Bianca Kendall
Olhar para os seus olhos sofridos me fazem duvidar se há um mês atrás eu cheguei a vê-los tão cruelmente como me olhavam, com desprezo e futilidade. Agora, depois de um mês sem ver sua cara, vejo que olheiras fazem parte da bolsa de seus olhos, que a barba rala tornou-se mais cheia e completa no queixo. O gatilho me domina e lembro de suas cruéis palavras, meu coração se aperta e dissipa quais quer lembranças boas, mesmo que elas voltem a noite para me atormentar
— O que veio fazer aqui? — perguntei com arrogância. Esse era um momento especial pra mim, agora, tornou-se menos por causa de sua presença.
— Eu vim ver o meu filho. — Viktor respondeu em voz baixa, parecia receoso e esperava que eu entendesse a atendesse seu pedido.
— Como sabia da consulta? — Kamilla questionou dando um passo a frente para se aproximar dele, mas por precaução, segurei sua mão.
— A placa do carro dela, segui pelas câmeras da cidade. — Explicou a maneira como me encontrara. Viktor deu passos a frente para entrar por completo no consultório e protestei:
— Eu não quero você aqui! — Minhas palavras duras pareceram assustadas a ele, não me importei, a essa altura eu não quero compartilhar nada do meu bebê, o mesmo que ele rejeitou.
— Kami, deixa eu falar com ela a sós, por favor.
— Não temos nada do que conversar, vai embora!— Ordenei com fúria, já sentia meus olhos pesarem, mas na sua frente jamais vou voltar a chorar.
— Eu vou lá fora um pouquinho.. — Kamilla saiu juntamente com a médica que estava no consultório.
A sós, Viktor esperou a porta ser fechada completamente e dar os passos necessários para se aproximar da pequena mesa que eu está deitada. Com sua aproximação neutra e receosa, peguei o pano umedecido e fiz movimentos que passaria na barriga para tirar o gel, no entanto, Viktor segurou a minha mão e impediu que eu realizasse o processo. Era evidente meu auto desprezo com sua presença, parecia incomodá-lo profundamente, já não era da forma apaixonada que o encarava.
— Deixe-me ouvir. — ele pediu pacientemente.
Então, não relutante como segundos atrás, deixei que ele soltasse a minha mão e pegasse o aparelho para pressionar sobre meu ventre. Enquanto movia o objeto necessário, ele olhava o monitor a procura de encontrar o bebê. Logo, aumentou um volume e ouviu-se outra vez o coração do meu pequeno filhote. Ouvi o ar de seus pulmões saírem pela boca e ele surrar o nariz.
Empurrei sua mão e passei o pano em minha barriga, logo, ouvi a voz melancólica movida ao choro de Viktor;
— Morena... — o interrompi com grosseria e revolta.
— Não existe mais esse apelido, ele morreu quando você me quebrou, quando resolveu dar as costas para mim e o meu bebê!
— Nosso bebê, meu anjo.
— Não existe nosso, você não tem nada aqui! Olha, já te dei muita atenção. — tirei o lençol que cobria minha cintura pra baixo e abaixei o vestido, pisei o chão gelado e calcei meus pés.
— A gente precisa conversar, eu tenho que te explicar.
— Viktor, chega! Não tem nada do que me explicar. Eu não planejei ficar grávida de você, eu jamais escolheria que meu filho carregasse seu sangue!
— Não diz isso, pequena.. — Viktor soltou o aparelho e tentou se aproximar de mim, tocar em mim, mas rapidamente me afastei.
— Eu não precisei dizer nada disso, foi você mesmo quem disse. Me chamou de puta, insinuou que meu bebê era um bastardo.
— Estava assustado, apavorado, fui pego de surpresa! — ele tentou justificar em desespero.
— E eu não estava? Eu queria ouvir da porra de sua boca que ia dar tudo certo, que eu não enfrentaria isso sozinha. Mas o que eu ouvi foi ofensas, humilhações, você não sabe o quanto me doeu, o quanto me quebrou por dentro! — falei exaltada de raiva e ódio, a tentativa de nunca mais chorar em sua frente falhou, eu solucei e passei a mão sobre os olhos.
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Refém do Desejo - Spin-off Rei Do Submundo
RomantizmSpin-off de Viktor e Bianca Eles são difíceis de lidar. Quando estão no mesmo lugar, ocorre discussões e desavenças. No entanto, não passa despercebido a tensão e a intensidade sexual que eles transmitem. Viktor González mesmo sendo subchefe e bra...