ficar da altura dela, seus braços vieram para meu pescoço e me apertaram como se precisasse disso para tercoragem.

Eu a segurei. Que saudades disso; dessa conexão. Nós perdemos tantas coisas quando eu me afastei.

— Conte tudo Nina, seu pai te ama e vai te ajudar — Sina disse,fazendo carinho em sua cabeça. — Eu e Robson vamos cuidar do Zé.

Agradeci a ela com o olhar, por nos deixar sozinhos. Era um momento de nós dois, de restaurar nossa amizade e carinho, pai e filha.

Eu a segurei no colo e fui para o meu quarto, pois ali seria pessoal e íntimo, para que ela entendesse que estava na minha vida e que, eu jamais a abandonaria de novo.

Sentei na poltrona do lado da minha cama, há muito tempo que não sentava ali, segurei a Nina em meu colo e beijei sua cabeça.

— Você sabe que te amo filha?

Ela me olhou e desviou o olhar, seria difícil provar isso.

— Pode confiar em seu pai, eu irei te proteger, minha Nina. — Ela segurou meu rosto e fez carinho em minha sobrancelha.

— Ela me odiava pai? — perguntou num tom resignado. — Mas, eu não queria que ela morresse.

Percebi que ela falava da mãe.

— Eu sei filha. Ela morreu e não é culpa sua.

— Zoe disse que foi culpa minha, pois sou uma péssima filha, e que é por isso você não me ama.

Vou matar a Zoe —, pensei.

— Quando ela disse isso?

— Sempre, por isso não fico perto dela — explicou me apertando com seus braços gorduchos.

— Ela é má, pai, muito má.

— Filha, eu prometo que ela nunca mais vai chegar perto de você. —Olhei em seus olhos. — Eu juro.

— Eu te amo, pai.

— Também te amo, pequena. Agora me conte, quem é o Zé?

Eu iria dar a Zoe o que ela merecia, mas no momento, acalmar Nina era mais importante.

Salva-me ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora