Capítulo 6

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Qualquer erro me avisem
Boa leitura

Noah Urrea

  Zoe chegou numa hora imprópria e sem ser convidada. Ela era competente, sempre resolvia minhas coisas pessoais com dedicação.

  Eu percebia seu interesse em mim, mas suas atitudes me lembravam da minha falecida esposa, e desse tipo de mulher, Liana me deu o bastante para nunca mais querer igual.

  Precisei muito dela no começo, para me ajudar com a Nina, e sempre solícita, ela me ajudou bastante com minha filha e, eu era muito grato, mas pagava bem para isso também.

— Eu não gostei da forma como falou com a professora — falei, me virando para ela. — Da próxima vez, eu não quero mais o assunto "manca"na mesma frase.

— Ah, desculpa Dimitri — Essa intimidade dela me enervava.

— O que deseja? — cortei a conversa.

— Tenho alguns documentos para sua assinatura e análise — falou,tocando meu braço.

— Você nunca mais foi à empresa. Eu senti sua falta.

— Poderia ter enviando pelo motorista. Não era necessário a sua visita.

  Peguei o envelope de sua mão e me afastei.

— Eu tinha que ver a minha tia, então aproveitei para trazer —respondeu sem graça, olhando para o porta-retrato da minha mesa, onde tinha uma foto minha com a Nina.

— Irei aproveitar para ver a Nina. A avó dela esteve lá na empresa essa semana.

  Ela não me olhou nos olhos ao dizer isso.

— Você falou com ela? — perguntei.

— Não, lógico que não senhor. Assim como combinamos, eu nem cheguei perto dela. — Baixou o olhar.

— Tudo bem. Eu não quero esse assunto debatido em corredores da empresa. Fui claro?

— Com certeza.

— Agora pode ir. Ela me olhou com rancor e se retirou.

  Eu sabia o que minha nada querida sogra queria; com certeza estava atrás de informações para conseguir a tutela da minha filha. Eu tinha que anular aquela velha interesseira. Mas como? Nem mesmo conseguia ser um pai presente como disse a Sina.

  Suspirei passando a mão na barba por fazer.

  Desci para jantar e não vi as meninas em seu lugar habituais, o que era bem estranho, pois elas estavam sempre sorrindo ou conversando alto ao ponto de eu escutá-las da minha mesa do jantar. Levantei e me dirigi até a cozinha. Mirtes mexia alguma coisa na panela.

— Onde está a Nina? — perguntei, colocando a mão no balcão.

— No quarto — respondeu sem me olhar.

— E Sina? Elas não vão jantar? — insisti.

— Elas jantaram em seus respectivos quartos — respondeu, ainda mexendo a panela.

— Por quê? Estão doentes? A Nina está bem?

— Vá lá em cima e pergunta para a sua filha. Ela não morde — disse,me olhando com atrevimento.Não respondi e voltei pelos corredores. Subi as escadas para o primeiro andar em dois e dois degraus.

  Olhei a porta do quarto da Nina e suspirei; bati uma vez e nada de som, bati de novo e ela falou:

— Entra.

  Entrei e a mesma estava deitada na cama, olhando para o teto rosa em seu pijama lilás.

— Oi, filha — Ela virou para mim, assustada.Senti culpa.— Aconteceu alguma coisa? Você não desceu para jantar —questionei antes de me aproximar de sua cama. Sentei na beirada e esperei.

Salva-me ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ ⁿᵒᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora