Lisa caía de sono. Embora tivesse me deixado em uma situação difícil durante o jantar, ela era a causa de seus pais partirem mais cedo. Tio Diddy agradece.
Observava Carol e Kim conversando no sofá, doido para que o assunto encerrasse. Olhei para o relógio na parede da sala, era 01:22 horas. Deitei no sofá, todavia, os intervalos entre as piscadas ficaram curtos. Iria desmaiar, logo sentei novamente e esfreguei meu rosto. Ela se levantou e veio a mim.
- Eu quero tomar banho. Me mostra onde é o banheiro? - pediu Carol. Assenti, analisando se aquilo era um convite. Levei-a ao andar de cima. No segundo pavimento, apenas meus pais dormiam em suíte. Então seria impossível qualquer tentativa de sexo embaixo do chuveiro.
Carol entrou no banho e me pediu que a esperasse. Minha mãe havia arrumado o antigo quarto de Brian para ela. Fui ao meu às pressas procurar por camisinha. Nada! Quer dizer, encontrei uma camisinha que já havia vencido há 2 anos. Eu estava irritado. Apesar de exausto, eu tinha a convicção de que rolaria algo entre nós naquela noite.
Ouvi o som no andar de baixo. Os meus tios se arrumavam para partir. Então depositei esperança nos meus primos.
- Carol! - Bati na porta. Precisava avisá-la que a deixaria. Certamente se não me visse ali quando saísse, ficaria com raiva. Mas ela não me respondeu. Abri uma fresta. - Carol!
- Andrew? - Espantou-se.
- Eu vou lá embaixo rapidinho.
- Está bem, mas não demora.
Ver a sua silhueta, mesmo desfocada atrás de um blindex escuro, meio opaco, me deixou desesperado. Porra, será que tem alguma farmácia entregando a essa hora?, pensei, descendo as escadas correndo.
- Jordan - falei com o garoto de 19 anos. Ele acenou com a cabeça. Sentei-me ao seu lado, apoiando o braço nas costas do sofá. - Tem camisinha? - Sentia-me um colega de ensino médio. Ele demorou alguns segundos para responder. Julgava-me.
- Quem deve ter é o Erick...
- Valeu! - Levantei-me, procurando o mais novo. Fui à cozinha, passei pela porta do lavabo aberta e me deparei com ele dormindo no sofá do cantinho da bagunça. - Erick - chamei, baixinho, porém nem se mexeu. - Erick. - Sacudia-o. - Erick... Erick, acorda!
Meu primo se espreguiçava, parecia não compreender onde estava.
- Tem camisinha? - indaguei sem pudor.
- Tenho, mas vou usar amanhã.
- Não, não vai não... Me dá logo! - exigi, autoritário.
- Que isso, cara! - Se erguia, coçando os olhos.
- Me dá logo, caralho! Eu te pago.
- Nossa, tá necessitado mesmo - Erick retirou da carteira e me entregou. Sorri forçado lhe retribuindo com 10 dólares.
Quando cheguei no segundo andar, vi que Carol já estava em seu quarto, e suas luzes estavam apagadas. Eu demorei muito. Merda!
Peguei o meu celular e enviei uma mensagem: - Eu queria ter te dado pelo menos um beijo de boa noite.🥲
Entrava em meu quarto quando ficou online. Sorri, na expectativa de sua resposta: - Pelo menos um beijo? O que queria fazer a mais? 👀🤔
Ri alto, indo à sua porta.
- Está muito cansada? Preciso saber antes de te atiçar. 😋 - Enviei.
- Você não esperou a minha resposta. 🤢 - Enviou-me. Fiquei assustado com o seu emoji. O que queria dizer? Notei que digitava. - Ops, o emoji saiu errado.
- Carol, quase tive um treco. Estou na sua porta. Abre. - Digitei e mandei.
- 😋🍌 *Emojis certos. - Remeteu. Quando vi aquilo, suei gelado. - Andy, já estou deitada. Amanhã a gente se fala.
- PQP! NÃO FAZ ISSO COMIGO! - Enviei a mensagem com a testa encostada em sua porta. Completamente excitado, apalpava a camisinha no bolso, me certificando de que não sumira. Meus pais subiam as escadas. Corri para o meu quarto e aguardei o seu retorno pelo celular.
- Boa noite, Carol! - disseram eles. Ela foi ao corredor? Então vai acontecer, constatei. Ouvi a sua porta se fechar. Esfreguei a minha testa, indo me sentar na cama, esperando a movimentação cessar.
Meu celular vibrou, era ela: - Dei de cara com seus pais. Que vergonha! Vou dormir, amanhã a gente se fala. Beijos! 😘
- Ah, Carol... Me deixou duro. Não vou conseguir dormir.
- Uma pena. Você faria muito barulho.🤤
- Eu prometo ser bonzinho e silencioso. 🥺🤫🤫🤫
- 🤗 Boa noite!
- Malvada! - Que sacanagem!
De repente escutei um ruído na maçaneta. Ergui o meu olhar, que antes estava compenetrado no celular.
- Carol? - Arrisquei em alto som.
- Sou eu... - respondeu, desconcertada. - Posso entrar, Andy?
- Está aberta - falei ainda sentado na cama. O que acontecia não parecia real.
Carol atravessou a porta apressada e a fechou, permanecendo de costas para mim por alguns segundos.
Levantei-me, coloquei o celular sobre a mesinha de cabeceira. Ela se virou ofegante. Não era a mesma que conversava de maneira ousada.
Seu cabelo estava preso no alto em um rabo de cavalo, usava uma camisa grande branca e um shortinho largo colorido. Linda! Sorri, mas não me correspondeu, pois desviava o olhar.
- Carol - chamei, ela me encarou. - Tranca a porta e vem...
Ela assentiu, tímida.
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NEM NOS MELHORES SONHOS | Degustação
RomanceCarol é uma brasileira que foi abandonada por sua mãe na infância. Aos 19 anos, deixa a família, a faculdade de engenharia, mas mantém o seu namoro à distância com Edu, para se aventurar no exterior, estudando cinema. A bolsista, tímida, ao chegar n...