19- PROMETO SER BONZINHO (ANDREW)

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Lisa caía de sono. Embora tivesse me deixado em uma situação difícil durante o jantar, ela era a causa de seus pais partirem mais cedo. Tio Diddy agradece.

Observava Carol e Kim conversando no sofá, doido para que o assunto encerrasse. Olhei para o relógio na parede da sala, era 01:22 horas. Deitei no sofá, todavia, os intervalos entre as piscadas ficaram curtos. Iria desmaiar, logo sentei novamente e esfreguei meu rosto. Ela se levantou e veio a mim.

- Eu quero tomar banho. Me mostra onde é o banheiro? - pediu Carol. Assenti, analisando se aquilo era um convite. Levei-a ao andar de cima. No segundo pavimento, apenas meus pais dormiam em suíte. Então seria impossível qualquer tentativa de sexo embaixo do chuveiro.

Carol entrou no banho e me pediu que a esperasse. Minha mãe havia arrumado o antigo quarto de Brian para ela. Fui ao meu às pressas procurar por camisinha. Nada! Quer dizer, encontrei uma camisinha que já havia vencido há 2 anos. Eu estava irritado. Apesar de exausto, eu tinha a convicção de que rolaria algo entre nós naquela noite.

Ouvi o som no andar de baixo. Os meus tios se arrumavam para partir. Então depositei esperança nos meus primos.

- Carol! - Bati na porta. Precisava avisá-la que a deixaria. Certamente se não me visse ali quando saísse, ficaria com raiva. Mas ela não me respondeu. Abri uma fresta. - Carol!

- Andrew? - Espantou-se.

- Eu vou lá embaixo rapidinho.

- Está bem, mas não demora.

Ver a sua silhueta, mesmo desfocada atrás de um blindex escuro, meio opaco, me deixou desesperado. Porra, será que tem alguma farmácia entregando a essa hora?, pensei, descendo as escadas correndo.

- Jordan - falei com o garoto de 19 anos. Ele acenou com a cabeça. Sentei-me ao seu lado, apoiando o braço nas costas do sofá. - Tem camisinha? - Sentia-me um colega de ensino médio. Ele demorou alguns segundos para responder. Julgava-me.

- Quem deve ter é o Erick...

- Valeu! - Levantei-me, procurando o mais novo. Fui à cozinha, passei pela porta do lavabo aberta e me deparei com ele dormindo no sofá do cantinho da bagunça. - Erick - chamei, baixinho, porém nem se mexeu. - Erick. - Sacudia-o. - Erick... Erick, acorda!

Meu primo se espreguiçava, parecia não compreender onde estava.

- Tem camisinha? - indaguei sem pudor.

- Tenho, mas vou usar amanhã.

- Não, não vai não... Me dá logo! - exigi, autoritário.

- Que isso, cara! - Se erguia, coçando os olhos.

- Me dá logo, caralho! Eu te pago.

- Nossa, tá necessitado mesmo - Erick retirou da carteira e me entregou. Sorri forçado lhe retribuindo com 10 dólares.

Quando cheguei no segundo andar, vi que Carol já estava em seu quarto, e suas luzes estavam apagadas. Eu demorei muito. Merda!

Peguei o meu celular e enviei uma mensagem: - Eu queria ter te dado pelo menos um beijo de boa noite.🥲

Entrava em meu quarto quando ficou online. Sorri, na expectativa de sua resposta: - Pelo menos um beijo? O que queria fazer a mais? 👀🤔

Ri alto, indo à sua porta.

- Está muito cansada? Preciso saber antes de te atiçar. 😋 - Enviei.

- Você não esperou a minha resposta. 🤢 - Enviou-me. Fiquei assustado com o seu emoji. O que queria dizer? Notei que digitava. - Ops, o emoji saiu errado.

- Carol, quase tive um treco. Estou na sua porta. Abre. - Digitei e mandei.

- 😋🍌 *Emojis certos. - Remeteu. Quando vi aquilo, suei gelado. - Andy, já estou deitada. Amanhã a gente se fala.

- PQP! NÃO FAZ ISSO COMIGO! - Enviei a mensagem com a testa encostada em sua porta. Completamente excitado, apalpava a camisinha no bolso, me certificando de que não sumira. Meus pais subiam as escadas. Corri para o meu quarto e aguardei o seu retorno pelo celular.

- Boa noite, Carol! - disseram eles. Ela foi ao corredor? Então vai acontecer, constatei. Ouvi a sua porta se fechar. Esfreguei a minha testa, indo me sentar na cama, esperando a movimentação cessar.

Meu celular vibrou, era ela: - Dei de cara com seus pais. Que vergonha! Vou dormir, amanhã a gente se fala. Beijos! 😘

- Ah, Carol... Me deixou duro. Não vou conseguir dormir.

- Uma pena. Você faria muito barulho.🤤

- Eu prometo ser bonzinho e silencioso. 🥺🤫🤫🤫

- 🤗 Boa noite!

- Malvada! - Que sacanagem!

De repente escutei um ruído na maçaneta. Ergui o meu olhar, que antes estava compenetrado no celular.

- Carol? - Arrisquei em alto som.

- Sou eu... - respondeu, desconcertada. - Posso entrar, Andy?

- Está aberta - falei ainda sentado na cama. O que acontecia não parecia real.

Carol atravessou a porta apressada e a fechou, permanecendo de costas para mim por alguns segundos.

Levantei-me, coloquei o celular sobre a mesinha de cabeceira. Ela se virou ofegante. Não era a mesma que conversava de maneira ousada.

Seu cabelo estava preso no alto em um rabo de cavalo, usava uma camisa grande branca e um shortinho largo colorido. Linda! Sorri, mas não me correspondeu, pois desviava o olhar.

- Carol - chamei, ela me encarou. - Tranca a porta e vem...

Ela assentiu, tímida.

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