08- NÃO PODEMOS PARAR (CAROL)

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— Posso me sentar? — indagou ele. Assenti, respirando fundo. — Tão séria? Aconteceu alguma coisa?

— Não. — Encenei um sorriso. É... Realmente a experiência como atriz está servindo para alguma coisa, pai, pensei.

— Tenho tanta coisa que eu quero te perguntar — Apoiou o prato com batatas assadas e milho tostado na mesa. Então se sentou na cadeira ao meu lado.

— Tanta coisa, como assim? Você que é  famoso, não eu. — Fiquei intrigada. — Vamos lá, começa a entrevista então. Mas também vou querer saber tudo sobre Andrew McConie.

— Estou ansioso por isso — Arrastou a minha cadeira para mais perto dele. Tomei um susto com o solavanco, o que me levou a sibilar, imperceptível. Em seguida, colocou seu braço no encosto da mesma. — Então... — Fez um ar de mistério, instigando o meu nervosismo. Tinha consciência que eu poderia mentir, no entanto, nem me veio essa possibilidade. Acho que eu desejava ser legítima. — Por que disse ao faxineiro que eu derrubei os alfinetes? 

— Ah, não... Como descobriu? — gargalhei. Toda a tensão sumia depressa. 

— Eu sei de tudo — brincou.

— Mentiroso! Fala a verdade — exigi, empolgada.

— Quer mesmo a verdade? — sussurrou, encarando minha boca. Que cara sexy! — Fui procurar por você. 

— Mentira! — rebati, afrontosa. Como um homem daqueles iria querer algo comigo? Edu era gato, mas era do meu convívio. Já Andrew… Ai, Andrew...

— Nossa, é a segunda vez que me chama de mentiroso. Tem menos de 30 segundos... O que mais acha que sou? 

— Mulherengo... — provoquei. 

— Sabia. — Balançou a cabeça me reprovando. — Eu fui mesmo atrás de você, achei o faxineiro e pedi informação... — explicava ele. A revelação me deixou pasma. — Por isso descobri a calúnia. Você, dona Carol... Você é a mentirosa. — Tocou o meu nariz, íntimo. Sorri, encantada.

— Bom... Aquele senhor era muito chato, estava me perturbando. Tive que culpar você. Imaginei que assim ele pararia...

— Eu já tenho má fama mesmo. Entendo... O que seria mais uma? — perguntou, sarcástico. — "McConie espeta todo mundo após espalhar alfinetes pelo chão", seria a chamada da matéria.

— Hum... Que direta. Não te espetei de propósito. — Peguei uma batatinha com o garfo. — Me desculpa — falei com a boca cheia, mastigando. Ele ficou me observando calado. — O que foi? — perguntei, encabulada.

— Nada. Quer beber alguma coisa? 

— Água — disse, limpando os lábios com o guardanapo.

— Você não bebe? — indagou, já de pé.

— Eu já bebi hoje. Quero ficar lúcida. — respondi, pegando outra batata. 

— Entendi… Água para você então. — Andrew se dirigiu à geladeira. Imediatamente peguei meu celular e tentei fotografá-lo, não consegui de primeira. Entretanto registrei o suficiente para provar a Ana com quem eu me encontrava na véspera do feriado. 

Tudo era estranho. Um conto de fadas que se realizava. Enviei a foto cortada e embaçada para minha amiga, mostrando a nova chance que estava tendo, visto que há 3 dias o choro incessante foi o que ouviu no telefonema quando desabafei sobre a humilhação, a qual Vallentina me fez passar.

— Já tenho mais uma coisa para agradecer amanhã no jantar de Ação de Graças, amiga.🤣 

🤣 

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